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Caso de paciente de Corumbá com suspeita de "fungo negro" segue em análise

Rosana Nunes em 06 de Junho de 2021

Ainda está sob investigação caso suspeito de mucomircose, conhecido como "fungo negro", em paciente de Corumbá, de 50 anos, que contraiu covid-19 e está internado na UTI da Santa Casa. A assessoria de imprensa da Secretaria Estadual de Saúde informou que a análise de um primeiro exame deu inconclusivo e que o laudo final deve sair em 15 ou 30 dias. 

O paciente teve histórico de Síndrome Respiratória Aguda Grave, com início dos sintomas em 22 de maio. No dia 27, realizou RT-PCR detectável para Covid-19. Ele apresentou tosse, dor de garganta, desconforto respiratório e fadiga. Está na UTI-Covid da Santa Casa desde 28 de maio e teve de ser intubado.

Ainda conforme as informações, o paciente recebeu duas doses da vacina contra a covid, em 20 de janeiro e 05 de fevereiro. No dia 02 de junho, foi diagnosticado com suspeita de mucormicose, apresentando necrose ocular bilateral no olho direito.  

Outro caso suspeito é investigado em Campo Grande, onde paciente também com covid-19, de 71 anos, apresentou sinais de infecção pelo fungo. Ele morreu na tarde de quarta-feira (02). O idoso havia tomado as duas doses da vacina contra a covid, entre março e abril.

A doença

O fungo afeta os seios da face, cérebro e pulmões, além de poder ser fatal em diabéticos ou em indivíduos gravemente imunodeprimidos.

Em situações normais, o sistema imunológico consegue combater o avanço do fungo e evitar agravamentos, mas em cenários, como o explicado pelo infectologista, onde o corpo está debilitado pela covid-19, o mecanismo de defesa pode não dar conta de conter a mucormicose.

“Mucormicose é um fungo ambiental, ele está presente na terra, material em decomposição e algumas vezes pode estar no ar, um fungo oportunista e tem relatos da Índia em pacientes com a covid-19, onde a própria covid, com quadro grave do paciente, que está na UTI, já faz uma deterioração do sistema imunológico da pessoa, associado ao uso de medicações, como corticoides por tempo prolongado para diminuir inflamação do pulmão e associação comum de doenças pré-existentes, principalmente a diabetes, são fatores de risco para essa doença. É importante esclarecer que o 'fungo negro' não é transmissível de pessoa a pessoa, não existe risco de uma pessoa transmitir para outra. Então não existe motivo para pânico", já explicou em entrevista anterior ao Diário Corumbaense o infectologista Hilton Luiz Alves Filho.