Leonardo Cabral e Rosana Nunes em 26 de Fevereiro de 2025
Mãe de adolescente de 16 anos, procurou a Delegacia de Atendimento à Infância, Juventude e Idoso (DAIJI), para denunciar que a filha foi vítima de bullying e sofreu perseguição na escola estadual Rotary, localizada no bairro Cristo Redentor, parte alta de Corumbá.
O boletim de ocorrência 55/2025, ao qual o Diário Corumbaense teve acesso, informa que a aluna estudava na unidade de ensino desde 2023 e em 2024 passou a integrar o Grêmio Estudantil. Porém, no meio daquele ano, a estudante teve uma queda nas notas, o que levou a diretora da unidade a vetar a participação dela no Grêmio Estudantil.
A partir de 13 novembro de 2024 é que a perseguição denunciada pela mãe, teria iniciado. A aluna pediu permissão à professora para sair mais cedo, mas um colega de sala, questionou no mesmo momento o motivo de a estudante sair mais cedo e disse que ela não era “especial” e passou a promover algazarra, batendo na mesa e gritando “especial”, incentivando outros alunos a se juntarem a ele.
Depois de saber o que havia acontecido, a mãe da adolescente procurou a direção, já que o episódio tinha se espalhado pela escola e outros alunos começaram a chamar a filha de “especial”. Ela relatou que conversou com a diretora adjunta, e, conforme ela, a gestora disse que a responsabilidade do fato estar acontecendo poderia ter sido causado pela filha dela. A mãe mencionou no boletim de ocorrência, que mesmo diante de todo constrangimento, resolveu não procurar a Polícia, acreditando que a situação não ocorreria mais. No entanto, contou que desde o episódio, a filha passou a ser perseguida pela direção escolar, não sendo permitido que ficasse nos corredores ou fosse ao banheiro.
Já no início do ano letivo de 2025, a aluna foi designada ao 3° ano do ensino médio “A”, mas ao chegar, o nome dela não constava na lista de presença, e sim na chamada do 3° ano “B”.
Ela questionou a secretaria da escola, onde lhe foi informado que no “A” apenas ficaram os alunos mais novos e aqueles que nunca foram retidos. Diante da resposta, a mãe lembrou que a filha era a aluna mais nova da sala e que haviam feito a troca dela de sala por outra aluna de 20 anos. A secretaria da unidade desfez a troca e adolescente entrou para o 3° ano “A”.
No dia seguinte, a aluna foi para a sala do 3º "A" e neste momento, segundo a mãe, a diretora adjunta ao saber da troca, foi até a sala de aula e gritando com a estudante na frente de todos disse: “você não pode ficar aqui, você não vai mudar de sala, você é do 3° B, pode voltar para a sua sala".
Após a situação, a mãe decidiu mudar a filha de escola, alegando que a adolescente foi vítima de perseguição e bullying. O caso foi registrado como “submeter criança ou adolescente sob sua autoridade, guarda ou vigilância a vexame ou a constrangimento”.
SED apura
Na terça-feira, 25 de fevereiro, a Coordenadoria da Rede Estadual de Ensino de Corumbá ouviu a mãe da adolescente.
Procurada pelo Diário Corumbaense, a assessoria de imprensa da Secretaria Estadual de Educação se pronunciou por meio de nota: "Informamos que o caso está sendo acompanhado pela Coordenadoria Regional de Educação de Corumbá, com o apoio de psicólogos e assistentes sociais da Secretaria de Estado de Educação. Mediante solicitação da família, a estudante foi transferida para outra unidade escolar da Rede Estadual de Ensino e a SED, por intermédio da CRE, segue averiguando os procedimentos adotados diante do observado."
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