Rosana Nunes com Campo Grande News em 27 de Novembro de 2018
Kisie Ainoã Movimentação no presídio na tarde de segunda com a chegada do prefeito e vereadores ao local
Eles foram ouvidos nesta manhã (27) por videoconferência, em audiência de custódia no Fórum da Capital presidida pelo juiz Mário José Esbalqueiro Junior. As audiências de custódia são feitas para ouvir suspeitos presos em situação de flagrante. Os nove alvos são investigados por associação criminosa, corrupção ativa e corrupção passiva no Legislativo e no Executivo da cidade.
Os vereadores presos foram: Vagner Gonçalves (PPS), Agnaldo dos Santos Silva Junior (PTB), André Franco Caffaro (PPS), Augusto de Campos (MDB), Lilia Maria Villalva de Moraes (MDB), Paulo Rogério Feliciano Barbosa (PMN) e Osvalmir Nunes da Silva (PSDB). Os acusados continuam no Presídio de Trânsito, localizado no complexo penitenciário do Jardim Noroeste. A mulher está no Estabelecimento Penal Feminino “Irmã Irma Zorzi”.
O caso
As prisões são resultado de investigação iniciada pela Promotoria do Patrimônio Público de Corumbá que recebeu denúncia da existência do pagamento de "mensalinho" para que os parlamentares garantissem apoio político ao prefeito. Indicação de cargos na Secretaria de Educação, pelos vereadores acusados, também fazia parte do "acordo". Os parlamentares acusados de participar do "conluio", teriam até mesmo barrado uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) que averiguava denúncias de irregularidades na Saúde.
Dos onze vereadores ladarenses, apenas quatro não são investigados pelo Gaeco. Três deles, o presidente do Legislativo, Fábio Peixoto (PTB); Jonil Júnior Gomes Barcelos (PMN) e Daniel Benzi (PMDB) colaboraram diretamente para que o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) e o Ministério Público levantassem provas sobre o pagamento de mensalinho.
Depois que o grupo cooptado por Ruso barrou a CPI da Saúde na Câmara, o presidente da Casa e os outros dois parlamentares formalizaram denúncia no MPE de Corumbá e passaram a ajudar na busca de elementos concretos.
“Procurei o Ministério Público e de lá para cá vinha sendo aliciado por valor oferecido pelo prefeito. Então, eu, o Jonil e o Daniel, decidimos fazer o certo e colaborar com a Justiça e, autorizados pelo Ministério Público, passamos a receber o mensalinho e assim dar provas consistentes para desmantelar o esquema”, contou Peixoto ao Diário Corumbaense.
O Gaeco vinha acompanhando a movimentação do esquema e apreendeu pagamentos do mensalinho. "Os pagamentos eram feitos em dinheiro vivo. Foram apreendidos vários desses pagamentos, porque já existiam medidas cautelares do Ministério Público em andamento, há comprovação, há apreensão desse dinheiro. Tínhamos o conhecimento do que vinha acontecendo e ao longo do tempo fomos investigando, apurando e conseguimos na visão do Ministério Público, comprovar a prática desses atos. O mensalinho era para aprovar o projeto político e atender aos interesses, principalmente do titular do Poder Executivo", explicou o Procurador-Geral de Justiça do Estado de Mato Grosso do Sul, Paulo Cezar dos Passos durante entrevista na segunda-feira à imprensa local.
O vice-prefeito Iranil Soares (PSDB) foi empossado prefeito na noite de ontem junto com os sete suplentes dos vereadores presos.
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