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Sem chuva, focos de queimadas no Pantanal não vão dar trégua, diz meteorologista

Leonardo Cabral em 03 de Agosto de 2020

Os focos de queimadas que já devastaram mais de 800 mil hectares do Pantanal de Mato Grosso do Sul, segundo o Ibama, vão persistir até que uma boa chuva caia em solo pantaneiro. Conforme o meteorologista Natálio Abraão, da Estação Meteorológica da Uniderp, em Campo Grande, já são quase 40 dias sem chuva da região. “Aí na região não vão apagar os focos tão cedo, isso porque o solo está com zero por cento de água”, disse. “A raiz está queimando. E só vai apagar em cima, porém depois reacende. Isso acontece, porque o solo é arenoso e ácido”, ressaltou o meteorologista.

Natálio Abraão ainda ressaltou que para conter as chamas, apesar do empenho de equipes na operação de combate ao fogo no Pantanal, a chuva seria mais efetiva. “Infelizmente para a localidade estamos sem previsão de chuva nós próximos quinze dias, a situação deve piorar e muito”, alertou.

A situação é baseada em análise de dados estatísticos e das queimadas do ano passado, entre elas na condição, estão, “o tipo de solo no Pantanal, as médias decrescentes de chuvas. A cheia que não ocorreu em Mato Grosso e no oeste daquele estado, só comprovam os nossos prognósticos”.

Além disso, a forte estiagem que atinge a região pantaneira e também as altas temperaturas para os próximos dias, são fatores que contribuem para a situação. “Os termômetros irão subir muito mais ainda e a umidade relativa do ar vai cair muito. No entanto, tudo isso faz parte da climatologia do oeste do Estado. Entramos num processo de estiagem com ausência de chuvas e temperaturas elevadas, umidade baixa e isso vai favorecer principalmente os focos de queimadas no centro-oeste de MS”, mencionou.

Operação de combate às queimadas

Para o combate das queimadas no Pantanal e também em vegetação próxima a área urbana de Corumbá, uma operação foi deflagrada. Em atuação conjunta, Marinha do Brasil, Ibama/Prevfogo, Corpo de Bombeiros Militar, Exército Brasileiro, Força Aérea Brasileira (FAB) e Polícia Militar Ambiental, estão, desde o dia 25, empenhados na contenção do fogo.

Quatro helicópteros foram empenhados na operação, sendo duas aeronaves da Marinha do Brasil, uma do Exército Brasileiro e uma da Força Aérea Brasileira. Além disso, o avião Hercules C-130 da FAB, reforça a operação.

As queimadas tiveram início  mais cedo este ano, nos meses de março abril. Uma situação atípica, já que os focos são mais comuns a partir de junho, final do outono e início do inverno. 

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