Leonardo Cabral em 23 de Outubro de 2024
Divulgação/Corpo de Bombeiros Militar
Chuvas pontuais ainda não foram suficientes para extinguir todos os focos de incêndio
Incêndio na região do Passo do Lontra, microrregião da Nhecolândia, em Corumbá, continua sendo uma das principais preocupações da Operação Pantanal, devido a proximidade com áreas críticas, como as residências da comunidade local. Duas equipes formadas por militares do Corpo de Bombeiros e da Força Nacional, permanecem no local, realizando o monitoramento das áreas queimadas. Ontem (22), não foi necessária nova ação de combate.
Foi detectado um foco de incêndio na área do Parque Estadual Pantanal do Rio Negro (PEPRN), próximo ao rio, entre os municípios de Miranda e Corumbá. Na terça-feira, as equipes de solo continuaram com o combate e o rescaldo, mantendo a situação sob controle.
O Grupamento de Operações Aéreas (GOA) do CBMMS realizou sobrevoos de reconhecimento, mas não precisou intervir diretamente no combate. O monitoramento via satélite permanece contínuo, e as equipes de solo retornaram hoje (23) ao local para finalizar os trabalhos e assegurar que o incêndio esteja completamente extinto.
No Paiaguás
Pontos de calor foram detectados por satélite na região de Paiaguás, quase na divisa com o Mato Grosso, porém, após contato com proprietários rurais da área, foi informado que não havia necessidade de ações de combate no local.
A região é alagada e contém uma grande quantidade de turfa, material orgânico que retém muita umidade, tornando a propagação de incêndios menos provável. Apesar disso, a Sala de Situação do Sistema de Comando de Incidentes (SCI) segue monitorando continuamente a área.
Ainda na microrregião do Paiaguás, às margens do rio Taquari, equipes de combate lotadas nas Bases Avançadas Dois de Maio e São Sebastião Grande seguem monitorando focos de incêndio que atingem a área, que fica nas proximidades da Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) Santa Cecília II, uma unidade de conservação ambiental.
A influência do rio Taquari na região cria um ambiente repleto de corixos, canais naturais que contribuem para o enchimento e alagamento da área, o que, por um lado, pode dificultar a propagação das chamas, mas também complica as operações em solo. Por isso, o monitoramento contínuo tem sido essencial para evitar que o incêndio se aproxime das áreas de maior valor ambiental.
Troca de equipes
Na terça-feira (22) também iniciou-se um novo ciclo na Temporada de Incêndios Florestais, em que 44 militares foram designados para substituir e complementar as equipes, tanto as que estão empenhadas nas diversas áreas de combate ativo no Estado, quanto as equipes que compõem o Sistema de Comando de Incidentes (SCI) em Campo Grande e Corumbá, assumindo as funções de planejamento, logística, operações, geomonitoramento, finanças e relações públicas, além dos militares que integram o Grupamento de Operações Aéreas (GOA).
Área queimada
A área queimada em MS e MT chega a 2.449.750 hectares de 1º de janeiro deste ano até 15 de outubro, o que representa uma redução de 28,6% em relação ao mesmo período de 2020, quando foram queimados 3.429.300 hectares (considerada até então, a pior temporada de incêndios no Pantanal de MS).
Os números são do Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais do Departamento de Meteorologia da UFRJ. O Pantanal de Mato Grosso do Sul tem 9 milhões de hectares, correspondendo a 65% do total da região pantaneira que ainda se estende ao Mato Grosso, ao Paraguai e à Bolívia. O bioma passa pela pior estiagem dos últimos 70 anos.
Com informações da assessoria de comunicação da Operação Pantanal.
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