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Ato no Jardim da Independência marca Dia Nacional do Surdo

Lívia Gaertner em 26 de Setembro de 2017

Fotos: Anderson Galloi/Diário Corumbaense

Cerimônia reuniu representantes de várias entidades no Jardim da Independência

Um ato cultural no Jardim da Independência marcou o Dia Nacional do Surdo em Corumbá. Instituída, em 2008, por meio da lei 11.769, a data lembra a criação da primeira Escola de Surdos no Brasil na cidade do Rio de Janeiro, em 26 de setembro de 1857. Na época, o Imperador Dom Pedro II convidou o professor surdo E. Huet, da França, para vir ao Brasil lecionar aulas para crianças surdas.

Em Corumbá, um professor também surdo faz carreira dentro da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul. Com apenas, 26 anos de idade, dos quais sete dedicados ao ensino de Libras – Língua Brasileira dos Sinais, João Paulo Miranda é exemplo para muitos surdos que sonham em ocupar um lugar no mercado de trabalho e ainda promover a cultura surda na sociedade.

João Paulo contou ao Diário Corumbaense que nasceu surdo e, ainda criança, foi submetido pela família a várias tentativas de oralização, porém com muito pouco sucesso. Posteriormente, ele frequentou uma escola que trabalhava o conceito da inclusão onde haviam outros alunos que também não ouviam. A partir desse momento, ele passou a se comunicar com os sinais.

Com a ajuda de intérprete, professor João Paulo Miranda contou sua trajetória de vida e formação profissional

Os estudos sempre o acompanharam e João não queria saber de parar até que chegou na faculdade. O curso escolhido foi Letras (Língua Portuguesa/Libras) que concluiu e já saiu para um emprego em uma escola especializada em Campo Grande, onde permaneceu por 4 anos até que surgiu o concurso da UFMS para o Campus do Pantanal e, superando o receio, se submeteu ao processo seletivo e foi aprovado.

“As pessoas falam bastante sobre surdos, mas precisam treinar mais, Libras. É fácil, em um ano, a pessoa consegue falar. Precisamos de mais intérpretes em todos os lugares: bancos, fórum, enfim, em todos os ambientes que um cidadão frequenta”, avalia o professor, que é pós-graduado em Libras.

Silvana Arruda, supervisora de programas de inclusão escolar e diversidade, da Secretaria Municipal de Educação, lembrou que, em Corumbá, há dez alunos surdos nas unidades escolares do município, desde a educação infantil até o EJA – Ensino de Jovens e Adultos. Ela estimou que existam 45 milhões de pessoas surdas no país e que a data vem para estimular a presença e debates sobre essas pessoas na sociedade.

“O objetivo desse dia é valorizar a cultura surda proporcionando a integração dessas comunidades e divulgar a Libras no município. Trabalhar a Libras entre as famílias para fortalecer uma ação e interação entre elas e seus filhos surdos”, disse.

Silvana explicou que a REME desenvolve um forte trabalho de inclusão. “Começa pela seleção dos profissionais, quando selecionamos os cadastros para chamá-los. Os surdos são acolhidos em cada unidade escolar, com os intérpretes, fazem o contra turno escolar no Atendimento Educacional Especializado (AEE), para o aprimoramento da Libras. Também oferecemos cursos de Libras destinados à família”, complementou.

O evento contou com participação de alunos da Escola Especializada Reino do Amor – da Associação de Paes e Amigos dos Excepcionais (APAE), estudantes da Rede Municipal de Ensino (REME), integrantes da Pedspan (Instituto de Pessoas com Síndrome de Down do Pantanal e do Conselho Municipal de Pessoa com Deficiência.

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