Da Redação em 15 de Dezembro de 2020
A notícia sobre o possível fechamento da unidade na capital pantaneira surgiu no início de novembro. Na oportunidade, pequenos produtores realizaram um protesto em frente à sede do órgão, pedindo também maior agilidade na regularização de lotes.
Na semana passada, a diretoria do Sindicato dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares de Corumbá-MS, encaminhou um ofício ao presidente da Câmara Municipal, vereador Roberto Façanha, pedindo apoio dos vereadores contra o possível fechamento.
O documento, assinado pelo presidente Dener Alves da Cruz, estava acompanhado de um abaixo-assinado com cerca de duas mil assinaturas de trabalhadores, entre ribeirinhos, assentados, colonos, que são agricultores familiares e cessionários do Incra. “São pessoas que exploram terras da União, não possuem documento definitivo de posse (matrícula da terra) e dependem do apoio e das ações do Incra para comprovar que, de fato, estão trabalhando e tirando seu sustento da exploração dessas terras”, citou.
Durante a sessão de ontem, o presidente da Casa de Leis, Roberto Façanha, em nome dos vereadores presentes, apresentou um requerimento endereçado às autoridades competentes para que intervenham e evitem o fechamento da unidade na cidade.
O pedido foi direcionado à ministra de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina Corrêa da Costa Dias; ao governador do Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja; à direção regional do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA), Antônio de Castro Vieira; ao presidente da Assembleia Legislativa, Paulo Corrêa; ao deputado estadual Evander Vendramini e ao prefeito de Corumbá, Marcelo Iunes.
“É uma luta de todos nós vereadores junto com a diretoria do Sindicato dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares de Corumbá-MS”, explicou Façanha, ressaltando que a unidade está na cidade há quase 50 anos, muito antes de serem criados os assentamentos na região, e sempre desenvolveu o trabalho de pesquisa, vistoria, demarcação das terras da União, que formam a imensa área da planície pantaneira, bem como, denunciando e levando à justiça, os crimes ambientais, ocupações e explorações irregulares dessas áreas, dando todas informações e sendo um órgão essencial para soluções desses problemas.
Assentamentos
Nas décadas de 1980 e 1990, numa ação para abrigar trabalhadores do Paraná, que perderam suas terras para a construção da usina de Itaipu, e para atender demandas dos trabalhadores que gritavam por reforma agrária, foram criados os assentamentos Tamarineiro, com 125 lotes; Urucum, com 87 lotes; Mato Grande, com 50 lotes; Taquaral, com 394 lotes; Tamarineiro 2, com 323 lotes; Paiolzinho, com 70 lotes; Setenta e Dois, em Ladário, com 85; e São Gabriel, já na década de 2000, com 272 lotes.
São 1.406 famílias assentadas. Desse total, no entanto, apenas 361 tem título da terra. As outras 1.045 famílias assentadas necessitam das ações do Incra nos assentamentos, lembrando que nesses 30 anos, muitas famílias desistiram e outras foram assentadas em seu lugar.
As informações são da Assessoria de Imprensa da Câmara Municipal.
03/11/2020 Suposto fechamento do Incra em Corumbá mobiliza produtores dos assentamentos
No Diário Corumbaense, os comentários feitos são moderados. Observe as seguintes regras antes de expressar sua opinião:
Os comentários são de responsabilidade de seus autores e não representam a opinião deste site. O Diário Corumbaense se reserva o direito de, a qualquer tempo, e a seu exclusivo critério, retirar qualquer comentário que possa ser considerado contrário às regras definidas acima.