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Operação que apura responsáveis por queimadas já apreendeu armas de fogo e celulares

Leonardo Cabral em 14 de Setembro de 2020

Divulgação/PF

Armas e munições apreendidas pela operação da PF

A Polícia Federal já apreendeu celulares, documentos, armas de fogo e munição, em duas residências, alvos da Operação Matáá, deflagrada nesta segunda-feira, 14 de setembro, em Corumbá e Campo Grande. A operação tem a finalidade de apurar a responsabilidade criminal pelas queimadas na região do Pantanal Sul.

Ao Diário Corumbaense, o delegado da Polícia Federal, Alan Wagner Nascimento Givigi, adiantou que três armas de fogo já foram apreendidas.

“Não estavam registradas, além delas, encontramos munições também. Nas duas residências foram apreendidos documentos e celulares”, disse frisando que as equipes ainda estão em campo e que um homem, dono das armas, foi levado para a sede da PF. “Está sendo lavrado o flagrante por posse irregular de arma”, completou.

Ao todo, 10 mandados de busca e apreensão estão sendo cumpridos. Dois em Campo Grande e oito em Corumbá, sendo dois na área urbana e seis em fazendas que ficam no Pantanal. Os agentes seguiriam de helicóptero para os locais, mas a fumaça das queimadas prejudica a visibilidade e as equipes tiveram que ir de barco para as propriedades. A ação deve durar o dia todo.

A investigação

Por meio da análise de imagens de satélites e o sobrevoo das áreas, a Polícia Federal conseguiu identificar o início e a evolução diária dos focos de queimadas da região. O dano ambiental apurado supera mais de 25 mil hectares do bioma pantaneiro, atingindo Áreas de Preservação Permanente e os limites do Parque Nacional do Pantanal Mato-grossense e da Serra do Amolar.

Divulgação/PF

Equipe da PF segue de barco para cumprir mandados de busca e apreensão em fazendas no Pantanal

De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, são mais de quatorze mil e setecentos focos de incêndios no Bioma Pantanal, de janeiro até agora. 

Os investigados poderão responder pelos crimes de dano à floresta de preservação permanente (Art. 38, da Lei no 9.605/98), dano direto e indireto à Unidades de Conservação (Art. 40, da Lei no 9.605/98), incêndio (Art. 41, da Lei no 9.605/98) e poluição (Art. 54, da Lei no 9.605/98), cujas penas somadas podem ultrapassar 15 anos de prisão.

Participam da fase ostensiva da operação 31 policiais federais. As ordens judiciais foram expedidas pelo Juízo da 1ª Vara Federal de Corumbá/MS.

A operação denominada “Matáá" significa fogo no idioma guató e faz referência aos índios pantaneiros que vivem nas proximidades das áreas atingidas pelos incêndios florestais.