Leonardo Cabral em 20 de Maio de 2020
Após a divulgação dos dois últimos casos positivos do novo coronavírus, em homens de 71 e 44 anos, é possível afirmar que Corumbá, que atualmente tem 12 casos, já tem transmissão comunitária de Covid-19. É o que informou ao Diário Corumbaense, o médico infectologista da Secretaria Municipal de Saúde, Hilton Luiz Alves Filho.
Ele explicou que os dois pacientes não têm nenhum tipo de vínculo ou contato com pessoa com suspeita ou confirmação do coronavírus, reforçando a transmissão comunitária. O homem de 44 anos relatou histórico de viagem à Campo Grande nos últimos 14 dias, e pode ter sido infectado na Capital.
Já o idoso de 71 anos, não tem nenhum histórico de viagem, o que leva a crer que ele contraiu a doença no próprio município, sobretudo de forma comunitária. Nesse sentido, o idoso que frequenta o estabelecimento comercial da família se expôs a múltiplos contatos com clientes, facilitando o contágio e disseminação da covid-19.
“Há suspeita da transmissão sem vínculo desde o primeiro caso (o de um serralheiro de 48 anos), já que a investigação epidemiológica completa não detectou contato, muito por falta de informação e viés de memória do paciente infectado, levantando a hipótese da transmissão comunitária. Nesses dois novos casos, na investigação primária, um paciente tem histórico de viagem e outro não. Com essa situação, é possível sim dizer que Corumbá já tem transmissão comunitária do novo coronavírus, ou seja, o vírus está circulando, o que faz com que se reforce ainda mais a adoção das medidas de prevenção por parte de todos. É extremamente necessário”, disse Hilton.
Anderson Gallo/ Diário Corumbaense Em Corumbá, uso de máscaras tornou-se obrigatório por decreto municipal
Ele ainda reforçou que a transmissão comunitária sustentada não é clara na região. “Já tem transmissão comunitária, mas não temos a confirmação de que seja transmissão comunitária sustentada, ou seja, com várias pessoas infectadas, pois como temos um número pequeno de casos confirmados, não é possível ainda dizer que a sustentada está na cidade”, revelou.
De acordo com ele, a transmissão comunitária sustentada, significa que a cidade tem uma circulação viral permanente, onde há várias pessoas positivas sem vínculo, “e isso não é o caso de Corumbá, no máximo já temos duas pessoas sem vínculo, o primeiro caso divulgado e agora o do senhor de 71 anos, que segue em investigação, mas com a provável situação de transmissão comunitária, pelo fato de ele não ter nenhum contato com pessoas positivas e suspeitas da doença e por ter mantido contato com outras pessoas devido ao trabalho no comércio”, frisou.
A Vigilância da Secretária de Saúde está identificando todas as pessoas que tiveram contato com os pacientes infectados. Elas têm que cumprir quarentena (devem ficar isoladas) e também serão submetidas a exames para detectar se contraíram ou não o vírus.
Ações de prevenção
É essencial que as medidas adotadas pela atual administração, através de decretos municipais, sejam cumpridas, pois, só assim, o vírus pode ser controlado. Entre elas, o isolamento social e uso de máscaras. “Entre essas medidas, manter o distanciamento é primordial, bem como o isolamento domiciliar. O vírus não tem asas e nem pernas, é transmitido de pessoa para pessoa”, lembrou o médico.
“As pessoas têm que entender que quaisquer sintomas gripais, têm que se isolar e buscar atendimento, pois pode ser sim o coronavírus. Seguir as recomendações é muito importante, para que haja o achatamento da curva de transmissão”, alertou.
A doença e alguns sintomas
O coronavírus é uma doença que gera síndrome respiratória na maior parte das vezes. 90% das pessoas que contraírem o vírus terão quadro de resfriado, o que equivale a sintomas respiratórios brandos, como tosse, dor de garganta. Já a outra parcela poderá apresentar quadro gripal, com febre, dor na garganta, tosse, espirros, generalizando uma síndrome gripal. Crianças, jovens e adolescentes, em 85% dos casos, não terão sintomas ou se apresentarem, será como se fosse uma virose.
A doença atinge mais idosos e pessoas acima de 45 anos, com quadro de doenças crônicas, como cardíacas, renais, tabagistas, entre outras, que se encaixam no grupo de risco, porém parecido como gripe comum, podendo evoluir e levar a óbito.
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Jorge Ferreira: Ele está falando o óbvio! O mais importante agora é ampliar a capacidade de testar as pessoas pois muitos podem estar contaminados e são assintomáticos o que pode proporcionar a transmissão do vírus dentro das residências e de nada adiantará a imposição do isolamento social.
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