Coluna Ampla Visão, com Manoel Afonso em 18 de Setembro de 2020
NA
CAPITAL e nas cidades do interior, como sempre,
há candidatos para todos os gostos: profissionais, sindicalistas, idealistas,
equivocados, religiosos e ingênuos. Cada qual avalia sua participação pela própria
ótica, muitos sem o senso de autocrítica e estima. Milagres? Surpresas? São
possíveis mas improváveis pelas
pesquisas. Esse tipo de campanha
engessada que teremos não oferece muitas chances para reviravoltas.
A
RODA GIRA! Wilson B. Martins, Pedro Pedrossian,
Levy Dias, Juvêncio Fonseca, Lúdio
Coelho, Delcídio do Amaral e André Puccinelli. Passaram! Agora tchau! Novos
nomes estão na área. Um deles é o ex-ministro Luiz H. Mandetta (DEM) ativo nos bastidores e costurando a participação de
seu partido (DEM) nas eleições da capital apoiando Marcos Trad (PSD) e de olho
no pleito de 2022. É a renovação. Faz parte.
MANDETTA: Pode concorrer ao Senado na disputa com Simone Tebet (MDB) e outros
postulantes. Estar em alta no maior colégio eleitoral do Estado e com apoio do
prefeito fará a diferença. E perdendo as
eleições na capital o MDB estará ainda mais fragilizado para as disputas ao
Senado e ao próprio Governo em 2022. Quem estiver bem situado agora debaixo dos
holofotes da mídia colherá os dividendos no futuro.
CAPITAL e seus candidatos a prefeito: Marcos Trad (PSD), Dagoberto Nogueira (PDT), Pedro
Kemp (PT), Sérgio Harfouche (Avante), Esacheu Nascimento (PP), Guto Scarpanti
(Novo), Marcelo Bluma (PV), Marcio Fernandes (MDB), Cris Duarte (Psol),
Sidineia Tobias (Podemos), Paulo Matos (PSC), João Henrique (PL), Marcelo
Miglioli (SD), Loester Trutis (PSL) e Thiago
Assad (PCO).
PROPAGANDA:
Decisiva! Sofisticada com os recursos influenciadores do ‘eleitor piolho’ das redes sociais também pelo
celular. E quem não tem um? Igual a
2018, esse pleito caminhará no pulsar da internet. A ameaça da Justiça em punir
o ‘faknews’ será inócua. Esse pessoal
estará sempre a frente da justiça. Basta um só ‘disparo’ na internet para fazer
estragos incalculáveis. Desmentir e recuperar as perdas leva tempo.
O
PODER de convencimento evoluiu. E a música tem sido forte componente
das criticas influenciadoras . Na Revolução Francesa, a
‘Marselheise’ embalou a povo. Esse
trecho dela diz tudo: “ Às armas, cidadãos! Formai vossos batalhões! Marchemos,
marchemos! Que um sangue impuro banhe
nossos campos!” Impossível dissociar
essa canção do movimento que ceifou a realeza. Tanto é que acabou eleita o Hino
Nacional.
HUMOR: Sempre presente; das velhas paródias mesclando ironia, emoção, reforçando
imagens com refrões marcantes e fáceis
como a aquela marchinha ‘ Vassourinha’ na campanha presidencial de Jânio
Quadros (1960). Vale lembrar também ‘Homem de Miranda’ composta por Renato
Teixeira para a campanha de Pedrossian
ao Governo em 1990, tocada até hoje nas rádios como música integrante do
repertório regional.
ANIMADO? Eleição já foi comparada a Copa do Mundo. A
medida que a data ia se aproximando apareciam os sinais através de
manifestações diversas e criando o clima característico do evento. Neste ano,
embora o pleito municipal sempre seja mais motivador, nem parece ano de
eleição. Reflexo de leis proibitivas? Culpa da pandemia? Desilusão do eleitor? Descrédito dos
políticos? Acho que é um pouco de cada
‘coisa’.
SAUDADE? Cartazes em postes, faixas, comícios, passeatas, santinhos, brindes e outros artifícios
proibidos pela pretensa moralidade eleitoral. A urna eletrônica veio como santo
remédio. Mas o que dizer da onda de corrupção que atingiu o país em todos os níveis
nos últimos 20 anos? Aprimoram o processo eleitoral - mas agora querem acabar
com a Lava Jato que incomoda políticos e poderosos. Quanta incoerência!!!
CONVENCE? Qual seria a postura ideal de um candidato a
vereador para pedir o voto? Mostrar seu currículo profissional? Revelar
detalhes de sua trajetória na sociedade e seus projetos que podem efetivamente
beneficiar a comunidade? Tudo isso para tentar convencer o eleitor cético,
desmotivado, mas sabido, disposto a levar alguma vantagem neste ‘investimento’
camuflado sob o manto do ‘patriotismo e cidadania’? Convencerá?
O
ELEITOR: Nele na sua maioria afloram algumas
características: matreiro, calculista, esperto, ardiloso, ladino, manhoso,
sagaz, ressabiado, malicioso, calejado, astucioso, vivo, dissimulado. Isso não é inerente a sua personalidade. É
fruto sim do ambiente, da cultura política dominante. A apatia do eleitor de hoje é comparável ao
desânimo do nosso torcedor em relação ao do futuro da seleção brasileira de
futebol. Que pena!
TRAPALHÕES? A ‘Síndrome de Hutchinson-Gilford’ deixa 8 vezes a pessoa mais velha precocemente. Ela
lembra a crise que atingiu o PSL no MS. pela precocidade da manifestação dos
mesmos vícios dos velhos partidos. A briga interna pela candidatura à prefeito
de Campo Grande é pífia, vexatória, ridícula. Portanto, esqueçam aqueles discursos ufanistas pela renovação de posturas.
Enfim, prevaleceu a sede de poder.
EM
BAIXA: O PT perdeu o monopólio do discurso e a bandeira em
defesa das causas das minorias. Mas
agora se repete aqui a ‘diáspora’ de outras capitais. Partidos da esquerda (
Psol, PSB, PC do B) saíram debaixo da saia do PT lançando candidatos próprios ou fazendo
alianças segundo a realidade local. PSB e PCdo B optaram pelo apoio a Marcos
Trad e o Psol decidiu por uma chapa própria e feminina. Inédita.
APARÊNCIAS:
Elas podem enganar, mas em política elas precisam ser respeitadas na avaliação
do potencial dos concorrentes e a realidade do cenário local. Veja o caso do prefeito Marquinhos; além de sua
administração com boa avaliação nas
pesquisas, conseguiu costurar 9 partidos em torno de sua reeleição. São eles:
PTB, PTB, PSDB, Republicanos, PC do B, Cidadania , Patriota, Democrata e Rede.
Ficou mais forte.
AGUENTA? Política não é para os fracos. Mesmo quem tem
couro grosso um dia sucumbe. É o caso do senador Renan Calheiros (MDB)
bombardeado desde aquele escândalo
(2007) com a modelo Mônica Veloso.
Internado para extrair um tumor renal, ele reclamou e admitiu que ‘o corpo um
dia não resiste a tanta pressão’. Aliás, observem como os políticos envelhecem
precocemente. É o preço do poder! Não há almoço grátis.
PALAVRAS certas em boca errada? Sim ou não, mas é um aviso. A fala do ministro Fux na
posse do STF tirou o sono dos réus por corrupção. Ele foi claro ao advertir:
“...Não podemos permitir que se obstruam os avanços que a sociedade conquistou
nos últimos anos em razão das exitosas
operações de combate a corrupção autorizadas pelo Poder Judiciário, como
ocorreu com o Mensalão e tem ocorrido com a Lava Jato...”.
CONFIRA:
“
(-)...O vídeo estrelado por Lula erra na
leitura da realidade. Aponta Bolsonaro como um “mostrengo” que foi parido pelas
oligarquias brasileiras”, a quem o ex-presidente acusa de lucrarem em cima da
desgraça do povo mais pobre. O Bolsonaro não é resultado do arbítrio de
oligarquias. Essas estavam se locupletando com Lula no poder, inclusive
dividindo o butim da corrupção industrial. Ou os empreiteiros com quem ele
tinha relações até pessoais eram gente das camadas populares?...” (Guilherme
Macalossi)
Na
internet: Reclamam do preço do arroz, mas bebem a cerveja
mais cara.
Paulo Francis: Existe povo, politicamente? Não há resposta científica que nos dê certeza.