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Estiagem e incêndios florestais levam MS a decretar situação de emergência

Silvio Andrade, da Assecom MS em 13 de Setembro de 2020

Edemir Rodrigues/Segov

Reunião entre secretário Jaime Verruck, secretário Nacional da Defesa Civil Alexandre Alves e equipe estadual define ações de combate aos incêndios

O governador Reinaldo Azambuja assina, nesta segunda-feira (14), decreto de estado de emergência ambiental para todo o Estado, devido a grande incidência de incêndios florestais e a rigorosa estiagem. A medida, que terá reconhecimento imediato do governo federal, garantirá a liberação de recursos do Ministério do Desenvolvimento Regional para ampliar a estrutura operacional de combate aos focos de calor.

O decreto será assinado na presença do secretário nacional de Proteção e Defesa Civil, Alexandre Lucas Alves, que chegou na tarde deste domingo em Campo Grande e se reuniu na Sala de Situação da Coordenadoria Estadual de Defesa Civil (Cedec) com o secretário estadual de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar (Semagro), Jaime Verruck. Participaram do encontro, o Corpo de Bombeiros, Imasul (Instituto de Meio Ambiente de MS), Ibama e Cemtec (Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima).

“O presidente Jair Bolsonaro e o ministro Rogério Marinho (Desenvolvimento Regional) determinaram que seja feito o que for preciso para controlarmos os incêndios florestais em Mato Grosso do Sul”, garantiu Alexandre Alves. “Vamos reconhecer de imediato o decreto estadual de emergência e usaremos todas as soluções e tecnologias, colocando na conta do Estado ainda esta semana recursos para transportes, combustível e locação de aeronaves.”

Ação conjunta

O secretário nacional de Proteção e Defesa Civil avalizou que não faltarão recursos financeiros para o Estado ampliar as ações de combate aos focos de incêndios, que agora se alastram, além do Pantanal, para as regiões de Alcinópolis e Costa Rica, na divisa com Mato Grosso e Goiás. “Vamos dar resposta imediata a estes desastres em apoio ao Estado, empenhando rapidamente a transferência de recursos. É a ordem que recebi do presidente”, completou.

Para que os recursos cheguem em caráter emergencial, a Semagro, o Corpo de Bombeiros e a Defesa Civil definiram, na reunião com o secretário nacional, um plano de trabalho, elencando prioridades e projetando os custos operacionais para ampliar as ações de campo.

O titular da Semagro, Jaime Verruck, relatou ao representante do governo federal a situação que o Estado enfrenta, devido a situação crítica de estiagem, responsável pela maior seca dos últimos 50 anos no Pantanal. “Estamos reforçando nossas ações num momento crítico, com o apoio do governo federal, para um combate mais intenso aos focos de calor, onde contamos também com aeronaves enviadas pelo Ministério do Meio Ambiente”, disse.

Verruck destacou também o apoio da ministra Tereza Cristina (Agricultura e Pecuária) na ampliação da força-tarefa criada pelo Governo do Estado em julho, quando o governador Reinaldo Azambuja decretou situação de emergência ambiental nos municípios pantaneiros de Corumbá e Ladário. O secretário citou ainda a participação do Exército, que enviou 70 homens para o combate aos incêndios no Parque Estadual das Nascentes do Taquari, em Alcinópolis.

Mais de mil focos

Durante a reunião na Sala de Situação, o tenente-coronel bombeiro Moreira, apresentou um balanço da Operação Pantanal II, da qual participam a Marinha do Brasil, e a propagação dos incêndios florestais no Estado. Neste domingo, conforme dados de satélites do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), foram registrados 1.344 focos de calor, sendo 378 em Corumbá (28%), 373 em Alcinópolis (27,8%) e 130 em Pedro Gomes (9,7%).

De janeiro a agosto, a área queimada no Pantanal somou 2,49 milhões de hectares, sendo 1,2 milhão de hectares em Mato Grosso e 1 milhão em Mato Grosso do Sul. O Pantanal é o terceiro bioma brasileiro mais impactado e com maior concentração de focos de calor (10,9%), com uma área queimada que representa 12,35% de sua extensão. Os atuais focos se concentram nas regiões da Nhecolândia, Paiaguás e Nabileque.

Divulgação/Bombeiros

Bioma Pantanal já teve 2,49 milhões de hectares devastados pelo fogo

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