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Sapiens

Coluna Coisas da Língua, com Rosangela Villa (*) em 07 de Dezembro de 2018

Caros leitores

O título acima é do livro – Sapiens. Uma breve história da humanidade. Lançado em 2015, o livro teve sua 35ª edição publicada pela editora L&PM, de Porto Alegre, em 2018, sendo, desde então, um dos livros mais lidos e comentados pela crítica literária internacional. Leitura de cabeceira nestas férias, divido o livro com o meu filho que o lê entusiasmado quando não está na escola.

O autor da obra é Yuval Noah Harari, um professor israelense, de História, que leciona no departamento de História da Universidade Hebraica de Jerusalém. O bestseller internacional é um relato da aventura de nossa extraordinária espécie – de primatas insignificantes a senhores do mundo, como ressaltam os editores. Eles nos revelam as motivações do autor baseadas em perguntas do tipo: O que possibilitou ao Homo sapiens subjugar as demais espécies? O que nos torna capazes das mais belas obras de arte, dos avanços científicos mais impensáveis e das mais horripilantes guerras? E apontam a nossa capacidade criativa como responsável por tudo isso, ao dizer que somos a única espécie que acredita em coisas que não existem na natureza, como Estados, dinheiro e direitos humanos.

Diante dessas reflexões, o autor teria concluído que o capitalismo é a mais bem-sucedida religião; que o imperialismo é o sistema político mais lucrativo; que nós, humanos modernos, embora sejamos muito mais poderosos que nossos ancestrais, provavelmente não somos mais felizes. Nessa esteira, Harari aborda, em Sapiens, a história da humanidade sob uma perspectiva inovadora, partindo do que chama de A revolução cognitiva, ao explicar o aparecimento da matéria, da energia, do tempo e do espaço, características fundamentais do nosso universo, surgidas a partir do Big Bang; passando pela revolução agrícola; pela unificação da humanidade; pela revolução científica; e pela revolução industrial, marcada pela substituição da família e da comunidade pelo Estado e mercado; além da extinção em massa de plantas e animais. Destaca, do presente, que os humanos transcenderam os limites do planeta Terra, que as armas nucleares ameaçam a nossa sobrevivência e que, cada vez mais, os organismos são moldados por design inteligente e não por seleção natural.

Por fim, o autor nos faz refletir se o design inteligente se tornará o princípio básico da vida. Embora tentasse resumir o livro, concordo com a crítica do Financial Times que sugere “Este livro fascinante não pode ser resumido; você simplesmente terá de lê-lo. ” E com as palavras de Jared Diamond, autor de Armas, germes e aço, “Ilumina as grandes questões da história e do mundo moderno”. Não vejo a hora de concluir essa envolvente leitura para iniciar outra obra do Harari, Homo Deus. História breve do amanhã. Boas férias.

(*) Rosangela Villa é professora associada da UFMS e colaboradora do Diário Corumbaense.