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PF aguarda conclusão de perícia para apontar responsáveis por queimadas no Pantanal

Leonardo Cabral em 15 de Setembro de 2020

Divulgação/PF

Polícia Federal realizou perícia nas fazendas alvos da operação no Pantanal

A Operação Matáá, deflagrada pela Polícia Federal, cumpriu oito mandados de busca e apreensão na segunda-feira (14), duas na cidade e outras seis em propriedades rurais, para apontar os responsáveis pelos focos de queimadas no Pantanal. O fogo, segundo a PF, já devastou mais de 25 mil hectares do bioma pantaneiro, atingindo Áreas de Preservação Permanentes e os limites do Parque Nacional do Pantanal Mato-grossense e da Serra do Amolar.

O delegado da Polícia Federal, Alan Wagner Nascimento Givigi, disse ao Diário Corumbaense que nas fazendas nada foi apreendido. “Nas buscas das fazendas não foi apreendido nada. Só foram feitas as perícias e funcionários ouvidos sobre o que envolve a operação”, afirmou.

Ainda segundo ele, é a partir do trabalho da perícia é que se poderá chegar aos responsáveis, porém, não há um prazo definido para encerrar a operação.

Além de propriedades rurais, duas residências foram alvo da operação em Corumbá, resultando na apreensão de munições, armas de fogo, além de documentos e aparelhos celulares que poderão ajudar nas investigações. Um homem, dono das armas. foi levado para a sede da PF, onde foi lavrado o flagrante por posse ilegal de arma de fogo.

Divulgação/PF

Armas, munições, celulares e documentos apreendidos pela PF

Também houve buscas na cidade de Campo Grande, onde foram cumpridos dois mandados, totalizando 10 durante a operação.

A operação

A Operação Matáá tem a finalidade de apurar a responsabilidade criminal pelas queimadas na região do Pantanal Sul. Por meio da análise de imagens de satélites e o sobrevoo das áreas, a Polícia Federal conseguiu identificar a evolução diária dos focos de queimadas da região.

Conforme a PF, os investigados poderão responder pelos crimes de dano a floresta de preservação permanente (Art. 38, da Lei nº 9.605/98), dano direto e indireto a Unidades de Conservação (Art. 40, da Lei nº 9.605/98), incêndio (Art. 41, da Lei nº 9.605/98) e poluição (Art. 54, da Lei nº 9.605/98), cujas penas somadas podem ultrapassar 15 anos de prisão. As ordens judiciais foram expedidas pelo Juízo da 1ª Vara Federal de Corumbá.

De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), são mais de quatorze mil e setecentos focos de incêndios no Bioma Pantanal, de janeiro até agora.

A operação denominada “Matáá" significa fogo no idioma guató e faz referência aos índios pantaneiros que vivem nas proximidades das áreas atingidas pelos incêndios florestais.