Criança saiu do hospital e foi para casa de acolhimento
Campo Grande News em 09 de Março de 2016
Marcos Ermínio/Campo Grande News
Menino deixou Santa Casa sob proteção vestido de Homem Aranha
A adolescente, segundo ela, conteve a emoção ao reencontrar o caçula. Inicialmente ele não a reconheceu, uma vez que era muito novo quando houve a separação. A jovem então trouxe brinquedos e desde então os dois estão se divertindo juntos, monitorados pela equipe do local.
“Ela chorou muito quando ficou sabendo do caso. Hoje, ela se conteve mais, brincou com ele. Ela já estava preparada para recebê-lo, sabe o que o irmão passou e está claramente feliz e alegre. Estamos deixando ele com ela no primeiro momento”, explica a responsável pela casa.
Conforme Ana Paula, ainda é cedo para falar em socialização. Quando o menino chegou ao abrigo, a maioria das crianças havia ido para a escola. Ele ainda não vai estudar fora por enquanto. A coordenadora diz também que o garoto não demonstrou dificuldades de adaptação, uma vez que já passou pelo mesmo abrigo anteriormente e vários profissionais, incluindo Ana Paula, o conheciam.
“Tem crianças que demoram mais para se adaptar, mas ele já ficou duas vezes na unidade de acolhimento. Na primeira vez ele foi entregue à avó e depois com a tia. É uma casa que ele conhece, diferente de uma criança que chega à primeira vez”, comenta.
Proteção
Para deixar o hospital, Doblô, sem identificação oficial, estacionou ao lado da entrada do necrotério. Com a presença da imprensa, o veículo foi levado para um corredor exclusivo entre uma clínica de ressonância magnética e a unidade, na Rui Barbosa. O portão foi fechado após a entrada do automóvel.
Às 11h35, o menino foi colocado no carro, sentado no colo de duas mulheres, vestido com a fantasia de Homem Aranha, seu super herói favorito. Elas se debruçaram sobre ele ao deixar o local para evitar que ele fosse fotografado. Cerca de dez funcionários se aglomeraram em volta do menino para se despedir dele, uma vez que a história mexeu com a equipe.
O caso
Conforme a polícia, o menino teve lesões graves no corpo causadas por queimaduras, socos e pancadas. Foram verificadas também, conforme registro policial, ferimentos antigos, como inchaço na região dos testículos e unhas arrancadas. O casal, que já teve a prisão preventiva decretada, vai responder por tortura qualificada e abandono de incapaz. A pena é superior a 10 anos de prisão.
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