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Fronteira de Corumbá com a Bolívia continua fechada; do lado boliviano já são 28 dias de bloqueio

Leonardo Cabral em 18 de Novembro de 2022

Diário Corumbaense

Fronteira segue fechada de ambos os lados

A fronteira entre Corumbá e a Bolívia permanece bloqueada dos dois lados nesta sexta-feira, 18 de novembro. Desde ontem (17), a linha internacional foi fechada do lado brasileiro por caminhoneiros que está há 28 dias esperando o tráfego ser liberado por manifestantes bolivianos. 

Os comitês cívicos haviam programado para hoje a abertura parcial da fronteira das 04h às 09h, para que caminhões vazios pudessem sair da Bolívia e entrar em Corumbá. Caminhões que estavam parados na Agesa, tiveram essa abertura ontem, no período da manhã. 

Anderson Gallo/Diário Corumbaense

Bloqueio no lado brasileiro na linha internacional, inclusive no acesso às estradas conhecidas como "cabriteiras"

Porém, os caminhoneiros brasileiros dizem que a situação está insustentável e que é preciso uma posição definitiva dos comitês e não o "abre e fecha" como ocorreu. Alguns carros são autorizados a passar pelo bloqueio, ambulâncias com pacientes também cruzam a fronteira. Quase ao lado da linha internacional, há uma entrada que dá acesso às estradas vicinais, conhecidas como “cabriteiras”, que foi bloqueada. A passagem é permitida aos moradores de assentamentos localizados naquela região. 

Os manifestantes bolivianos fecharam a fronteira no dia 22 de outubro, exigindo a realização do Censo Demográfico em 2023. O último levantamento populacional foi feito em 2012.

O Paro Cívico

Na região de fronteira com Corumbá, essa é a maior mobilização realizada nos últimos cinco anos no lado boliviano. O último tinha sido em 2019, quando a Bolívia protagonizou os 21 dias de greve geral, que ficaram conhecidos como “21 dias de Paro”, terminando com a queda do então presidente Evo Morales.

Desta vez, o presidente Luis Arce, ratificou que o Censo Demográfico de População e Habitação será realizado em 23 de março de 2024 e também anunciou que a redistribuição de recursos para os estados bolivianos ocorrerá em setembro do mesmo ano.

O que Arce não mencionou é quando ocorrerá a redistribuição de “cadeiras” na Assembleia Legislativa Plurinacional, nem a reconfiguração de círculos eleitorais na Bolívia. Os movimentos cívicos resistem e continuam com os bloqueios.

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