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Médico suspeito de cobrar R$ 1 mil por cirurgia do SUS, continua atendendo em hospital

G1 MS/TV Morena em 14 de Julho de 2019

O médico Ricardo Chauvet, de Corumbá, suspeito de cobrar R$ 1 mil para fazer cirurgia de retirada de um pólipo do útero pelo SUS alegando que não iria "botar a mão no útero por R$ 24", continua atendendo no hospital da cidade. De acordo com o diretor técnico do hospital, Manoel João da Costa, até o momento a direção não tem motivos para afastar o médico, que é contratado.

 

"Por enquanto nós temos uma denúncia e aí eu fazer juízo dele e julgá-lo nesse momento sem nada palpável e sem o conselho de ética estar atuando, não temos como tomar nenhuma providência em relação a esse afastamento ou não", declara.

 

De acordo com Manoel João, o principal a ser preservado no caso será o direito da paciente. "A gente precisa apurar os fatos, então, se existir um mecanismo legal, o jurídico aciona a direção clínica e a direção clínica encaminhará provavelmente esse caso para o Conselho de Ética que provavelmente deve encaminhar para o Conselho Regional de Medicina, dando amplo direito de defesa ao médico e preservando, logicamente, o principal que é o direito do paciente".

 

O caso aconteceu no mês de abril, quando a mulher de 26 anos procurou a maternidade da Santa Casa de Corumbá com uma hemorragia. Foi constatado que ela precisaria retirar um pólipo do útero e o médico que deveria fazer a cirurgia pelo Sistema Único de Saúde (SUS), disse que faria mediante o pagamento de R$ 1 mil.


O casal gravou uma conversa em que uma voz, supostamente do médico, diz que estava cobrando aquele valor porque receberia R$ 24.

 

"Eu não faço pelo SUS, tá? Por motivo simples. O SUS paga R$ 24 pra fazer isso. Eu não vou botar a mão no útero de mulher desse tamanho com cinco cesáreas anteriores por R$ 24". O interlocutor altera a voz quando fala sobre a característica física da paciente.

 

Ela não pagou o valor pedido pelo médico e foi embora do hospital.nAlguns dias após o ocorrido, como a hemorragia não passou, ela procurou o hospital da Marinha em Corumbá onde soube que corre o risco de perder o útero.

 

"Se eu tivesse feito o procedimento certo, no momento certo, eu não teria que ter que perder meu útero hoje. Sou uma mulher muito nova, uma menina de 26 anos perder um útero assim é uma coisa assim, absurda", declara.

 

A reportagem tentou falar com o médico novamente, mas ele não atendeu às ligações. Durante o único contato realizado após a denúncia, o médico negou que tenha cometido alguma ilegalidade e disse que não tinha mais nada a declarar.


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