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Resiliência

Coluna Coisas da Língua, com Rosangela Villa (*) em 19 de Outubro de 2018

Caros leitores

A palavra resiliência é um substantivo feminino e tem sua origem no latim resiliens, que quer dizer saltar para trás, ou ricochetear e voltar, ressaltar, brotar. Em inglês, resilience. Da Física, é a propriedade de um corpo de recuperar a sua forma original após sofrer choque ou deformação. Do grego, destacamos palavras do mesmo campo semântico, tais como, kouphós, luz que se reflete; e hygrós, aquilo que se dobra.

Já a Psicologia nos brindou com o termo resiliência psicológica, indicando como se deve responder aos descompassos diários, e que é preciso recuperar-se emocionalmente para encarar toda e qualquer frustração. Contudo, acima das definições e conceitos, resiliência é um estado pessoal de vida sustentado por atitude positiva, força e determinação de resiliente, daquele que demonstra capacidade rápida de recuperação e de adaptação a novas situações. Nesse contexto, se a pessoa já tem um dom natural para ser resiliente, ótimo, pois, atualmente, nada mais necessário que a elasticidade que nos ajuda na recuperação e adaptação às mudanças. Entretanto, para quem acredita estar distante dessa prática, é possível aprender a ser resiliente e desenvolver a resiliência.

Assim, é primordial desimpactar o problema, qualquer que seja, diminuindo seus efeitos negativos, e focar nas soluções controlando impulsos, emoção, e reforçando pontos positivos, como o otimismo e a empatia. Portanto, para além do conceito ou definição dicionarizante do que seja a palavra resiliência, ela reflete a ideia de vida em movimento materializada na mudança de atitude que promove a superação e o recomeço. E diante do momento atual, em que nossos olhos, ouvidos e mente estão sendo atingidos de diversas formas em função das eleições do segundo turno, praticar o autocontrole e a resiliência ajuda a diminuir os efeitos nocivos do furacão chamado política, que ampliou sua força invasiva e inconveniente da forçação de barra.

Diante desse cenário, e em meio a todo esse linguajar e ideias que tomaram conta da mídia nos últimos meses e permeiam diálogos, pensamentos e até sonhos, provocando nas pessoas, por vezes, reações primitivas de gente sem educação e, sobretudo, sem respeito, é preciso, urgentemente, saber administrar as frustrações e praticar a resiliência. Por fim, é necessário também fazer autocrítica e mudar, pois não podemos esperar resultados diferentes se fazemos sempre as mesmas coisas. Bom fim de semana. 

(*) Rosangela Villa é professora associada da UFMS e colaboradora do Diário Corumbaense.