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Comércio de Corumbá fechou as portas em apoio à greve dos caminhoneiros

Lívia Gaertner em 28 de Maio de 2018

Anderson Gallo/Diário Corumbaense

Lojas da rua Frei Mariano e adjacências baixaram as portas em sinal de apoio aos caminhoneiros

O comércio da área central de Corumbá parou na tarde desta segunda-feira, 28, por um protesto convocado pela Faems - Federação das Associações Empresariais de Mato Grosso do Sul em apoio à greve dos caminheiros e contra a alta carga tributária do País. Dezenas de lojas da principal rua comercial da cidade, a Frei Mariano, e adjacências, baixaram as portas em sinal de protesto. Algumas delas ostentavam bandeiras do Brasil ou então um pano preto numa referência ao luto associado ao difícil momento por qual passa a nação.

“Essa paralisação dos caminhoneiros nos alertou que, na verdade, não apenas eles são prejudicados, nós todos somos porque é a gente que paga essa conta do combustível alto. O presidente Michel Temer falou que a população é quem vai pagar a conta dos caminhoneiros quando a gente já vem pagando há muito tempo, mas devido à roubalheira dos nossos governantes, da corrupção. Essa conta dos caminhoneiros fazemos questão de pagar como forma de mostrar que o povo está alerta, não podemos aceitar tudo de cabeça baixa porque do jeito que está não é possível mais, está insuportável”, disse ao Diário Corumbaense o presidente da Associação Comercial e Empresarial de Corumbá, Lourival Vieira Costa.

“Tudo isso onera o comerciante que vai diminuir a margem de lucro, há muitas empresas fechando porque não suportam mais, pois não podem passar esses tributos para o consumidor por isso nós temos em torno de 15 milhões de pessoas desempregadas no país. É o somatório de tudo: ICMS, PIS, COFINS, são impostos federais, estaduais e municipais. Isso vai estrangulando o setor produtivo”, disse Lourival ao expor o quadro dos comerciantes.

Anderson Gallo/Diário Corumbaense

A farmacêutica Paloma Maia Gomes e funcionários uniram-se ao protesto

Proprietário de uma lanchonete na área central, Elson Moreira, foi um dos comerciantes que engrossaram o protesto e ajudou a mobilizar a classe que parou o comércio. “Desde que me entendo por comerciante é uma crise que nunca vi igual, com as pessoas se revoltarem com tudo isso que está acontecendo. Como comerciantes, observamos essa bandeira que os caminhoneiros levantaram e estamos apoiando porque é muito cômodo estar em casa, sentados no sofá, assistindo o noticiário e esperando algum resultado positivo, e não fazermos nada para mudar isso. Todos nós temos que fazer nossa parte como brasileiros, como população”, disse.

A farmacêutica Paloma Maia Gomes, também fechou as portas de um estabelecimento que comercializa remédio a preço popular e, juntamente com os demais funcionários, se uniu ao protesto.

“É muito importante porque a gente vê dentro da nossa sociedade como o valor de tudo está muito elevado, então se não nos unirmos à classe dos caminhoneiros nunca vamos conseguir mudar a realidade que está instalada no Brasil hoje. Juntos, podemos fazer a diferença”, declarou ao lembrar do desvio de recursos tão frequentes nas esferas do Poder. “A gente cansa de ver reportagem que mostra o valor que as coisas teriam sem esse excesso de impostos que vão, na verdade, beneficiar pessoas corruptas. A gente não vê esse retorno para a população e sim para bancar luxos”, desabafou.

Anderson Gallo/Diário Corumbaense

Caminhoneiros vieram para a área central onde percorreram ruas com buzinaço

Quem passou pelo centro de Corumbá se surpreendeu com o movimento que levou um grande número de carretas, carros de passeio e motos puxadas por várias pessoas que abriam o trajeto à pé.

Roseli Sandra Coimbra Alves, que saiu do bairro Guatós para realizar um procedimento bancário, afirmou que, apesar de ter a rotina modificada, apoia os protestos realizados no país. Ela teve que pagar um mototáxi para chegar ao centro porque os ônibus estão funcionado apenas em horários de pico em Corumbá, porém não é esse apenas o reflexo dos protestos para ela.

“Está afetando lá em casa, a verdura já nem está entrando porque quando encontramos algo está com um preço muito alto. Sair de casa também só em caso de muita necessidade como hoje que vim sacar um pagamento, mas a gente compreende que se é para o melhor, apoiamos”, falou.

Após o protesto na área central, os manifestantes seguiram para um ato marcado no Ginásio Poliesportivo.

Anderson Gallo/Diário Corumbaense

Caminhada precedeu passagem de carreata que contou com motos, carros de passeio e, claro, caminhões

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Galeria: Protesto comerciantes e caminhoneiros

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