Área queimada no Pantanal já teve aumento de 148,7% em relação ao mesmo período de 2020

Com novos focos identificados na região do Nabileque, a Operação Pantanal mantém duas equipes no combate aos incêndios florestais em Corumbá. O monitoramento indica ainda que na Serra do Amolar, o fogo iniciou na Bolívia e se expandiu avançando para o Mato Grosso do Sul. As informações constam no mais recente boletim das ações divulgado na segunda-feira, 02 de setembro, pelo Governo do Estado.

Nas regiões do Passo do Lontra, Porto da Manga, Forte Coimbra, Porto Esperança, e Albuquerque - região de Corumbá - foram executados serviços de rescaldo nos pontos quentes dentro das áreas queimadas. Estes locais seguem monitorados por drones e satélites.

O trabalho de monitoramento e combate aos focos de queimadas são realizados em todo o bioma pantaneiro. Em Aquidauana, as equipes esbarram em dificuldade maior. Lá, dos três focos, um deles demanda maior atenção por possuir pontos de queima em turfas.

A queima de turfa, também conhecida como "fogo subterrâneo", é um fenômeno que ocorre em regiões pantanosas e que pode ser difícil de combater. A turfa é um material orgânico que se forma a partir da decomposição de vegetação, como juncos e árvores, que se acumulam no solo. É rica em carvão e se encontra em um estágio anterior ao carvão mineral, o que faz com que pegue fogo com facilidade.

Atualmente, a Operação Pantanal possui um efetivo de 121 bombeiros militares de Mato Grosso do Sul, alocados em diferentes localidades como Campo Grande, Corumbá, Anastácio, Miranda, Bonito e Porto Murtinho. A operação ainda conta com o apoio de militares enviados por estados do Conesul, da Força Nacional de Segurança Pública, Marinha do Brasil, Exército Brasileiro e Força Aérea. O reforço ainda conta com as polícias Federal e Militar de Mato Grosso do Sul, além de agentes do IBAMA, ICMBio e
brigadistas do PrevFogo. Na frota estão 43 veículos entre aeronaves, caminhões, caminhonetes e embarcações.

Área queimada

Desde o começo deste ano até 27 de agosto, a área queimada no Pantanal de MS chega a 1.779.075 hectares, o que representa aumento de 148,7% em relação ao mesmo período de 2020, quando foram queimados 715,4 mil hectares - considerada até então, a pior temporada de incêndios no Pantanal. Os números são do Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais do Departamento de Meteorologia da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro).

Os focos de calor detectados via satélite chegam a 6.387, ou seja, 43% a mais que no mesmo período de 2020, quando foram registrados 4.465, segundo dados do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisa Espaciais).

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