Globo Esporte em 03 de Setembro de 2024
Com o guia Guilherme Santos, Yeltsin bateu o próprio recorde da prova
"Na semifinal já mostramos para o que viemos (ao liderar). Foi uma prova fantástica, repetindo o feito de Tóquio. Ganhar de novo com recorde mundial de novo... Estou muito feliz com todo o trabalho. Tive uma lesão, me recuperei, depois sofri com uma virose que acabou atrapalhando nos 5.000m, mas as expectativas eram as melhores possíveis. Nos 1.500m eu acreditava que conseguia até um pouquinho mais forte. Fiquei muito feliz de o Julio estar aqui e conquistar essa medalha também. O Brasil tem se tornado uma potência no meio fundo e no fundo. A gente vai ser inspiração para as próximas gerações", disse Yeltsin.
Assim como nos Jogos de Tóquio, Yeltsin dominou a prova e bateu o recorde mundial. No Japão, ele completou os 1.500m em 3m57s60. Em Paris, correu para 3m55s82 com o guia Guilherme Santos. O etíope Yitayal Silesh Yigzaw ficou com a prata (4m03s21), e Julio Cesar completou o pódio com o guia Micael dos Santos (4m04s03).
Na final desta terça, Julio puxou o pelotão na primeira volta. O equatoriano Jimmy Caicedo tentou escapar na segunda volta, mas logo no início da terceira volta foi Yeltsin quem disparou e não largou mais a liderança, só abriu vantagem em busca do recorde mundial, deixando a briga pelo segundo lugar. Julio ficou na segunda posição até a metade da última volta, quando foi ultrapassado pelo etíope, mas segurou o ataque do japonês Kenya Karasawa na reta final para assegurar o bronze.
"Foi uma prova dura. dei o meu melhor. saio feliz, de cabeça erguida, com duas medalhas paralímpicas. Parabéns ao Yeltsin. Fiquei muito feliz pelo recorde mundial dele e pela nossa dobradinha. Somos uma potência nessas provas. Isso mostra o poder da nossa seleção", disse Julio.
Yeltsin nasceu com baixa visão. Ele iniciou no atletismo para ajudar um amigo totalmente cego a correr e começou a competir nas Paralimpíadas Escolares de 2007. Nos Jogos de Tóquio, foi campeão tanto nos 1.500m como nos 5.000m T11. Com as duas medalhas de Paris, chegou a quatro pódios em Paralimpíadas. Tem também cinco medalhas em Mundiais, incluindo dois ouros.
Julio Cesar Agripino, por sua vez, foi diagnosticado com ceratocone, uma doença degenerativa na córnea, aos sete anos. Ele era atleta convencional do atletismo e migrou para a equipe paralímpica por meio dos treinadores do Centro Olímpico. Desde então, ele disputa na classe T11, categoria dos atletas com deficiência visual. Na lista de conquistas do brasileiro, também estão o ouro nos 1.500m e prata nos 5.000m no Mundial de Kobe, em 2024. Além do ouro nos 1.500m e bronze nos 5.000m nos Jogos Parapan-Americanos de Santiago 2023.
Stephanie Lecocq/Reuters
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