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Comitê vai apurar causas de acidente ferroviário que matou professora da Apae

Rosana Nunes em 05 de Dezembro de 2019

Anderson Gallo/ Diário Corumbaense

Clima no velório de coordenadora pedagógica da Apae é de muita comoção

Está sendo velado na capela Cristo Rei, situada na rua Major Gama esquina com a Treze de Junho, o corpo da professora Élida Aparecida de Campos, de 44 anos, que morreu após o carro em que ela estava ser arrastado por cerca de cem metros por um vagão que descarrilou no final da tarde de quarta-feira (04). O clima é de muita comoção. 

Élida era casada, formada em Pedagogia pela UFMS/CPAN, iniciou sua carreira profissional em 2007 como professora da Escola Especializada Reino do Amor – Apae. De 2009 a 2015, trabalhou na Rede Municipal de Ensino, como professora do Atendimento Educacional Especializado.

Em 2016, já como especialista Psicopedagoga, retornou à Apae para iniciar o projeto de Estimulação Precoce. Por seu exemplar trabalho com as crianças especiais, tornou-se coordenadora da instituição em 2017, cargo que ocupava até o trágico acidente.

Reprodução/Facebook

Professora Élida tinha 44 anos

“Era um exemplo de comprometimento, empenhada a ajudar as pessoas, sua sala estava sempre de portas abertas. Tratava todos com muita cordialidade e tinha por cada aluno um carinho mais que especial”, enfatiza a diretoria da Apae em nota ao destacar que Élida “é um exemplo de ser humano que ficará para sempre marcado na história da família Apaeana”.

Nesta quinta-feira, 05 de dezembro, Élida seria empossada como conselheira do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (CMDCA).

O sepultamento está marcado para às 15h no cemitério Santa Cruz.

O acidente

O descarrilamento de dois vagões aconteceu na avenida Gaturama esquina com a Rui Barbosa, entre os bairros Centro América e Previsul no fim da tarde desta quarta-feira (04).

 

Anderson Gallo/Diário Corumbaense

No acidente, vagão arrastou carro de professora por cem metros

O Fox cinza conduzido pela coordenadora pedagógica da Apae, Élida Aparecida de Campos, foi arrastado por cerca de cem metros e ficou destruído. A professora ficou presa nas ferragens e foi retirada, inconsciente, pela guarnição do Corpo de Bombeiros Militar que teve de usar ferramenta de corte. Ela foi levada para a Santa Casa de Corumbá e depois para o centro cirúrgico. Élida apresentava forte inchaço abdominal, suspeita de hemorragia interna e diversos cortes nos braços. Ela não resistiu e faleceu. 

Quatro dos seis vagões ainda seguiram pelo trilho e pararam a cerca de dois quilômetros do acidente, na rua Gonçalves Dias, entre a Luiz Feitosa Rodrigues e Firmo de Matos, no bairro Aeroporto. No total, os vagões que descarrilaram atingiram três carros e uma moto. Os ocupantes dos outros veículos sofreram escoriações leves, segundo os bombeiros. 

A assessoria de imprensa da Rumo, concessionária da malha férrea, informou por meio de nota à imprensa, que os vagões são da Ferroviária Oriental, da Bolívia e que estavam em terminal de empresa privada para serem carregados.

“A Rumo lamenta o acidente ocorrido ontem (dia 04) envolvendo seis vagões da Ferrovia Oriental (FO) da Bolívia. Aparentemente os vagões correram (se soltaram) do terminal de transbordo de terceiros e dois deles atingiram veículos em uma passagem em nível em Corumbá. Os vagões não estavam atrelados a nenhum trem da Concessionária. A Rumo disponibilizou uma equipe regional para apoio, montou um comitê para apurar as causas da ocorrência e segue trabalhando para esclarecer os fatos”, informa a nota. 

A Ferroviária Oriental se manifestou por meio da Gerência de Relações Externas e afirmou que está colaborando com as investigações. 

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