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Após ataque atípico e captura no Pantanal, onça-pintada vai passar por exames no CRAS

Agência de Notícias do Governo de MS em 24 de Abril de 2025

Saul Schramm/Governo do Estado

Onça já recebendo atendimento no Centro de Reabilitação de Animais Silvestres

A onça-pintada capturada pela Polícia Militar Ambiental vai passar por exames e acompanhamento veterinário no Centro de Reabilitação de Animais Silvestres (CRAS).

O animal é um macho de 94 quilos, e foi capturado na madrugada desta quinta-feira (24), na região onde ocorreu o ataque ao caseiro Jorge Ávalo, 60 anos, que foi encontrado morto na segunda-feira (21), próximo ao pesqueiro Touro Morto, próximo aos rios Miranda e Aquidauana, no Pantanal.

“Estamos tratando de um incidente que teve uma vítima, então, nesse momento todo o nosso respeito à família do Jorge. Numa atuação conjunta de o animal estar no CRAS, é para a realização de exames, estabilização e a recuperação. A partir daí, passa a integrar o programa federal e vai ser direcionado pelo ICMBio”, afirmou o secretário-executivo da Semadesc (Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação), Artur Falcette.

A ação de captura da onça foi realizada com o apoio do professor e pesquisador Gediendson Araújo, especialista em animais de grande porte – do Reprocon (Reprodução para Conservação), além do apoio do Imasul (Instituto de Meio Ambiente de MS), UFMS (Universidade Federal de MS) e ICMBio.

“É um caso muito atípico, mas está muito relacionado à aceitação de um animal silvestre à presença de humanos. O animal perdeu o medo de ver o homem como um predador, e acabou tendo essa situação com esse desfecho. Então, é incomum de acontecer, são poucos os relatos, e é uma pena que teve uma perda humana”, disse Araújo.

A equipe conseguiu fazer a captura com uso de armadilhas, três dias após o ataque. “Optamos por fazer a captura no mesmo local onde o animal esteve na noite anterior, para poder ter a maior certeza que era o que a gente buscava. É o mesmo animal que estava na área, porque a gente viu as pegadas, era o mesmo biotipo”, afirmou o pesquisador.

Além dos exames para verificar o estado de saúde do animal, que está abaixo do peso – deveria pesar em torno de 120 quilos –, também é feita uma investigação pela Polícia Civil, sobre o ataque que causou a morte do caseiro.

O CRAS vai realizar todos os procedimentos de saúde no animal, com coleta de materiais para análise e também realização de exames de imagens. “Para fazer toda a parte de check-up e de saúde. Como é um caso muito atípico, a partir da avaliação clínica e de sanidade, vamos ver qual doença que ele tem, porque não é normal o animal desse porte estar tão magro, e assim podemos tentar relacionar ao caso”, explicou Araújo.

Ceva, ação proibida

A situação da convivência do animal com humanos – e a alimentação oferecida para a onça, que é conhecida como ceva – é um ponto de atenção no caso. “A ceva é uma ação proibida na legislação estadual e federal”, afirmou o tenente Alexandre Saraiva Gonçalves, comandante do pelotão de Porto Murtinho da PMA.

“Tem alguns relatos chegando para nós, de grupos que eventualmente estariam se organizando no entorno da predação da onça-pintada. Nós temos um histórico, especialmente no Pantanal, muito positivo da interação dos produtores com a fauna. A gente tem que evitar que oportunistas, caçadores, gente que quer se aproveitar desse fato para atuar na caça, que isso aconteça. Então, o Estado está redobrando a atenção. Esse é um crime ambiental gravíssimo, a caça de animais silvestres. E a gente vai tratar com o rigor da lei qualquer coisa nesse sentido, porque a gente tem absoluta convicção que não são produtores rurais, não são cidadãos de bem que estão se organizando no entorno dessas ações”, afirmou Artur Falcette.

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