PUBLICIDADE
PUBLICIDADE

Laudo final confirma que caseiro foi atacado na cabeça e pescoço por onça

Campo Grande News em 12 de Maio de 2025

Saul Schramm/Secom MS

Onça capturada continua no CRAS de Campo Grande e apresenta comportamento reativo à presença humana

Foi divulgado nesta segunda-feira (12) o resultado final do laudo necroscópico sobre a morte de Jorge Ávalo, de 60 anos, atacado por uma onça-pintada em um pesqueiro no Pantanal sul-mato-grossense. Conforme o delegado Luis Fernando Mesquita, responsável pelo caso, o documento atesta que a morte foi causada por choque neurogênico agudo, provocado por ferimentos perfurocontundentes na cabeça e na coluna cervical, compatíveis com o ataque de um animal carnívoro de grande porte — no caso, uma onça-pintada.

“O ataque ocorreu predominantemente na parte superior do corpo, e o impacto maior foi na região da cabeça e do pescoço”, explicou o delegado à reportagem. A onça foi capturada no dia 24 de abril, na região do pesqueiro Touro Morto, após a denúncia do desaparecimento do caseiro.

Reprodução/Rede Social

Jorginho era caseiro do pesqueiro situado no Pantanal

No laudo preliminar, divulgado no dia 07 de maio, já havia indícios de que Jorginho estava vivo no momento do ataque e tentou se defender. Lesões nos braços foram identificadas como reações de defesa com sinais vitais, ou seja, feitas enquanto ele ainda estava consciente.

Além disso, fragmentos de ossos e fios de cabelo foram encontrados nas fezes do animal, recolhidas um dia após a captura. O material foi enviado para análise pericial, e embora os exames definitivos sobre a origem dos vestígios ainda estejam em andamento, o laudo necroscópico já confirmou que a causa da morte foi o ataque da onça.

O caso aconteceu na madrugada de 21 de abril. Jorginho trabalhava como caseiro em uma propriedade isolada, acessível apenas por barco ou helicóptero, a cerca de duas horas do porto de Miranda. Um guia de pesca que procurava o caseiro estranhou sua ausência e encontrou marcas de sangue e pegadas do animal, acionando a Polícia Militar Ambiental e a Polícia Civil. Imagens das pegadas circularam nas redes sociais.

A propriedade contava com sistema de câmeras, mas os equipamentos estavam desativados no momento do ataque. A onça capturada, um macho de aproximadamente nove anos, segue sob observação. Segundo o boletim veterinário mais recente, o animal está ativo, consciente e com comportamento reativo à presença humana.

A investigação segue com a análise dos laudos complementares, mas, com o laudo necroscópico, a principal dúvida sobre a causa da morte foi encerrada.