Leonardo Cabral em 25 de Novembro de 2019
Anderson Gallo/Diário Corumbaense
Coletiva foi realizada no gabinete do prefeito Marcelo Iunes
Também participaram da coletiva, o secretário municipal de Governo, Cássio Augusto da Costa Marques, o tenente-coronel Blondé, representando a 18ª Brigada de Infantaria de Fronteira, representando o 6º Distrito Naval, Jucemir Ramos de Macedo e Rooney dos Santos Souza, técnico da Secretaria de Educação.
Iunes ressaltou a importância de Corumbá ter sido contemplada pelo projeto, já que o município mostrou interesse em participar dando o nome de três instituições: Clio Proença, Almirante Tamandaré e a escolhida, José de Souza Damy.
“Estamos felizes com a notícia. Acreditamos que é uma forma de termos um modelo de ensino que está dando certo em alguns Estados, mas a nossa preocupação é, o que eles vão dar para poder ajudar? Pois não adianta apenas implantar, isso representa gastos, mesmo com a verba que será destinada pelo projeto que é de R$ 1 milhão, mas adianto que os alunos da escola Damy vão receber normalmente os uniformes e os kits escolares da Prefeitura, que já estão garantidos para o início do próximo ano letivo”, falou lembrando que o projeto é de caráter experimental.
O secretário de Educação, Genilson Canavarro, lembrou que Corumbá teve uma semana de prazo para aderir ao projeto, que inicialmente foi proposto à Escola Municipal Tilma Fernandes, no bairro Cervejaria, mas não houve interesse da comunidade escolar. Foi quando as três instituições sugeridas aceitaram participar do projeto.
Anderson Gallo/Diário Corumbaense Secretário de Educação e Prefeito reforçaram que mesmo com o projeto, a SEMED ficará responsável pela unidade escolar
Entre as exigências, ter entre 500 a mil alunos matriculados regularmente no ensino fundamental; baixo índice no Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica), consulta à comunidade escolar, a questão da vulnerabilidade escolar e por Corumbá estar localizada na faixa de fronteira.
Genilson Canavarro explicou que o projeto piloto, uma gestão de colaboração cívico-militar, já começa a valer para o ano letivo de 2020, mas isso não significa que os militares irão tomar conta da unidade escolhida para integrar o projeto.
“A partir de 2020 esse modelo de gestão compartilhada estará valendo para o Damy, porém, isso não quer dizer que os militares vão decidir as situações da escola. Continuará o professor na sala de aula baseado na LDB e legislação, não mudará nada ao atendimento que é um regime de colaboração de gestão escolar e gestão educacional. Serão trabalhados o didático pedagógica supervisão e psicopedagogia da escola, atuando no eixo educacional, formação integral do cidadão, melhorando o ambiente escolar, administrativo, organização da escola, utilizando recursos disponíveis para melhorar o rendimento dos alunos no que se refere ao Ideb”, frisou o secretário reforçando que as matrículas seguem de forma normal.
Com o programa, o MEC destinará R$ 54 milhões para levar a gestão de excelência cívico-militar para 54 escolas, sendo R$ 1 milhão por instituição de ensino. São dois modelos. Em um, de disponibilização de pessoal, o MEC repassará R$ 28 milhões para o Ministério da Defesa arcar com os pagamentos dos militares da reserva das Forças Armadas. Os outros R$ 26 milhões vão para o governo local aplicar nas infraestruturas das unidades com materiais escolares e pequenas reformas — nestas escolas, atuarão policiais e bombeiros militares.
Anderson Gallo/Diário Corumbaense Escola José de Souza Damy está localizada no bairro Cristo Redentor, parte alta da cidade
Antes do início das aulas, pontos focais das secretarias de Educação estaduais e municipais, diretores, professores, militares e profissionais de educação participarão de uma formação presencial e/ou à distância. Entre os temas que serão abordados estão o projeto político-pedagógico, as normas de conduta, avaliação e supervisão escolar, além da apresentação das regras de funcionamento das escolas e as atribuições de cada profissional.
Cerca de 1.000 militares da reserva das Forças Armadas, policiais e bombeiros militares da ativa vão atuar na gestão educacional das instituições durante o projeto experimental.
Anderson Gallo/Diário Corumbaense Gestora da escola Damy, Márcia disse que o projeto foi aceito por unanimidade pela comunidade escolar
“A comunidade foi chamada para essa consulta pública que foi aceita por unanimidade. Os receios sempre vão existir, mas teremos um modelo de parceria muito bem-vindo. Nós precisamos sim dessa parceria que vai somar com as ações já realizadas. Estamos numa área de vulnerabilidade, foi um anseio grande dos pais que se fosse implantando o projeto que é uma parceria que vai dar certo, ainda mais em função de que os nossos adolescentes vivem no bairro. Com toda certeza a parte burocrática vai ser um acréscimo de parcerias, a nossa mantenedora é a Semed, a ajuda que teremos em conduzir será de forma pedagógica, administrativa e o principal, segurança, que nossos alunos precisam”, falou Márcia.
Clio Proença e Almirante Tamandaré
O secretário municipal de Educação, Genilson Canavarro, também informou que um trabalho paralelo será promovido nas escolas Clio Proença e Almirante Tamandaré e que a pretensão é que essas duas unidades sejam contempladas com o projeto do governo federal futuramente. “O Tamandaré já é apadrinhado pela Marinha. Então vamos buscar o 6º Distrito Naval e o Exército, no caso do Clio, para que possamos fazer uma parceria e já iniciar ali uma ação que beneficie toda a comunidade escolar”, destacou.
Escola Cívico-Militar
O Programa Nacional das Escolas Cívico-Militares é uma iniciativa do Ministério da Educação, em parceria com o Ministério da Defesa, que apresenta um conceito de gestão nas áreas educacional, didático-pedagógica e administrativa com a participação do corpo docente da escola e apoio dos militares. A proposta é implantar 216 Escolas Cívico-Militares em todo o país, até 2023, sendo 54 por ano.
O modelo a ser implementado pelo Ministério da Educação tem o objetivo de melhorar o processo de ensino-aprendizagem nas escolas públicas e se baseia no alto nível dos colégios militares do Exército, das Polícias e dos Corpos de Bombeiros Militares.
Os militares atuarão no apoio à gestão escolar e à gestão educacional, enquanto professores e demais profissionais da educação continuarão responsáveis pelo trabalho didático-pedagógico. Participarão da iniciativa militares da reserva das Forças Armadas, que serão chamados pelo Ministério da Defesa. Policiais e Bombeiros militares poderão atuar, caso seja assim definido pelos governos estaduais e do Distrito Federal.
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