Da Redação em 17 de Fevereiro de 2025
Bruno Rezende/Governo do Estado
De acordo com Riedel, mudança deve passar por ações concretas para um novo direcionamento do trabalho
"Reunião importante diante de tudo o que aconteceu e vem acontecendo, não só no Estado, mas no Brasil, no mundo, com relação a violência contra as mulheres. Discutimos ações que precisam ser modificadas e implementadas para minimizar isso, uma angústia da nossa sociedade", diz Riedel.
O governador ainda cita que apenas em Campo Grande, na Casa da Mulher Brasileira, mais de 5 mil medidas protetivas de urgência foram concedidas em 2024 - ou seja, menos de duas medida por hora. Já em todo o Mato Grosso do Sul, o número passa de 13 mil medidas protetivas concedidas no mesmo período - o que representa uma medida a cada 40 minutos.
"Mas a gente não tem tido o êxito necessário, pois os casos continuam acontecendo. Essa é minha angústia e demanda para que todos se mobilizem em torno de ações concretas, que gerem resultado e barre esse tipo de ação com a frequência que tem tido dentro de Mato Grosso do Sul", complementa Riedel.
Atualmente, a Casa da Mulher Brasileira está ativa em Mato Grosso do Sul em Campo Grande, com mais três unidades em Ponta Porã, Dourados e Corumbá em construção. A partir das definições do encontro, o Governo do Estado busca uma mudança no modelo de trabalho para que haja uma efetividade das ações do Poder Público no combate à violência contra as mulheres.
"Importante registrar que as instituições estão mobilizadas, e esse é o primeiro passo, todos convergentes em uma mesma ação para que consigamos em um curto prazo fazer diferente. Se o modelo posto não tem gerado o resultado esperado, a gente tem que mudar o modelo", frisa o governador.
De acordo com Riedel, tal mudança deve passar por ações concretas para um novo direcionamento no fluxo de processos dentro da Casa da Mulher Brasileira, instituição que completou recentemente 10 anos e é considerada uma conquista para Mato Grosso do Sul. Propostas de advento tecnológicos nesses processos também devem fazer parte da discussão.
"Nessa década de atividade foram 80 mil boletins de ocorrência gerados ali, então a gente tem que dar sequência nesse trabalho fortalecendo a resposta que esse equipamento pode dar para a sociedade sul-mato-grossense", finalizou o governador Eduardo Riedel.
A reunião para direcionar como será o trabalho integrado para fortalecer a rede de proteção à mulher vítima de violência em Mato Grosso do Sul e mudar a estrutura do modelo atual contou com a presença dos secretários Viviane Luiza (Cidadania), Antonio Carlos Videira (Justiça e Segurança Pública), Patrícia Cozzolino (Assistência Social e Direitos Humanos) e Rodrigo Perez (Governo e Gestão Estratégica), além da subsecretaria Manuela Bailosa (Políticas Públicas para Mulheres) e do delegado-geral a Polícia Civil, Lupérsio Degerone.
O presidente do TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul), desembargador Dorival Renato Pavan, assim como a desembargadora Jaceguara Dantas Da Silva - que lidera a campanha #TodasPorElas - e o chefe do MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), o procurador-geral de Justiça, Romão Avilla Milhan Junior, também participaram da reunião na governadoria.
Na última semana, a jornalista Vanessa Ricarte, de 42 anos, foi esfaqueada e vítima do segundo feminicídio do ano. Em áudios após atendimentos na Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher), ela relatou descaso com a situação.
Com informações do Portal de Notícias de MS.
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