Campo Grande News em 10 de Julho de 2019
Em audiência de custódia encerrada esta tarde, o juiz Eguiliell Ricardo da Silva, da 3ª Vara Criminal, negou pedido da defesa e manteve a transferência do policial militar Dijavan Batista dos Santos, 37, para o Presídio Militar em Campo Grande. Dijavan está preso por matar, na segunda-feira (08), o bioquímico Julio Cesar Cerveira Filho, 43, dentro do cinema do Shopping Avenida Center, em Dourados, a 233 km de Campo Grande.
Representada pelos advogados Leonardo Francisco Arosi, Paulo Rogério da Mota, Thalita Rafaela Gonçalves Peixoto Victor Jorge Matos, a defesa pediu que Dijavan continuasse recolhido no quartel da Polícia Militar Ambiental, onde está desde o dia do crime. A sede da PMA em Dourados fica a 200 metros do local do crime.
“Indefiro o requerimento de manutenção do autuado no Comando de Polícia Militar Ambiental, tendo em vista que a unidade penal própria para custódia de presos militares, ainda que provisórios, é o Presídio Militar Estadual”, decidiu o juiz.
A morte ocorreu durante confusão supostamente por causa da poltrona ocupada pelo filho do PM, de 14 anos de idade. Julio estava acompanhado da filha adolescente. Pelo menos 150 pessoas, a maioria crianças, lotava a sala 1 no momento do crime. Todos assistiam ao filme “Homem Aranha – Longe de Casa”.
Ontem, o juiz Eguiliell Ricardo da Silva já tinha transformado o flagrante em prisão preventiva, “para resguardar a ordem pública e para conveniência da instrução penal”.
Para o juiz douradense, “o delito teria sido perpetrado dentro de uma sala de cinema lotada de pessoas, no período vespertino, em uma sessão de filme destinado ao público jovem e em período de férias escolares, causando enorme tumulto, correria e clamor social, o que evidencia a gravidade concreta da conduta imputada, na medida em que a ação pode ter colocado em risco a vida de várias pessoas”.
Já o promotor Luiz Eduardo Sant'anna Pinheiro chamou a atenção para o fato de que o policial militar não estava no exercício de suas funções e ainda com uma arma ilegal. “O crime foi praticado na presença de todos os ocupantes da sala de cinema, muitos deles, crianças de tenra idade, colocando em risco a população ali existente e gerando pânico a todos, que estavam em um ambiente escuro, sem visibilidade. A vítima estava desarmada. A arma de fogo que o representado portava – uso restrito – não possuía registro, portanto, ilegal”, afirmou o promotor.
O advogado de Dijavan, Victor Matos, disse à reportagem que a defesa ainda analisa o caso para decidir qual providência adotar para tentar a liberdade provisória do acusado.
Já o advogado Pedro Teixeira Silva, que representa a família de Julio Cesar Cerveira Filho, divulgou nota nesta quarta-feira informando que os familiares da vítima não vão se pronunciar por enquanto e pede respeito ao luto.
“O momento requer parcimônia, humanidade e sensibilidade, uma vez que todos os fatos estão sendo elucidados pela investigação e as notícias veiculadas dão conta tão somente da versão do acusado, autor do disparo que culminou nesta tragédia, exposta em seu depoimento à Polícia Civil”, diz a nota.
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ARMANDO ANTONIO JUNIOR: Concordo com a decisão do juiz, o local adequado se só existe na capital é pra lá que o criminoso deve ser levado, infelizmente esse é mais um caso de uma pessoa que por ser policial acha que tem o direito de resolver qualquer desavença com uma arma, homem que é homem resolve as diferenças na conversa.
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