Portal de Notícias de MS em 07 de Agosto de 2023
Álvaro Rezende/Governo do Estado
Levantamento traz a confirmação de que todos os 79 municípios do Estado têm a presença de povos indígenas
Apesar do crescimento de 51,04%, Mato Grosso do Sul que até então tinha o 2º maior número de indígenas do País foi para a 3ª colocação, ficando atrás do Amazonas e da Bahia.
Este é o maior levantamento de dados indígenas da história do IBGE, e traz ainda a confirmação de que todos os 79 municípios do Estado têm a presença de povos indígenas.
Para a secretária-adjunta de Turismo, Esporte, Cultura e Cidadania, Viviane Luiza, os dados divulgados hoje pelo IBGE seguirão sendo os norteadores para a construção de políticas públicas eficientes, independente da colocação do Estado a nível nacional.
“São indicadores importantes para que possamos avaliar as demandas de cada comunidade indígena, e fazer com que as ações cheguem lá na ponta a quem realmente mais precisa”, destaca.
Durante a apresentação dos dados, a equipe que coordenou o Censo em MS explicou questões técnicas, inovações e as mudanças metodológicas da coleta. Um dos pontos levantados pelo coordenador do Censo em Dourados, Leandro Cabral, foi quanto à atualização da cartografia censitária.
“É muito importante que a gente tivesse, para poder fazer um trabalho mais qualificado possível, mapas e imagens de satélites atualizadas. Trabalhamos com muita parceria da Funai, Agraer, lideranças indígenas para poder identificar onde a população estava ou poderia estar em Mato Grosso do Sul, além de fazer um treinamento específico dos recenseadores que atuaram nas áreas indígenas”, explica.
Seguindo o princípio da autodeclaração, a população questionada pelo IBGE poderia responder que é indígena dentro do quesito cor ou raça, ou se estivesse em localidade indígena se considerava pessoa indígena.
“As opções eram branca, preta, amarela, parda ou indígena. Se o morador respondesse indígena, já partiria para o questionário de perguntas específicas sobre etnia, grupo índigena, língua”, destacou Leandro.
Pela primeira vez o IBGE também trabalhou com o pertencimento, dando a possibilidade da pessoa responder que se considerava indígena.
“Uma inovação do Censo 2022, para a gente conseguir ampliar a melhoria na captação daquela população que não se declarava indígena, mas se considerava, porque tem a questão do pertencimento da sua etnia”, ressaltou a coordenadora do Censo em Mato Grosso do Sul, Elenice Cano.
Segundo o Censo, 82,43% da população indígena entrevistada respondeu que se identificava como indígena no quesito cor ou raça, e 17,57% se considerava indígena.
MS Indígena
Essa primeira etapa do Censo trouxe o número de população indígena tanto dentro quanto fora das terras indígenas, quantidade de domicílios, localidades e quais são as terras indígenas reconhecidas até julho de 2022.
Num segundo momento, o IBGE vai divulgar os dados referentes às etnias e língua falada.
Álvaro Rezende/Governo do Estado
Genilson Flores e seu caçula são retrato das gerações indígenas de MS
Com o 3º maior número de população indígena do Brasil, MS fica atrás do Estado do Amazonas, que tem 490,8 mil indígenas, e Bahia com 229,1 mil. Somadas, essas três unidades da federação concentram quase metade da população indígena de todo Brasil, correspondendo a 49,38%.
Os cinco maiores municípios de MS em população indígena são: Campo Grande (18.439), Dourados (12.054), Amambai (9.988), Aquidauana (9.428) e Miranda (8.866).
Do total de indígenas em MS, 68.534 mil pessoas moram em terras indígenas e 47.812 residem fora.
A Terra Indígena Dourados tem a 6ª maior população residente indígena do País, com um total de 13.473 mil.
Com os quantitativos populacionais e de domicílios trazidos pelo Censo 2022, o Estado de Mato Grosso do Sul poderá conhecer as condições de vida, habitação, alfabetização, acesso à educação, saúde, saneamento básico e mercado de trabalho da população indígena em todo Mato Grosso do Sul.
Subsecretário de Políticas Públicas para Povos Originários, Fernando Souza ressalta que os dados contribuem para ampliar o conhecimento da diversidade social e territorial indígena de Mato Grosso do Sul, além de subsidiar a criação e implementação de políticas públicas para a cidadania de todos os povos indígenas.
“Pelos dados, o IBGE demonstra que os indígenas estão não só nas comunidades, mas também nas cidades, nas fazendas. Quando nós falamos de políticas públicas, muitas vezes elas não chegam para todos os que estão fora das comunidades. Então, com estes números acreditamos que ficará mais fácil para os órgãos competentes buscarem e apresentarem políticas que cheguem a todos os indígenas, tanto na educação, saúde como também moradia”, pontua o subsecretário.
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