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Médico Wilson Baruki celebra 90 anos e nem pensa em parar de trabalhar

Leonardo Cabral em 28 de Março de 2025

Anderson Gallo/Diário Corumbaense

Dr. Wilson conversou com a reportagem e garantiu que se aposentou "no papel" somente

“Eu aposentei nos papéis, mas no trabalho, não”. Assim, o médico ginecologista e obstetra, Wilson Baruki, segue com a carreira ativa no auge dos seus 90 anos, completados nesta sexta-feira, 28 de março. Não sendo diferente, o médico preferiu celebrar mais um ano de vida dentro daquela que foi sua “segunda casa”, como ele se refere à Santa Casa de Corumbá. 

Passando pelos corredores do prédio que o viu crescer como profissional, Wilson Baruki chegou acompanhado dos filhos e netos. Uma recepção, custeada pela própria família, foi realizada junto aos colegas de trabalho e também amigos que, por anos, acompanharam e contribuíram lado a lado as lutas do médico que também viu nascer pelas suas mãos um grande número de corumbaenses e ladarenses.

“É uma alegria muito grande. Não podia ser diferente comemorar mais um ano de vida longe daqui, porque eu vivi trabalhando junto com esse povo todo, povo que participa da melhoria do doente. São pessoas de alto poder de atenção, de atendimento e pessoas que somam com o médico na recuperação do doente. Nós não podíamos deixar de estar aqui junto a essa classe que trabalha dentro do hospital. É enfermagem, é administração, as pessoas da manutenção, são todas pessoas importantes dentro da minha vida profissional e consequência da vida do doente que nós atendemos”, falou o médico

Amor 'incurável' pela profissão

Dos 90 anos de vida, 65 são dedicados à medicina dentro da Santa Casa, mais diretamente na Maternidade e também no consultório particular. 

Anderson Gallo/Diário Corumbaense

Uma recepção, custeada pela própria família, foi realizada junto aos colegas de trabalho e também amigos na Santa Casa

“E, até hoje, continuo trabalhando. E vou continuar, só vão me tirar se eu cair mesmo. Continuo vindo, trabalho na recepção da Maternidade e no consultório. Trabalho bastante, mas não faço mais parto, não faço cirurgia, não entro no centro cirúrgico, porém, sigo aqui sempre para o que puder ajudar. Atendo na clínica, que é grande, povo que precisa da gente e na Maternidade, toda segunda e quarta estou aqui pela manhã. Eu aposentei nos papéis, mas no trabalho, não”, reforçou.

Reconhecimento 

Celebrando uma vida inteira de histórias, memórias e momentos preciosos, Dr. Wilson fala que quando anda pelas ruas ou vai para algum lugar, encontra pessoas que dizem que nasceram pelas suas mãos. A alegria é imensa, uma realização. "A pessoa, fala, 'doutor, eu nasci pelas suas mãos'. É uma dádiva isso, né? Eu abraço e agradeço a vida deles. Porque a razão da minha vida é a vida deles. Então, eu vivi sempre para a profissão e para a família. O hospital é a minha vida”, frisou.

“A minha esposa dizia que a primeira casa minha era a maternidade. A segunda casa era com ela. Por isso sigo vindo, ajudando os colegas, eles sempre estão juntos comigo. E na medida do possível eu passo conhecimento para eles. Eu vou passar a vida toda. O valor da gente é o valor que a gente dá para o próximo. Isso está nas palavras de Cristo. Se nós acreditamos em Cristo, acreditamos em nosso Deus, nós temos que atender ao próximo, seja em qualquer circunstância, nós temos que atender”, relatou o médico.

Admiração da família e amigos

Wilson Baruki foi casado com Dinorah Wiechert Serra Baruki (falecida em 2019), com quem teve seis filhos. Ele se orgulha de todos, além dos netos. Um deles, Guilherme de Barros Baruki, é médico ortopedista. Ele conta que o avô foi um dos grandes responsáveis pela escolha da carreira.

“Além de excelente médico e referência para todos nós dentro de casa, isso me influenciou a seguir na carreira na medicina. Mas, não só no profissional, também os cuidados que tenho com minha esposa, filhos. Ele é um exemplo de pessoa, ser humano, a fé, religião, passou de pai para filhos e netos. É ele quem me dá motivos para seguir na carreira, muito especial, qualquer dúvida o procuro sempre”, detalhou Guilherme.

Um dos filhos, Paulo Serra Baruki, médico pediatra, relatou o momento especial que a família está vivendo, celebrando os 90 anos do pai e de um profissional gigantesco.

Anderson Gallo/Diário Corumbaense

Aniversariante do dia rodeado pela família

“Momento de muita alegria estar aqui dividindo com as pessoas que participaram da nossa vida desde criança. Como filho, fui inspirado a seguir os passos dele, faço medicina, luto pela causa da medicina acessível à todos, como ele sempre preconizou. É uma bênção estar aqui, comemorando esses 90 anos dele. Realmente de muita alegria e não poderia ter uma carreira diferente. Sou pediatra, não tinha como fugir, cresci ao lado dele vendo tudo, minhas férias da faculdade, ficava no hospital, a gente representa uma extensão da medicina. Meu pai é um homem extraordinário, de uma vivência, de um amor, então, escutar as pessoas elogiando-o é realmente sensacional”, disse.

Circe Batista, que atua no setor de faturamento da Santa Casa, trabalhou com Dr. Wilson por 40 anos. “Ele é um profissional competente, sempre prestou um bom serviço, pincipalmente às gestantes, então, ficamos felizes em ter a dádiva de estar celebrando os 90 anos dele, profissional dedicado e uma pessoa muito boa de coração. Praticamente 40 anos de ‘união’ com ele e de muito aprendizado”, destacou Circe à reportagem.

Já Jucélia Bezerra da Costa Prado, trabalha há pouco mais de um ano na Santa Casa, também descreveu a admiração que tem pelo Dr. Wilson. Ela e o irmão, nasceram pelas mãos do médico.

Anderson Gallo/Diário Corumbaense

Juciléia e o irmão nasceram pelas mãos de Wilson Baruki

“Antes de trabalhar já tinha carinho por ele. É um médico diferenciado. Independentemente de estar no consultório dele particular ou atendendo pelo SUS, o tratamento não muda. Ele tem um olhar especializado para as mulheres, não é só apenas um médico, ele conversa, orienta. Fez os partos da minha mãe; tenho 58 anos, fez o parto do meu irmão mais velho. Todos nós passamos por ele e sigo consultando com ele. Tenho admiração, respeito, carinho. Wilson Baruki faz parte da história da Santa Casa e da Saúde de Corumbá”, destacou Jucélia.

Dádiva de Deus

Formado em 1959 na Ex-Faculdade Nacional de Medicina, hoje Universidade Federal do Rio de Janeiro, Wilson Baruki é especialista em Obstetrícia, Ginecologia e Preventivo do Câncer Ginecológico. Atuou durante 33 anos como professor de Fisiologia Humana nos Departamentos de Psicologia e de Ciências da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul. Já foi presidente da Associação Médica de Corumbá e secretário municipal de Saúde.

“Em primeiro lugar é dádiva de Deus chegar aos 90 anos. E, depois, nunca fui farrista, nunca bebi, nunca fiz safadeza. Sempre dentro do padrão do trabalho e do respeito à criatura humana. Vou seguir atendendo até quando tiver forças. Se precisar de mim, eu estou aí”, finalizou.

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Comentários:

Cleuza Lopes de Carvalho : Foi meu professor na UFMS campus de Corumba mas disciplinas de fisiologia, anatomia e genética. Feliz em saber que ele está bem e completando 90 anos. Felicidades ao mestre, que Deus continue abençoando sua vida.

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