Silvio Andrade, da Assecom MS em 31 de Outubro de 2019
Chico Ribeiro/Governo do Estado
Nuvem de fumaça toma conta da rodovia BR-262 com o incêndio no entorno do Morro do Azeite, a 300 km de Miranda
Será solicitado apoio aéreo ao governo do Distrito Federal, que em setembro cedeu uma aeronave de combate a incêndios florestais para atuar no Pantanal de Miranda (Refugio Caiman), e também ao Ibama. O combate terrestre será reforçado com o envio de mais brigadistas do Corpo de Bombeiros do Estado e do PrevFogo (Ibama). Atualmente, 18 homens das duas instituições estão atuando no combate ao fogo, além de empregados da BR Pec.
Nesta quinta-feira (31), foi publicada no Diário Oficial do Estado uma Resolução conjunta da Semagro (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar) e Ibama, prorrogando, por 30 dias, a proibição do uso do fogo nas áreas do Bioma Pantanal. “Essa é uma medida necessária para evitarmos que outros focos surjam e prejudique o trabalho realizado pelo Corpo de Bombeiros e brigadas de incêndio. Nossa preocupação maior, neste momento, é proteger vidas, patrimônio e minimizar o risco de suspensão de energia elétrica e abastecimento de água para Corumbá e Ladário”, comenta o secretário Jaime Verruck.
Apoio do governo federal
O fogo continua em grandes proporções nas áreas que margeiam a rodovia BR-262 e na Estrada Parque (MS-184), se expandindo com a força dos ventos e a vegetação seca e com potencial de combustão. Chamas intensas e fumaça avermelhada voltaram a restringir o tráfego na rodovia federal, no final da manhã desta quarta-feira, com a propagação do fogo na região do Morro do Azeite, colocando em risco uma pousada e moradias de ribeirinhos.
O encontro realizado na BR Pec contou com a presença do coordenador do Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos, órgão do Ministério de Desenvolvimento Regional, Paulo José Barbosa de Souza. Ele garantiu que o governo federal dará todo apoio logístico ao Estado para controlar os focos de calor no Pantanal, com base no decreto de situação de emergência, assinado pelo governador Reinaldo Azambuja em setembro e referendado pelo ministério.
“O fogo que ocorre na região é algo impressionante, atingindo mais de 50 mil hectares, com dificuldades de logística, e o governo dará o apoio necessário a Mato Grosso do Sul para controlar esse desastre”, disse o coordenador, após sobrevoar nesta quarta-feira áreas de focos no helicóptero Harpia 01, do Grupo de Patrulhamento Aéreo (GPA), da Polícia Militar, acompanhado do coordenador da Defesa Civil do Estado, tenente-coronel Fábio Catarinelli.
Novos focos e muito calor
Além de recursos financeiros, que serão usados para movimentação das equipes de combate aos incêndios, o Ministério do Desenvolvimento Regional financiará também a construção de pontes destruídas pelo fogo no Pantanal, em torno de três. O coordenador Paulo Souza disse que o Ibama deveria enviar à região as equipes do PrevFogo que estão participando da conferência do Wildfire, em Campo Grande, “para fechar o evento em grande estilo”.
A reunião na BR Pec definiu, também, que no local será montada uma base de comando da operação, idêntica a que funcionou durante as ações de combate aos focos na Refúgio Caiman, em setembro. Nesta quarta-feira, foi incorporado à operação o avião Baron 02, do Corpo de Bombeiros, adaptado para transporte e resgate. A aeronave ficará baseada na fazenda, que com pista pavimentada. No local já opera o Air Tractor do Corpo de Bombeiros de Mato Grosso.
O combate aos focos continua de forma intensa, sendo um desafio diário para os brigadistas devido a fácil propagação do fogo. As chamas que surgiram no pé do Morro do Azeite, ao lado da BR-262, entre os municípios de Miranda e Corumbá, logo se alastraram com a força do vento no sentido Sul, devastando uma grande área. Logo mais à frente, a Oeste, novos focos surgiram na rodovia federal e também na MS-184, que dá acesso ao Pantanal da Nhecolândia.
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