Rosana Nunes e Leonardo Cabral em 26 de Novembro de 2022
Imagem enviada ao Diário Corumbaense
Fronteira reabriu na noite deste sábado após mais de um mês de tráfego interrompido
“A partir deste momento fazemos um quarto intervalo, suspendemos a greve e os bloqueios, sem suspender nossa luta. Continuamos em situação de emergência, saibamos administrar para o benefício de todos", afirmou Calvo.
Diário Corumbaense Ainda à tarde, maquinários retiraram montes de terra que bloqueavam passagem no território boliviano
Enquanto isso, maquinário foi usado para retirar montes de terra usados no bloqueio do lado boliviano.
À noite, por volta das 20h, reunião dos líderes cívicos decidiu pela liberação do tráfego. Mais tarde, caminhoneiros brasileiros que também haviam bloqueado o acesso, retiraram os pneus que faziam barricadas e desmontaram acampamento onde permaneceram por dez dias.
Os primeiros a cruzar a linha internacional foram motocicletas e carros de passeio, logo em seguida, os caminhões, a maioria vazios. Muitos celebraram com gritos a reabertura da fronteira.
O Paro Cívico, como é chamado teve início no dia 22 de outubro pela realização do Censo em 2023. Houve abordagens com o Governo e até a instalação de uma mesa técnica na cidade de Trinidad. Não houve acordos e no final o Governo de Luis Arce decidiu realizar o levantamento nacional em 2024 e prometeu entregar os resultados em setembro do mesmo ano.
"Conseguimos 50% do nosso objetivo. Já com a lei do Censo aprovada na Câmara dos Deputados, agora esperamos a aprovação no Senado e em seguida a publicação por parte do Governo Federal. Essa foi a manifestação mais longa já registrado nos últimos anos aqui na fronteira. Mostra o poder do povo Boliviano. Agora esperamos que tudo volte a normalidade", disse ao Diário Corumbaense, Antônio Mercado, presidente do comitê cívico da província German Busch.
A lei do Censo define norma que estabelece que com base nos resultados do recenseamento se fará a redistribuição de vagas de deputados e senadores para as eleições nacionais em 2025. Além disso, uma nova distribuição econômica será feita para os Estados do País.
Prejuízos
O auditor-chefe da Alfândega da Receita Federal de Corumbá, Erivelto Torrico Alencar, informou que, em valor comercial, 90% são exportações brasileiras e 10%, exportações bolivianas. Logo, os exportadores brasileiros deixaram de faturar R$ 1.012.500.000 (um bilhão, doze milhões e quinhentos mil reais), e os exportadores bolivianos R$ 112.500.000 (cento e doze milhões e quinhentos mil reais) em 25 dias úteis.
A Receita Federal irá se reunir com os representantes do Porto Seco, transportadores, importadores, exportadores e demais órgãos para buscar alternativas para minimizar todo esse impacto causado pelos dias de fronteira fechada.
Já o comércio varejista da cidade, que recebe muitos consumidores bolivianos, calcula que nesses 36 dias, cerca de R$ 3 milhões deixaram de ser movimentados.
Divulgação/Receita Federal
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