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Vereadores discutem alternativas para agilizar fluxo de veículos e pessoas na fronteira com a Bolívia

Da Redação em 23 de Fevereiro de 2021

Divulgação/Câmara de Corumbá

Desde o reforço da fiscalização, motoristas aguardam por horas a travessia na fronteira

A barreira de fiscalização montada pela Polícia Federal e Força Nacional no Posto Esdras, na fronteira de Corumbá com a Bolívia, está travando o fluxo de veículos e de pessoas que chegam ou que saem do Brasil, formando longas filas.

O assunto foi levantado na sessão de ontem, segunda-feira, 22, na Câmara Municipal, pelo presidente do Poder Legislativo corumbaense Roberto Façanha, e foi bastante discutido entre os vereadores presentes. “Não somos contra fiscalização, isso é importante. Mas, o que ocorre é que, a partir da instalação dessa barreira na fronteira, o fluxo está bastante lento e isso acaba trazendo problemas principalmente para Corumbá”, comentou Façanha.

O vereador lembrou que Corumbá atravessa uma crise econômica sem precedentes devido à pandemia da covid-19, e “a nossa salvação está sendo o cidadão boliviano que, com o dólar em alta, atravessa a fronteira para fazer compras em nossa cidade, movimentando a economia local”.

De fato, nos últimos meses, o comércio local tem sobrevivido graças aos bolivianos. “Tem pessoas que vem de Santa Cruz para comprar aqui. Eles estão movimentado o nosso centro comercial, os supermercados, enfim, estão aquecendo a economia local. Mas, com a fiscalização na fronteira e a demora que está ocorrendo, eles vão acabar desistindo de vir para cá e quem perde com isso somos nós”, disse.

“No início do mês, fui à Bolívia e fiquei em uma fila durante quatro horas para atravessar a fronteira. Conversei na época com as autoridades locais e fui informado que se trata de uma fiscalização conjunta da Polícia Federal e da Força Nacional e que o trabalho integra as ações do governo por mais segurança e mais fiscalização no Brasil por conta da pandemia. Mas, estamos chegando no final de fevereiro e a situação continua a mesma. São necessárias ações para o fluxo voltar ao normal”, cobrou Façanha.

Divulgação/Câmara de Corumbá

Roberto Façanha, presidente da Câmara de Corumbá

Por isso mesmo o vereador conclamou toda a Câmara a unir esforços, para buscar uma solução para manter os bolivianos visitando a cidade, fazendo suas compras, movimentando não só o centro comercial e supermercados, mas a rede hoteleira, os restaurantes, enfim, movimentando a economia local.

Fiscalização na BR

O vereador Chicão Vianna, por sua vez, lembrou que esse era justamente o tema que o levou a se inscrever para fazer uso da palavra no plenário. “Foi justamente essa situação que me levou a apresentar um Projeto de Resolução, com a instituição da Comissão de Relações Exteriores e Direito Internacional, dentro das comissões permanentes, para tratar de assuntos como este, e buscar soluções”, destacou.

“Cito como exemplo a cidade de Ponta Porã, cuja divisa com Pedro Juan Caballero é uma rua. A fiscalização ocorre, é rigorosa, mas acontece na BR, em um posto montado para esse fim. Aqui deveria ocorrer o mesmo. A fiscalização poderia ser no Buraco das Piranhas ou antes da Estrada Parque, na BR-262, liberando a fronteira”, sugeriu.

Disse já ter inclusive tratado do assunto com a deputada federal Bia Cavassa, na busca de levar o tema para Brasília e debater o assunto na esfera federal. “Os bolivianos estão movimentando a nossa economia. No carnaval, que não houve, a rede hoteleira estava lotada. Sabe quem estava hospedado? Os bolivianos, apesar da longa espera em filas para atravessar a fronteira. Vamos buscar soluções pedindo apoio dos nossos parlamentares em Brasília”.

Quem também comentou o assunto foi o vereador Manoel Rodrigues que, já há algum tempo, demonstra preocupação com a longa fila e dias de espera que os motoristas de carretas que transportam mercadorias para a Bolívia, são obrigados a enfrentar, para continuar viagem. Por isso mesmo ele sugeriu que a passagem ocorra em outro local e não no Posto Esdras.

Revelou ainda a intenção de empresários locais em mudar toda uma estrutura para Porto Murtinho, justamente para evitar os problemas enfrentados em Corumbá. “Precisamos encontrar uma solução ou os nossos empresários vão acabar optando por se instalar em Murtinho, o que será um desastre ainda maior para a nossa economia”, previu.

Destacou a proposta de Chicão pela criação da Comissão de Relações Exteriores e Direito Internacional, e a necessidade de buscar alternativa, criar estratégia “para manter e trazer cada vez mais bolivianos para visitar e fazer compras em Corumbá, movimentar a economia local”, completou.

As informações são da assessoria de imprensa da Câmara de Corumbá. 

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