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Juiz transfere mulher que torturou sobrinho e encerra protesto de detentas

Da Redação em 25 de Fevereiro de 2016

A transferência de Conceição Vargas da Cruz, 31 anos, para uma cela isolada da Delegacia de Polícia Civil encerrou o protesto realizado pelas internas do presídio feminino de Corumbá. As reeducandas do Estabelecimento Penal Carlos Alberto Jonas Giordano eram contrárias à permanência de Conceição naquela unidade prisional. Presa em Campo Grande por torturar o próprio sobrinho de apenas quatro anos em rituais de magia negra – crime que chocou todo o Estado –, a mulher havia sido transferida para Corumbá por questões de segurança.

O protesto das detentas causou um principio de rebelião no presídio feminino. Mas, foi contornado após o juiz da 1ª Vara Criminal e de Execuções Penais, André Luiz Monteiro, ir até o estabelecimento penal e determinar a transferência de Conceição para o 1º Distrito Policial.

“A situação ficou meio tumultuada no presídio. Mas, a Polícia conseguiu controlar. Estamos determinando a transferência da presa que causou todo o tumulto para a Delegacia de Polícia, ela vai ficar isolada lá e a tendência é a situação se acalmar”, afirmou o juiz logo após deixar o presídio.

Fotos: Anderson Gallo/Diário Corumbaense

Conceição foi transferida para Delegacia de Polícia Civil onde vai ficar em cela isolada

O magistrado disse ainda que a mulher permanecerá em uma cela isolada da Delegacia até que se encontre uma situação de segurança em Corumbá ou outra cidade sul-mato-grossense. “Vamos isolá-la na delegacia até conseguirmos uma colocação em outro presídio do Estado ou então, de repente, conseguirmos colocá-la numa situação de maior segurança. Vamos primeiro acalmar a situação, deixá-la na Polícia Civil e arrumar um lugar para ela, seja aqui de volta ao presídio feminino, em condições de segurança, ou em outra unidade do Estado”, completou.

O juiz de Execuções Penais informou que durante a manifestação das internas houve um princípio de incêndio, foi ateado fogo a colchões. Por conta disso, três detentas tiveram de ser levadas para atendimento médico no pronto-socorro. “A situação agora está calma. Foi colocado fogo em colchões, houve inalação de fumaça, passaram mal e mandamos para o atendimento. Não tem ninguém ferido gravemente. São situações de inalação de fumaça, que precisaram de atendimento”, finalizou.

Internas foram levadas para atendimento médico por conta de inalação de fumaça

Durante todo o protesto, Conceição Vargas da Cruz permaneceu isolada das demais reeducandas e não teria sofrido qualquer tipo de violência.

O protesto

Durou aproximadamente duas horas o protesto das internas do presidio feminino de Corumbá. Contrárias à transferência de Conceição Vargas da Cruz para aquela unidade prisional, as detentas iniciaram uma manifestação. Elas atearam fogo a colchões das celas.  Do lado de fora do presídio era possível ouvir gritos e barulhos de uma espécie de "panelaço" e também se avistava fumaça.

Juiz de Execuções Penais esteve no presídio feminino e determinou a imediata remoção da detenta para a delegacia

A área do presídio, que fica ao lado do Estabelecimento Penal Masculino foi isolada pela Guarda Municipal. Oito viaturas da Polícia Militar e três do Corpo de Bombeiros foram deslocadas para o prédio. Policiais militares, agentes penitenciários e bombeiros entraram no presídio para conter a manifestação. Três detentas foram levadas pelos bombeiros ao pronto-socorro, uma delas saiu de maca.

 

Galeria: Protesto de detentas presidio feminino - 2016

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