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Com ventos fortes e queimadas, bombeiros resgatam ribeirinhos em risco no Pantanal

Leonardo Cabral em 27 de Setembro de 2021

Divulgação/3ºGBM

Famílias durante resgate dos bombeiros na região da Baía do Tuiuiú

Os focos de incêndio no Pantanal não dão trégua e as chamas seguem se alastrando, chegando a regiões próximas da área urbana de Corumbá e Ladário. Na madrugada de domingo (26) para segunda-feira, 27 de setembro, famílias ribeirinhas tiveram que ser resgatadas, três crianças e três adultos – todas mulheres –, entre elas uma idosa de aproximadamente 70 anos.

Os resgatados são moradores da região da Baía do Tuiuiú, localizada cerca de 30 km da área urbana, que está completamente tomada pelos focos de incêndios, que se espalharam rapidamente devido à condição climática, com rajadas de vento que chegaram a quase 70 quilômetros por hora na noite de domingo. 

Uma equipe de resgate e salvamento dos bombeiros foi até onde as famílias residem. A primeira – uma criança e duas mulheres –, foi socorrida após perceber a passagem da equipe dos bombeiros pelo rio e acenar com uma lanterna. 

Bombeiros

Conforme relatos do sargento bombeiro, Carlos Alberto, da equipe de resgate, essa família pediu socorro após uma árvore cair sobre a casa onde mora. “Além da árvore, o fogo estava ao redor da casa que estava tomada por fuligem. Eles estavam se protegendo debaixo de colchões, que foram molhados. Eles também estavam com as roupas do corpo molhadas e a criança teve que vir despida na embarcação”, descreveu ao enfatizar que para trazer as famílias até o barco tiveram que descer um barranco de oito metros. “Conseguimos resgatar as pessoas, além delas, quatro cachorros e um gato vieram”, mencionou. 

Seguindo o deslocamento até a área do Piúva, no trajeto, a equipe encontrou dois homens que estavam em uma embarcação que naufragou devido às ondas no rio Paraguai, por conta do forte vento, durante pescaria. Eles estavam às margens do rio, em segurança, e permaneceram no local à espera do retorno da equipe que estava indo em direção à outra família. 

No segundo resgate – duas crianças e uma mulher – a casa estava rodeada por vegetação alta e aceiro sujo. Além deles, estava o pai das crianças que preferiu permanecer na área para ajudar a preservar a casa do patrão. “Apenas a mulher e as duas crianças vieram com a gente. O marido dela optou em permanecer, pois ele relatou que havia um barco e qualquer situação, usaria para se refugiar. A casa é de madeira e fica a uns 150 metros da margem do rio, onde há uma passarela de madeira”, mencionou o sargento bombeiro. 

Durante o resgate dessa família, foi informado que um senhor vivia cerca de uns 15 minutos rio acima, de barco, e estava em risco. Os bombeiros foram até a casa do ribeirinho e o encontraram saindo do rio. “Ele se abrigou para se proteger da fumaça e da fuligem. Também fez aceiros ao redor da casa que ficou preservada do fogo. Mesmo sob risco, o ribeirinho quis permanecer no local e disse que se o fogo chegasse até a casa, ele entraria no barco e iria para a outra margem para se proteger. Então retornamos com os resgatados e passamos pelo local onde estavam os dois homens que estavam pescando e também foram trazidos em segurança”, completou Carlos Alberto. 

Todos os ribeirinhos não sofreram ferimentos e ao chegarem ao Quartel dos Bombeiros, seguiram para casa de parentes.

Quase 70km/h

Divulgação/3ºGBM

Resgate aconteceu durante a madrugada desta segunda (27)

O fogo nessas áreas atravessou de uma margem para a outra. O principal fator foi a velocidade do vento, que atingiu a região pantaneira na noite de domingo, chegando a 69,48 km/h entre às 22h e 23h, Já na madrugada a velocidade atingiu os 55 km/h, segundo dados da rede de meteorologia da Uniderp. 

Nesta segunda-feira, dia 27, Corumbá e Ladário amanheceram cobertas por uma densa camada de fumaça. Logo nas primeiras horas do dia, a visibilidade tinha que ser redobrada, ainda mais no trânsito. Boa parte das casas, foi invadida pela fuligem e terra.   

O Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) aponta que em setembro, já foram contabilizados 1.593 focos de queimadas em Corumbá. Nas últimas 48h, a cidade registrou 155 focos de calor. Ao todo, em 2021, o município tem 2.752 focos. 

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