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Governo da Bolívia determina fechamento total de fronteiras e decreta Estado de Emergência Sanitária

Leonardo Cabral em 26 de Março de 2020

Diário Corumbaense

Medida começou a valer à zero hora de hoje e só caminhões, com cargas de alimentos e combustível, podem passar

A Bolívia decretou Estado de Emergência Sanitária em todo o território nacional. A medida reforça ainda mais a quarentena no país e, entre as ações anunciadas na noite de quarta-feira (25) pela presidente Jeanine Añez, no Palácio Quemado, em La Paz, está a ordem de fechamento total das fronteiras, incluindo a região da Província de German Busch com Corumbá.

O novo pacote, mais rígido, está valendo desde à zero hora desta quinta-feira (26) e inclui autorização da circulação de pessoas nas ruas, seguindo a ordem da numeração da carteira de identidade.

A presidente interina disse que, apesar da emergência de saúde, os bolivianos ainda resistem em cumprir a quarentena inicada no domingo, 22, e por isso teve que endurecer as regras. 

"Não é possível que haja pessoas que não cumpram a quarentena, é lei. Nos últimos dias, a teimosia de alguns cidadãos fez com registrássemos um aumento do risco de contágio na Bolívia, então, anunciamos o estado de emergência sanitária para impor essa quarentena", afirmou Añez.

Ainda de acordo com ela, a medida permitirá ao governo promover uma participação mais ativa das Forças Armadas e da Polícia no combate a essa pandemia.

"Por esse estado de emergência sanitária, é declarado o fechamento total das fronteiras, ninguém sai e ninguém entra no país, exceto por razões de segurança e saúde. É proibida a circulação de veículos públicos e privados, exceto os veículos motorizados de segurança e saúde”, afirmou a presidente.

Outra disposição estabelece que apenas uma pessoa por família pode deixar sua casa, das 07h às 12h, para comprar alimentos e necessidades básicas.

Sujeito a multa e prisão

Além disso, existem restrições: na segunda-feira, apenas as pessoas com carteira de identidade que terminam entre os números 1 e 2 sairão; na terça-feira, as pessoas com carteira de identidade que termina entre 3 e 4; na quarta-feira, entre 5 e 6; quinta-feira, 7 e 8 e na sexta-feira, as que terminam entre 9 e 0. Já sábado e domingo ninguém pode sair de casa, conforme a nova medida.

"Ninguém pode deixar suas casas, exceto em emergências médicas e de segurança. Quero anunciar que os infratores terão uma multa de 1.000 bolivianos. Os motoristas serão presos por oito horas e também receberão uma multa de 2.000 bolivianos”, anunciou Jeanine Añez.

Por outro lado, ela explicou que, para preservar a saúde dos idosos que recebem o “Benefício da Dignidade”, o Governo aprovará um decreto para autorizar um membro da família a poder receber em nome do beneficiário.

Ajuda governamental

O estado de emergência sanitária anunciado pela chefe de estado, não apenas reforça medidas restritivas, mas também define uma série de ajuda do governo às famílias bolivianas.

O governo entregará uma cesta familiar gratuita que será distribuída para 1.600.000 casas, além de o Executivo pagar, por três meses (abril, maio e junho), as contas de energia elétrica às famílias que consomem a média de 120 bolivianos. Da mesma forma pagará 50% da conta de água potável.

O Estado de Emergência Sanitária segue até 15 de abril em todo território andino.

Fronteira com Corumbá

Apenas caminhões com cargas, como alimentação e combustível, podem cruzar a ponte da Amizade entre Bolívia e Brasil. Militares do Exército e da Armada Boliviana estão no Posto Fronteirizo, cumprindo a determinação de não permitir a entrada e saída de ninguém no País. 

Porém, a região é de fronteira seca e existem trilhas clandestinas e ainda o transporte pelo rio, que têm difícil combate tanto do lado boliviano como do brasileiro. 

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