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Queimadas já consumiram 780 mil hectares do bioma pantaneiro em MS

Leonardo Cabral em 28 de Julho de 2020

Anderson Gallo/Diário Corumbaense

Grande parte do Pantanal de Corumbá ainda segue sendo devastada pelas chamas

A região de Corumbá ainda está tomada pela fumaça dos incêndios florestais. Durante sobrevoo realizado na tarde de segunda-feira, 27 de julho, na aeronave Super Cougar, da Marinha do Brasil, equipes do Corpo de Bombeiros e do Comando do 6º Distrito Naval, fizeram uma análise das queimadas que já devastaram grande área do Pantanal sul-mato-grossense.

A equipe do Diário Corumbaense acompanhou o voo que durou cerca de duas horas e percorreu a região do Jatobazinho, próximo a Serra do Amolar, na região Norte, a região Sul, Forte Coimbra e uma localidade mais próxima da área urbana de Corumbá. 

Em boa parte do trajeto percorrido, grande quantidade de fumaça e alguns focos de incêndios que ainda consumiam parte do bioma, foram vistos e avaliados pelas equipes. Em algumas áreas, inclusive mais próximas de Corumbá e Ladário, praticamente não havia visibilidade.

Anderson Gallo/Diário Corumbaense

O Pantanal "desapareceu" e está tomado pela fumaça das queimadas

A imagem da beleza natural que encanta milhares de pessoas do mundo, está completamente escondida pela densa camada de fumaça. No entanto, o tenente-coronel do Corpo de Bombeiros, Huesley Paulo da Silva, disse que alguns fatores positivos puderam ser percebidos durante o sobrevoo, como a extinção das chamas em algumas localidades.

Ele também adiantou que isso é em decorrência da atuação tanto das equipes em terra, como também das aeronaves, principalmente do avião Hércules C-130, da Foça Aérea Brasileira, que teve base montada no aeroporto de Campo Grande. 

“Alguns fatores positivos para tomadas de decisões foram possíveis, como o envio da tropa para o combate ao fogo em pontos identificados. Ainda elencamos algumas áreas onde houve eficácia do lançamento de água pela aeronave Hércules da FAB. Realmente isso teve resultado muito positivo. Também identificamos locais onde o fogo foi extinto de forma natural, como em Forte Coimbra”, explicou o oficial do Corpo de Bombeiros.

“Combate combinado”

O tenente-coronel explicou que o Hércules C-130, que tem capacidade de lançamento de até 12 mil litros de água, é uma ferramenta de suma importância para o sucesso do combate aos incêndios na região do Pantanal, que recebe um “combate combinado”, envolvendo todas as equipes na linha de frente.

Anderson Gallo/Diário Corumbaense

Tenente-coronel dos Bombeiros, disse que sobrevoo constatou que ações de combate têm dado resultado

“Algumas áreas seguem queimando, porque com o terreno alagado, não temos acesso terrestre e nem como pousar as aeronaves, responsáveis em levar as equipes que se deslocam pelo ar e também pela terra. Nossa grande dificuldade ainda é essa, os locais de difícil acesso, que dificultam o trabalho de extinção das chamas”, falou indicando que as equipes devem permanecer nesta terça, em região próxima a área urbana de Corumbá e à Serra do Amolar, mais precisamente no Jatobazinho. 

O comandante do 6º Distrito Naval, contra-almirante Sérgio Gago Guida, destacou também a operação interagências. “Sem dúvida não é o empenho da Marinha, mas sim, estamos atuando em interagências onde estão, além da Marinha, o Exército, Aeronáutica, Bombeiros e Ibama/Prevfogo. É um trabalho conjunto para que possamos identificar os maiores focos de incêndios e realizarmos o combate com as aeronaves disponíveis que somam com as ações”, disse o contra-almirante que ainda mencionou que, “sem dúvida temos uma situação bastante difícil, na área Norte, acima de Corumbá, mas na área Sul, a situação é mais tranquila. A fumaça concentrada na região atrapalha o plano de trabalho, ainda mais na operação das aeronaves na parte visual, torcemos para que ela se dissipe”, completou.

Aeronaves no combate as queimadas

Levantamento do Ibama/Prevfogo, informado a este Diário, aponta que desde janeiro até agora, já foram consumidos pelo fogo uma área de aproximadamente 780 mil hectares em todo o bioma Pantanal de MS, lembrando que as queimadas tiveram início  mais cedo este ano, nos meses de março abril. Uma situação atípica, já que os focos são mais comuns a partir de junho, final do outono e início do inverno. Ainda seguindo os dados do Ibama, só em julho, 185 mil hectares foram devastados pelo fogo.

Anderson Gallo/Diário Corumbaense

Corumbá e Ladário estão encobertas pela fumaça há mais de uma semana

Para o combate aos incêndios, quatro helicópteros foram empenhados na operação, sendo duas aeronaves da Marinha do Brasil, uma do Exército Brasileiro e uma da Força Aérea Brasileira. Além disso, o avião Hercules C-130 da FAB, reforça a operação.

Ao todo, 90 militares do Corpo de Bombeiros do Estado, das unidades de Corumbá, Aquidauana, Jardim, Ponta Porã e Maracaju, estão envolvidos na operação de combate ao fogo. Também somam à equipe 30 brigadistas do Ibama/Prevfogo e 32 brigadistas da Marinha do Brasil.

A aeronave em que a equipe fez o sobrevoo nesta segunda, também atua no combate ao fogo, com lançamento de água. O helicóptero Super Cougar, tem capacidade de armazenamento de 5 mil litros de água.