Campo Grande News em 25 de Fevereiro de 2016
Pessoas de todo o Brasil procuraram a Santa Casa de Campo Grande para oferecer ajuda ao menino de 4 anos que era torturado pelos tios em ritual de magia negra. Ele continua internado e não tem previsão de receber alta. Enquanto aguarda a recuperação, o menino, vítima de situação que chama atenção por conta da brutalidade das agressões, recebeu alguns livros infantis e brinquedos fornecidos pelo hospital.
A Santa Casa informou que diversas pessoas estiveram no local para doar roupas, brinquedos e até alimentos. Outros interessados em ajudar entraram em contato por telefone - de diversos estados do País - e também estiveram pessoalmente ao hospital, com interesse de adotar a criança. Porém, o processo de adoção é realizado exclusivamente pela Justiça.
As doações são recebidas pelo hospital, mas roupas e brinquedos não podem ser entregues para o garoto enquanto ele estiver internado. Em relação aos alimentos, a Santa Casa afirma que não faz qualquer tipo de campanha ou pede doações pelas redes sociais. Algumas pessoas estariam fazendo ações para arrecadar mantimentos para o garoto, mas não são autorizadas pelo hospital, que afirmou não pedir doações desta forma.
O garoto foi levado para o hospital na tarde de terça-feira (23), após receber os primeiros atendimentos na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) do bairro Coronel Antonino. Na quarta-feira (24), o menino passou por um pequeno procedimento cirúrgico para drenar um abscesso, que estava localizado na orelha esquerda.
Ontem à tarde o menino, que até então era atendido no pronto-socorro, foi levado para uma área isolada no setor de pediatria. Ele passou por novas avaliações médicas, que irão decidir sobre a necessidade de realizar cirurgias plásticas, já que ele tem marcas de queimadura por todo o corpo. Já sobre o risco de perder a visão, uma equipe de oftalmologistas ainda estuda o caso para definir o percentual de visão que ele poderá perder.
Quietinho
Ainda conforme a assessoria, o menino está tranquilo. Porém, introspectivo e só conversa quando é questionado sobre algo. Segundo a conselheira tutelar Cassandra Szuberskik, do Conselho Tutelar Centro, que acompanha o caso, a criança está acompanhada durante 24 horas por educadores do órgão e ainda irá conversar com psicólogos. Após receber alta, ele será levado para uma unidade de acolhimento do município, de onde só sairá com ordem judicial, se necessário.
Caso
Conforme a polícia, o menino teve lesões graves no corpo causadas por queimaduras, socos e pancadas. Foram verificados também ferimentos antigos, como inchaço na região dos testículos e unhas arrancadas.
O casal responsável pelas agressões, e um o primo de 18 anos - preso ontem (24), em Aquidauana - que também tem envolvimento no caso, tiveram a prisão preventiva decretada. Todos vão responder por tortura qualificada e abandono de incapaz. A pena é superior a 10 anos de prisão.
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