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Paulo Duarte diz que vetar hidrovia é condenar a região de Corumbá ao isolamento

Maristela Brunetto - Campo Grande News em 28 de Março de 2025

Lennon Almeida/Campo Grande News

Deputado defende que Ibama deve se abrir para debate sobre hidrovia, apontada como essencial para a economia na região de Corumbá

Um dia após discurso contundente no lançamento do Pacto Pantanal, o deputado estadual Paulo Duarte (PSB) volta à carga cobrando o Governo Federal a “olhar com carinho” para o debate sobre a Hidrovia Paraguai Paraná, diante do veto do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis) a avaliar a viabilidade da iniciativa. Ele diz que a falta de iniciativas para contribuir com o desenvolvimento, pode condenar a região ao isolamento.

Assim como ocorre com a exploração do petróleo na margem equatorial, no Amapá, no Estado também há posições divergentes dentro do Governo Federal. De um lado, o Ministério dos Transportes lançou debate público, antecedendo a concessão da Hidrovia no rio Paraguai, mas há oposição de autoridades da área ambiental, com Duarte mencionando especificamente o Ibama.

“Estou aqui pedindo uma solução técnica e não política. Ouça o outro lado, que as posições do Ibama não ganhem contorno de 'verdade absoluta'”, disse o deputado, em entrevista em que retoma o assunto. "Quem contesta, é taxado de louco, que quer acabar com a natureza", compara.

Segundo ele, não aceitar debater é um argumento pobre. Duarte lembra que é corumbaense  e tem legitimidade para falar sobre o assunto. O parlamentar é defensor da dragagem pontual do rio, como previsto no plano inicial da concessão, no chamado Tramo Sul, entre Corumbá e a cabeceira do rio Apa, trecho de 600 quilômetros. Quem conduz o tema é a Antaq (Agência Nacional de Transportes Aquaviários).

Após essa defesa, ontem, Duarte acabou sendo cobrado pelo secretário-Executivo do Ministério do Meio Ambiente e Mudança Climática, João Paulo Capobianco, que poderia ser corresponsável por eventuais danos ambientais ao Pantanal. Ele mencionou preocupação com a possibilidade de derrocamento e aprofundamento do leito do rio Paraguai, alterando o regime hídrico.

O deputado retomou o tema para sustentar que é preciso considerar intervenções para tornar o rio navegável o ano todo, uma vez que chega a ficar impossibilitado por cerca de quatro meses durante o período de seca.

O parlamentar menciona que Corumbá detém minério de ferro e manganês entre os de melhor qualidade no mundo e a falta de logística pode prejudicar a atividade e a economia da região. A hidrovia despontou como caminho essencial para o escoamento, uma vez que a malha ferroviária foi desativada.

Hoje, ela foi assumida pela Rumo, que recebeu outros trechos no País. Duarte defende que a União seja mais rígida em relação à concessão da malha oeste da ferrovia, que está desativada, de Corumbá a Três Lagoas. A Rumo tem outro trecho de malha, a Ferronorte, que escoa grãos do Mato Grosso e passa pela região do Bolsão, cruzando o rio Paraná em Aparecida do Taboado para seguir ao Porto de Santos, mas não sinaliza para a possibilidade de retomar o transporte no Estado.

“É o tal do nada pode”, diz. Não havendo a ferrovia e nem a hidrovia, ele repete que a região está condenada à falta de desenvolvimento. A alternativa é o transporte rodoviário, que tornou a BR-262 um “cemitério a céu aberto”, com tamanduás, capivaras e onças atropeladas. São cerca de 700 caminhões por dia, circulando sobre uma rodovia sem condições, por ter sido feita sobre aterro de trechos úmidos do pantanal. A Bolívia também precisa da hidrovia para importar e exportar produtos.

“O caminho que nós temos, mais viável, é o da hidrovia”, cita, defendendo que deve haver a concessão, com o monitoramento periódico e a suspensão da dragagem pontual de sedimentos se verificado impacto. Duarte cita que a retirada é diferente de aprofundamento do leito do rio, que poderia impactar no regime de cheias.

Arquivo/Toninho Ruiz

Hidrovia é apontada como essencial para uma série de setores, como minério, e fica sem condições de navegação na seca

Bioma Pantanal

Para o parlamentar, falta maior conhecimento sobre o Bioma por autoridades federais. Ele aponta que a Amazônia acaba por merecer maior atenção, citando que o Pantanal tem sua dinâmica de produção pecuária estabelecida há três séculos e é preciso apoiar o desenvolvimento sustentável.

Ontem, ao anunciar o Pacto, o Governo Estadual colocou em funcionamento o Fundo Clima Pantanal, que terá como uma das frentes o chamado PSA  (Pagamento por Serviço Ambiental), que é a remuneração ao proprietário rural pela proteção dos recursos naturais, preservando o bioma, iniciativa elogiada pelo deputado.

Duarte reforça sobre a questão do desconhecimento o sistemático erro no nome do Estado. “Parece uma bobagem, mas não é”, afirma. É revelador da visão “com alto grau de preconceito”, por acharem que “somos periféricos e não merecedores da atenção que outros estados têm”. Por isso, Duarte disse que ontem elevou o tom da cobrança porque é preciso cobrar autoridades. “Eu estava na minha casa, na nossa casa.”

Comentários:

Julio Nunes Rodrigues: O IBAMA é o sistema que o Brasil criou para barrar o seu crescimento econômico. Têm tantas outras coisas que realmente prejudicam a fauna, flora e bem hidrográfico dentre outros, mas eles não vão em cima de quem faz as coisas clandestinamente. É mais fácil barrar aquele que quer fazer de forma legal. Impedindo um documento de andar ou até mesmo atrapalhando um estudo que está sendo feito para mostrar as bem feitorias. Esse é o Brasil que vivemos, o progresso é só coisa da bandeira mesmo!

Mirian Ester: Paulo Duarte vc esta certo Corumbá não pode ficar isolada

João Bosco Atagiba : Isso mesmo, nobre Deputado.Temos que reunir todas as classes de Corumbá,e Região para cobrar esse IBAMA,que só quer atrapalhar o crescimento e progresso de Corumbá. Essa hidroavião é tão importante quanto a ferrovia que os governos anteriores sucatearam por pirraça, prá facilitarem outras regiões do MS.Paulo,cobre a posição do nosso governador,em relação à hidrovia, pois esse governo que aí está, nunca interessou em reativar a malha ferroviária, agora vai permitir que academia com o sonho da hidrovia?A BR 262,não suporta tantos caminhões, pois,foi construída, na época que tínhamos trem.Corumbá,não pode e não deve ser prejudicada novamente,por maus políticos. ss67t

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