Coluna Ampla Visão, com Manoel Afonso em 24 de Janeiro de 2020
CRÍTICAS
Intelectuais sempre criticaram os governantes mesmo driblando a censura. Pela visibilidade das
obras é desnecessário citá-las bem como seus autores. Quanto aos artistas sertanejos essas
manifestações são tímidas. Mas em 1989 o
cantor Gaucho da Fronteira lançou ‘Eramos Felizes e não Sabíamos’ ironizando
Fernando C. de Mello: “Essa vidinha tão
boa/Agora vai terminar/Porque está chegando o homem/ Caçador de Marajás”. Num
comício pró Collor, o candidato ao senado José E. Vieira (PTB) tentou sem êxito impedir que o ‘Gaucho’ cantasse a
música.
‘MEU
PAÍS’ Pelo momento
político do país, letra e fama de seus criadores (Zezé Di Camargo e Luciano) a
divulgação na campanha de Lula (PT), a música fez sucesso e foi indicada ao Gramy Latino em 2002. A canção
aproximou a dupla do ex-presidente petista,
cantando nos comícios. Mas veio a decepção de Zezé com os escândalos e em rede social em 2019, ele desabafou ao ser
criticado por tirar foto com o ministro Sérgio Moro, da Justiça: “O Lula não é
um preso político. É um preso por corrupção. Fiz campanha pra ele. Doei minha
música sem nada em troca, pra campanha dele. Votei duas vezes nele, e vi que
estava errado... Hoje defendo meu país. Cai na real”.
SEM
ILUSÕES
Também o meio artístico é um ninho de cascáveis com ou sem guizo.
Indicada para ocupar a Secretaria da Cultura a artista Regina Duarte já começa
a sofrer críticas de colegas por não
concordar pelo fato dela não ser militante da esquerda. Aliás, é notório neste
país; artistas e intelectuais que se prezem não devam ser contra os governos de
ideologia esquerdista. Lembra do apresentador Jô Soares? Atenção especial só aos entrevistados da esquerda. E duas mágoas afloram, a eleição de Donald Trump e de Jair Bolsonaro. Sem dúvida, o
patrulhamento ideológico da esquerda é visível.
TARDE
DEMAIS! Só agora o ex-presidente Lula percebeu que o
PT ficou muito distante dos evangélicos – hoje apoiando o atual Governo. E isso não se deve apenas as denuncias de
corrupção por lideranças do partido. A
bancada evangélica, com defeitos ou sem defeitos, não engoliu os avanços patrocinados
pelo PT em áreas envolvendo valores
tradicionais da família. Tudo isso vem sendo aproveitado nas manifestações do
presidente Bolsonaro e propagado
intensamente nas redes sociais. Correr atrás do prejuízo será uma tarefa
difícil. Mas o PT é capaz de tudo para voltar ao poder. Afinal lideranças suas
até foram à missa na última campanha eleitoral. Lembra?
‘COÇANDO’
Os números de recente pesquisa mostram a insatisfação do brasileiro com a
qualidade dos serviços prestados pelos funcionários públicos. Para 88% dos
consultados é ruim e eles deveriam inclusive ser demitidos. A estabilidade
acaba também influenciando esse comportamento. Mas o nojento é aquela
advertência de que o servidor deva ser tratado com educação sob as penas da
lei. A placa-aviso nas repartições
funciona como instrumento intimidatório. O cidadão não é bem atendido e
fica com medo de insistir ou reclamar para não ser processado. Só aqui mesmo!
O
CAMPEÃO Repercute
o levantamento do jornal ‘Estadão’ entre
os 26 ex-governadores do rol pecaminoso da corrupção onde o ex-governador
Sergio Cabral (MDB) do Rio de Janeiro – condenado a 122 anos de prisão – deve aos cofres de seu Estado a R$529,7
milhões que surrupiou na corrupção. E o Brasil tinha ele como o
‘campeão’ imbatível nesta classificação vergonhosa. Mas não é bem assim: o total cobrado do
ex-governador Puccinelli (MDB) em ações judiciais chega a espantosa quantia de R$534 milhões. E lembro: o PIB do Estado do ‘Rio’ em 2018 foi
R$671.360,00 bilhões enquanto o PIB de MS foi de apenas R$96 bilhões, portanto7
vezes maior. Conclusão: o rombo aqui foi muito maior que no Estado do Rio.
‘ESTRANHO’
Sobre os escândalos que o colocam no posto de
líder do ranking dos 26 ex-governadores envolvidos em corrupção, a
defesa de Puccinelli se manifesta ironicamente, mas sem entrar no mérito. Já o
ex-governador nas entrevistas, não toca
no assunto e nem fala da prisão do
ex-secretário Edson Giroto, focando nas eleições de 2020. Aqui uma observação: é incrível a pouca vontade dos
seus entrevistadores em questionar esse
assunto. O compromisso deles não deveria ser com os ouvintes ou com a opinião
pública? Entendo o ‘espírito compadrio’ deste jornalismo.
NA
VEIA! O prefeito ACM Neto (DEM) de Salvador analisou
a situação do ex-presidente Lula (PT): “Acabou o mito. E acabou o discurso. O
PT primeira tinha o discurso do golpe. Depois, o discurso do Lula Livre. Agora
eles estão sem discurso. Lula saiu e não mudou nada. E o presidente Lula já não
é mais a liderança que foi no passado:
se esperava uma comoção, uma mobilização nacional sem precedentes e nada disso
aconteceu, nem mesmo no Nordeste. Não estou querendo desprezar a força que ele
ainda tem no Nordeste, mas se você for ver a passagem dele, pós-prisão, foi
muito menor em mobilização do que se esperava”.
DINOSSAUROS Embora esteja há 35anos na legalidade o Partido Comunista do Brasil ( PC do B) segue
sem futuro. Em 2018 elegeu só 9 deputados federais e não superou a clausula de
barreira. Em 2022 – sem coligações proporcionais – repetirá o desastre. Na
verdade o povo brasileiro rejeita o termo comunista e associa a imagem da foice
à morte. Na Europa e em outros países os
comunistas deram o golpe embarcando em
outras siglas. Recordo; aqui no Estado todas as tentativas para de inclusão do
PC do B no processo eleitoral fracassaram. O partido não conseguiu eleger um só
vereador. Qual seria o argumento para convencer um cidadão esclarecido a se
filiar no PC do B?
ESTILOS
Cada prefeito, governador e presidente tem seu
estilo de administrar. Há quem compare o
tosco presidente Bolsonaro (PSL) ao presidente Afonso Pena que tinha postura
questionada na época pela classe política. Afonso Pena deixou claro: “Na
distribuição das pastas não me preocupei com a política; os ministros
executarão meu pensamento. Quem faz a política sou eu”. Embora sua relação
com o Congresso seja conturbada, Bolsonaro mantém sua base de forma efetiva. Faz política
diferente do estereótipo tradicional,
sem distribuir ministérios e empresas estatais aos partidos.
IMPRESSIONANTE É tal a degradação dos políticos ‘viciados’ no poder perante a opinião pública,
que apesar dos escorregões em algumas situações, o atual presidente da
república consegue se manter num bom patamar de credibilidade. Nem seus atritos
com ministros do STF e presidentes da Câmara e Senado levaram-no ao descrédito.
Ele, tem gente de peso ao seu redor. Passado um ano, não há caso significativo
de corrupção, ao contrário do que ocorrera no Governo Dilma Rousseff (PT). Os
números da Bolsa de Valores mostram um novo Brasil com credibilidade. Só não vê
quem não quer!
SEM
ILUSÕES O
recesso legislativo permite-nos alongar sobre assuntos já do conhecimento
público. É o caso da desmama de jornalistas e da própria Rede Globo que vem
demonstrando a pior vontade possível com o Palácio do Planalto. Desbancada da condição de destino da maioria das verbas
publicitárias e influenciadora das eleições, a Globo – criticada pelo ex-presidente Lula - omite ou minimiza os pontos positivos do
Governo e tenta achar um novo caminho para se contrapor. A queda de audiência e
de faturamento são indiscutíveis. Lá atrás, o lendário Assis Chateaubriand (
TV. Tupi) mandou na república, mas um dia o império ruiu. Tudo na vida tem
início, meio e fim.
VERDADE O país ficou destroçado em todas as áreas após a orgia petista de tantos anos.
É como qualquer cidadão que avança o sinal e irresponsavelmente gasta muito
mais do que ganha ou reforma as casas dos vizinhos (obras no exterior-via
BNDES) enquanto a sua casa não está em bom estado. O dinheiro público saiu pelos ralos sem o
menor pudor. Os casos de corrupção assustam! Esse Ministério da Cultura deu dinheiro
para artistas e projetos inconcebíveis num país sério. A missa é longa; uma
procissão!
FIRME & FORTE Impressiona a campanha para desgastar a imagem do ministro Sergio Moro – da Justiça e para criar arestas nas relações do ex-juiz federal com o Presidente Bolsonaro. Mas tudo em vão segundo os números das pesquisas sérias, onde a confiabilidade do brasileiro nele cresceu. Tanto a classe política como os membros do STF não digeriram a ascensão de Moro e fazem críticas e insinuações maldosas à Operação Lava Jato. No último programa ‘Roda Viva’ da TV Cultura só havia jornalistas críticos ao Governo para perguntar ao ministro Moro. Ele saiu fortalecido! Sugestão: pergunte ao seu vizinho o que ele acha da postura de Moro. Faça isso!
NO FACEBOOK: “Senhor candidato. Se você não visitou essa casa nos últimos 4 anos, agora não é hora”. (frase numa placa em frente a uma casa)