Campo Grande News em 15 de Julho de 2019
O cabo Dijavan Batista dos Santos, 37, foi levado no fim de semana de Dourados para o Presídio Militar em Campo Grande. Há uma semana, ele matou com um tiro no peito que transfixou no pescoço o bioquímico Julio Cesar Cerveira Filho, 43, na sala 1 do cinema do Shopping Avenida Center, o único da cidade localizada a 233 km de Campo Grande.
Um dos advogados do PM, Leonardo Arosio, disse à reportagem que a defesa ainda analisa se vai pedir a revogação da prisão preventiva ou habeas corpus ao Tribunal de Justiça.
O inquérito sobre o assassinato é conduzido pelo delegado Francis Flávio Tadano Araújo Freire, da 2ª Delegacia de Polícia Civil. Como se trata de réu preso, ele tem dez dias para concluir a investigação. O prazo termina na quinta-feira (18).
Dijavan afirma que a morte ocorreu após confusão supostamente iniciada por Julio Cesar por causa da poltrona que ocupava. Julio estaria na poltrona escolhida pelo filho do PM no momento em que comprou a entrada.
Lotado na PMA (Polícia Militar Ambiental), Dijavan também alega ter sido xingado e agredido fisicamente pela vítima. Ele diz que o bioquímico teria dado um soco no rosto de seu filho, de 14 anos, e que a arma disparou ao se desequilibrar na saída da sala.
O juiz que decretou a prisão preventiva do policial, Eguiliell Ricardo da Silva, afirma que “o delito teria sido perpetrado dentro da sala de cinema lotada de pessoas, no período vespertino, em uma sessão de filme destinado ao público jovem e em período de férias escolares, causando enorme tumulto, correria e clamor social, o que evidencia a gravidade concreta da conduta imputada, na medida em que a ação pode ter colocado em risco a vida de várias pessoas”.
Já o promotor Luiz Eduardo Sant'anna Pinheiro chamou a atenção para o fato de que o policial militar não estava no exercício de suas funções e ainda com uma arma ilegal. “O crime foi praticado na presença de todos os ocupantes da sala de cinema, muitos deles, crianças de tenra idade, colocando em risco a população ali existente e gerando pânico a todos, que estavam em um ambiente escuro, sem visibilidade. A vítima estava desarmada. A arma de fogo que o representado portava – uso restrito – não possuía registro, portanto, ilegal”, afirmou o promotor.
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