Leonardo Cabral em 22 de Janeiro de 2020
Leonardo Cabral/ Diário Corumbaense
Terrenos baldios e casas abandonadas são um grande problema para o trabalho de combate
Para ajudar no combate ao mosquito Aedes aegypti, que também transmite zika e chikungunya, a Secretaria Municipal de Saúde deu início ao primeiro ciclo de aplicação do "fumacê", depois de quase nove meses sem o uso do inseticida, devido ao desabastecimento ocorrido em todo território nacional.
O trabalho começou no bairro Cristo Redentor e segue esta quarta-feira (22) no Popular Velha. No dia 23, é a vez do bairro Nova Corumbá; no dia 24, Centro América e Centro, onde o fumacê prossegue nos dias 25 e 26. O inseticida Malathion é usado no combate ao mosquito na fase adulta na forma de “fumacê”. O larvicida pyriproxefen serve para eliminar o inseto na fase larval, inibindo o desenvolvimento das características adultas do inseto.
Todas as ações estão dentro do Plano Municipal de Contingência Integrado para combater a dengue, zika vírus e febre chikungunya, lançado em novembro de 2019.
Diário Corumbaense Com a chegada do inseticida, Prefeitura inicia aplicação em casas com bomba motorizada e carro fumacê
Combate ao mosquito vai além da conscientização
O principal “soldado” nessa luta travada contra o Aedes aegypti é a população. Pois, se cada um fizer a sua parte, mantendo todos os cuidados necessários, é possível frear os registros da doença.
Mas na prática, a situação é bem difícil. Em toda a cidade, há locais que servem como criadouro do mosquito, que se prolifera dentro das casas, nos terrenos baldios e imóveis abandonados. Sem contar que janeiro é um mês em que se registra grande quantidade de chuva e isso acaba sendo propício para a proliferação do mosquito transmissor.
Das 1.530 casas já visitadas pela equipe da Saúde, 10% se encontram abandonadas ou estavam fechadas. Nas vistorias realizadas pelos agentes de endemias, o fiscal sanitário acompanha e notifica os donos de residências onde são encontrados focos de larvas do mosquito. Após a notificação é dado um prazo para que o morador faça a limpeza e readequações necessárias, como a eliminação dos focos e de recipientes ou vasos que possam se tornar criadouros.
Dez dias depois, os fiscais da Vigilância retornam aos locais notificados para verificar se o problema foi solucionado. No caso de serem encontrados novamente focos de larvas do Aedes, o morador recebe um auto de infração que, após análise de uma comissão, pode gerar uma advertência ou uma multa. O valor das multas varia de R$ 200 a R$ 5.000, conforme o grau de risco à saúde pública.
Sentindo na pele o desespero que a doença provoca, Roselene Rodriguez, está com a filha de 08 anos internada em um hospital particular com sintomas de dengue. “Ela se queixou de muita dor na cabeça no domingo. Foi então que a levamos ao médico, onde ela foi examinada e liberada. Mas às 05h de segunda-feira (20) voltamos, pois as dores na cabeça não pararam e, então, ela ficou internada e depois de alguns exames, ficou constatado que ela está com dengue”, explicou Rosilene.
Reprodução/Facebook Próximo a casa de Roney, na linha férrea, água parada serve de criadouro do mosquito
Morador da rua Gonçalves Dias, Roney Rodrigues, disse que a população tem que "colocar a mão" na consciência. “Para eliminar o vetor, é preciso uma ação conjunta da população, políticas públicas, órgãos competentes, infraestrutura, saneamento básico, canalização de esgotos, até porque estamos em época de chuvas. Ações rápidas e eficazes”, concluiu.
A dengue não é transmitida de pessoa para pessoa. A transmissão ocorre através da picada do mosquito Aedes aegypti. Por isso, as autoridades em saúde reforçam a importância de a população tomar medidas que evitem a proliferação do mosquito transmissor. A Secretaria de Saúde de Corumbá disponibiliza telefones para moradores também denunciarem locais, como terrenos baldios e imóveis abandonados, com possíveis foco. O anonimato é garantido. Os números são: 0800 647 2255 / 0800 647 2109 / 3233-2783.
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