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Páscoa - símbolo de vida, de esperança e de paz

Coluna Coisas da Língua, com Rosangela Villa (*) em 12 de Abril de 2019

Caros leitores

Nos próximos dias entraremos na Semana Santa, e muita gente só pensa no que vai comer e beber nesse momento, mas para além da comilança exagerada, devemos pensar no verdadeiro sentido da Páscoa. A palavra Páscoa surgiu do vocábulo hebraico pesach, que significa passagem. Esse significado está relacionado a fatos vivenciados pelos cristãos e à fuga dos hebreus do Egito quando Moisés abriu o Mar Vermelho. O termo é uma evolução das expressões latinas pascha e pascua, que significam alimento, pasto. Sendo que a comida consumida com abundância durante a Páscoa põe fim ao jejum que muitos fazem durante a Quaresma.

Porém, o verdadeiro sentido da celebração é aquele que revela a fé dos cristãos na ressurreição e na vida eterna. Nesse contexto, a palavra resurrectio, do latim, que significa despertar ou erguer-se outra vez, produziu o vocábulo ressuscitar. Assim, para aqueles que creem na Bíblia, a volta de Jesus Cristo, três dias  depois de ter sido crucificado, morto e sepultado, reforça a sua divindade e é um dos conceitos mais fortes do Cristianismo. Outra história de ressurreição comovente é a de Lázaro, quando Jesus o ressuscita quatro dias após sua morte. Nesse contexto, palavras como vida, paz, amor e esperança refletem a parte mais importante da Páscoa. A quinta-feira Santa marca o dia em que Jesus participou da última ceia com seus discípulos, e o dia em que o traidor Judas foi descoberto. A sexta-feira Santa lembra o dia da morte de Jesus na cruz. No Sábado de Aleluia é celebrada a Vigília Pascal, dando início à Páscoa, ou seja, ao ressurgimento de Nosso Senhor Jesus Cristo.

Nesse rito, acende-se o Círio Pascal, uma grande vela branca que simboliza a luz de Cristo, e os pregos ali colocados lembram as chagas de Jesus crucificado.  A Páscoa também é celebrada na cultura ocidental com distribuição de presentes pelos padrinhos aos afilhados, além de ovo de chocolate. A figura do ovo no evento representa o renascimento, pois o ovo rompe-se sozinho, de dentro para fora, tal como Jesus rompeu o túmulo. Quanto ao coelho, a imagem também tornou-se símbolo de vida pelo fato da coelha reproduzir com muita rapidez e em abundância. Assim, o ovo simboliza o renascimento; e, o coelho, a multiplicação da vida e do amor. Por outro lado, se alimentar de peixe na Páscoa está vinculado a esse animal ser símbolo do cristianismo, já que os primeiros cristãos eram pescadores. Contudo, o ovo de chocolate e seus derivados, bem como outras iguarias, estão fortemente ligados ao aspecto comercial da Páscoa, e o seu consumo é motivado pelo apelo publicitário que sugere quais produtos devem compor o cardápio da Semana Santa.

Em Corumbá, a tradição é consumir sopa paraguaia, bolo de arroz e de milho, canjica, pamonha, chipa, peixe, cural, bacalhau e vinho. Entretanto, para além da tradição, os sujeitos modernos devem se interpretar de acordo com os novos tempos e, diante de tanta necessidade, miséria, desamor e negligência com a vida, fatos que temos testemunhado diariamente, convém demonstrar o seu amor pelo próximo com palavras, pensamentos e gestos, e praticar o maior ensinamento de Deus “Amai-vos uns aos outros como eu vos amei”.  Irmãos em Cristo, que possamos ter uma Santa Páscoa de paz e de esperança. Até a próxima.

(*) Rosangela Villa é professora associada da UFMS e colaboradora do Diário Corumbaense.