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Ousando da “malandragem”, Caprichosos promete surpresa com Zé Pelintra em seu desfile

Leonardo Cabral em 01 de Fevereiro de 2024

Anderson Gallo/Diário Corumbaense

Caprichosos quer desmistificar o sentido de malandragem na Avenida

O Grêmio Recreativo Escola de Samba Caprichosos de Corumbá, vai trazer para a passarela do samba em 2024, a “malandragem”. Com promessa de muitas surpresas, especialmente no final do desfile, a agremiação já está com quase tudo pronto, faltando acabamentos em algumas alegorias e carros.

Com o enredo- “Salve Zé, salve os malandros e salve a malandragem”, o carnavalesco Leandro Cavalheiro, diz que é um tema leve, mas ousado. A Caprichosos quer desmistificar a imagem do malandro na Avenida.

“A ideia da Caprichosos é tirar o malandro como uma pessoa ruim, é falar que o malandro vive no dia a dia da gente, o brasileiro é um ser malandro, o corumbaense é um ser malandro, então, queremos tirar a maldade da palavra. Também vamos falar sobre a entidade de Zé Pelintra”, disse Leandro ao Diário Corumbaense.

Ele comenta que a imagem do malandro ou ser da malandragem geralmente é relacionado a algo ruim, porém, explica que até mesmo para sobreviver, a pessoa tem que ser 'malandra'.

“Especialmente o dia a dia tão corrido que temos, a gente tira informações, o ganha pão,  ou seja, a pessoa tem que ser malandra, mas se utilizando do lado bom, que é, por exemplo, ‘se virar nos 30’, para conquistar o seu, pessoas que trabalham em mais de um lugar, pessoas que vivem sua vida com harmonia, respeito às coisas, à diversidade, à religião das pessoas. A malandragem está no cotidiano de todos nós, mas ser malandro sem prejudicar ninguém”, fala Leandro.

Anderson Gallo/ Diário Corumbaense

Carnavalesco diz que o enredo é leve, mas ousado

A Caprichosos não vai deixar de levar para o desfile, a figura que representa a malandragem, que é o Zé Pelintra, o bom malandro, que gosta de andar de bar em bar, das mesas de carteado. Sempre bem vestido, com seu terno de linho branco e sua gravata encarnada, Zé Pelintra é a síntese do bom brasileiro, irreverente e debochado, cheio de ginga e jogo de cintura.

“Seu Zé vivia da malandragem de um trabalhador comum. Galã à noite na gafieira, vivia num universo diferente, muitas pessoas vão se identificar e desmistificar a imagem do malandro”, menciona o carnavalesco.

Zé Pelintra é uma entidade espiritual adotada pela Umbanda, mas que surgiu no Catimbó, crença de origem nordestina. Orixá da traquinagem, da brincadeira e da diversão, ele é considerado o patrono dos bares, dos locais de jogo e das sarjetas.

Anderson Gallo/ Diário Corumbaense

Última ala pretende impressionar os foliões, fala carnavalesco

O enredo, conforme Leandro, é sonho do próprio presidente da agremiação. “Traremos  inovações, novidades, mestre de bateria, casal de mestre sala-sala e porta-bandeira, aposta do presidente e da comunidade. Nosso conjunto é bem feito e as surpresas preparadas para a avenida são os nossos quesitos bem estruturados, organizados e ensaiados, para não perder pontos; fantasias dentro do nosso enredo, história e teremos surpresa no final do desfile”, concluiu.

A Caprichosos de Corumbá leva para a Avenida 650 componentes, divididos em 13 alas e com 04 carros alegóricos. É a 3ª escola de samba a se apresentar no primeiro dia de desfile das agremiações, domingo, 11 de fevereiro.

Ficha Técnica:

Grêmio Recreativo Escola de Samba Caprichosos de Corumbá

Fundação: 29/09/2005

Presidente: Robson Braz Leite - “Robinho da Caprichosos”

Cores: azul, vermelho e branco

Carnavalesco: Leandro Cavalheiro

Enredo: “Salve Zé, salve os malandros e salve a malandragem”

Samba-enredo: “Salve Zé, salve os malandros e salve a malandragem”

Compositores: Doum Guerreiro, Robinho da Caprichosos

Intérprete: Doum Guerreiro

Mestre de Bateria: Wagner Gomes

Número de componentes: 650

Número de alas: 13

Número de carros alegóricos: 03 carros

Componentes da bateria: 70

Porta-bandeira: Lara

Mestre-sala: José

Rainha da bateria: Nanda Ferraz

Informações:  (67) 99914-6650/ (67) 99836-2547

Samba-enredo

 

Mas se quiser saber seu nome

Vai no alto da colina

Procure o bom malandro que traçou a sua sina

Na umbanda ele é cruzado

Vamos saldar seu Zé Pelintra

 

O dono da rua chegou no terreiro

Laroyê salve o guerreiro  

De terno de linho, chapéu Panamá

Arreda povo que o malandro vai passar

Com a Caprichosos de Corumbá.

 

Maltratado pela vida insana

Do egoísmo e falta de amor

Decide socorrer a quem lhe chama

Sofrido na miséria e na dor

É ele que reina nos bordeis

Não teme a opressão de coronéis

Se a vida é um jogo, ele é vencedor

mensageiro da paz, cavaleiro do amor

 

Eu sigo na proteção do Zé

Carregado de axé

Tem batuque no terreiro

É ele é quem vai me guiar, pois aqui é o meu lugar...

Amigo fiel e verdadeiro

 

Apague da história a falsa impressão

Daquele que vive pra fazer o bem

A dama da noite chegou...

Toda malandragem vamos exaltar

Na garra da onça pintada de azul vermelho e branco vou cantar!!!


O dono da rua chegou no terreiro

Laroyê salve o guerreiro  

De terno de linho, chapéu Panamá

Arreda povo que o malandro vai passar

Com a Caprichosos de Corumbá.


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