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Os políticos não devem ignorar as vaias

Coluna Ampla Visão, com Manoel Afonso em 21 de Maio de 2021

INTERROGAÇÃO: Claro, os holofotes seduzem! Após o efervescente ciclo de exposição, o ex-ministro Luiz H. Mandetta (DEM) deve fazer o balanço e o seu projeto político. Sem chances na majoritária estadual. Se tentar o Palácio do  Planalto colidirá com a ministra Tereza Cristina (DEM). Iria então para qual partido?  Aliaria a quem?

FATORES:  O parentesco  com a Família Trad e sua participação na gestão do prefeito Nelsinho Trad (PTB) criam vínculos indissolúveis (presume-se) que inibem a tomada de  posição radical. O equilíbrio demonstrado nas mais diferentes situações sinaliza que ele  deva tentar voltar à Câmara Federal, aliás, de onde não deveria ter saído. Penso eu.

REGRA 3:   Atento ao cenário o ex-prefeito Waldeli de Costa Rica, continua disposto  a ser o candidato ao Governo pelo MDB. Há detalhes e obstáculos na pista, mas ele não esmorece, nem se afoba.Vem alargando contatos com líderes de partidos diversos para  tentar uma candidatura de coalização. Mas ele vencerá o caciquismo no MDB? 

ZECA DO PT:  Especula-se sua eventual candidatura ao Governo atrelado ao ‘Projeto Lula’. Mas falta levar em conta as nuances do quadro político no Estado. A tentativa de se nacionalizar o debate para eleger ‘caronas’ nem sempre deu certo. O ex-governador (71), não é mais aquele jovem impetuoso, pensa duas vezes antes de decidir.  

ENCURRALADO:  O consumidor se defende como pode das investidas das empresas de telefonia. Se não bastassem as inoportunas ‘visitas’ de vendedores na porta de casa,  continuam os insistentes telefonemas via celular - oferecendo ‘planos vantajosos’ para troca da operadora. Uma invasão de privacidade indefensável. Pergunto: Até quando?

DEPUTADOS & AÇÕES: Paulo Correa (PSDB); debate a retomada econômica com a classe artística; lançou a Consolidação de Leis protetivas das mulheres de MS.  Zé Teixeira (DEM). No Seinfra pediu investimentos do Governo para Ivinhema.  Lucas de Lima  (SOL) ;  quer a renumeração de placas veiculares furtadas ou roubadas; propõe a criação da Subsecretaria Estadual do Bem Estar Animal.  Cabo Almi (PT)  segue internado no Hospital Cassems em recuperação gradual da Covid-19.  

VAIAS & PODER:  Repercute a vaia contra a senadora Soraya Thonicke (PSL) na recente visita presidencial a Terenos. Dizem que ela sentiu o ‘baque’.  Iniciante, precisa  descer do salto  e se acostumar a isso. Ao contrário do aplauso que até pode ser cínico e falso, a vaia não orquestrada é mais reveladora.  É o velho e sempre atual - preço do poder.

VAIADOS:  Vaias históricas: Presidente, Lula (PT) levou sonora vaia na abertura dos Jogos Panamericanos em 2007 no Rio de Janeiro. Dilma Roussef (PT) provou esse gosto amargo na abertura da Copa de Mundo (2014) em Brasília. Michel Temer (MDB) foi alvo da ira popular na abertura das Olimpíadas e não teve coragem de discursar no encerramento do evento.

OS ECOS  das vaias se propagam indefinidamente. Indignado, o brasileiro prefere o recurso das vaias as agressões físicas. A mídia tem mostrado as vaias em restaurantes, aeroportos e outros  locais. Daí que figurões envolvidos em escândalos ou criticados evitam aparecer em lugares de concentração popular. Amarelaram literalmente.   

1- INOCENTES: A ‘Operação Desmanche’ da Lava Jato causa náuseas pela volta  de personagens, da prisão para o palco político. Os casos do ex-presidente Lula (PT) e do ex-deputado Eduardo Cunha (MDB) mostram onde chegamos. Mas o show não acabou. A delação do ex-governador carioca Sergio Cabral (MDB) à Polícia Federal deve enlamear figurões e togados na ‘República dos Inocentes’.  

2-INOCENTES: Após 5 anos, o café amigo amargou graças ao juiz de Direito David de Oliveira Gomes Filho - provocando azia e insônia em 24 políticos  e empresários como o ‘ilustre’ João Amorim. Investiga-se  a derrubada de Alcides Bernal (PP) da prefeitura da capital. Aliás, viralizou  a  frase ‘somos todos inocentes’ – do ex-vereador Mario César, aliado do ex-governador  Puccinelli, ambos do MDB e enrolados no caso.   

AÇÕES & DEPUTADOS: Lídio Lopes (Patri): aprovado seu projeto beneficiando deficientes visuais com certidão de nascimento em ‘Braile’; requer concessão de transporte gratuito a alunos com deficiência.  Marçal Filho (PSDB); requer melhorias no saneamento de Caarapó; atento a tramitação da duplicação da av. Cel Ponciano em Dourados. Mara Caseiro (PSDB ):pede recapeamento entre Tacuru e Eldorado e Corpo de Bombeiros para Iguatemi. Neno Razuk  (PTB): destinou R$600 mil à Associação de Pais e Amigos dos Autistas de Dourados; pede recursos à Agraer para agricultores de Bodoquena; destinou R$40 mil à entidade de Mundo Novo. Antonio Vaz (REP): voto de pesar pela morte da jornalista Marcia Caetano; propõe o incentivo do Governo para instalação de usina de oxigênio medicinal nos hospitais.

REFLEXÃO: “...( )...Nascemos incompletos. Durante toda a vida haverá sempre uma parte que nos falta. O tempo é a nossa mutilação cotidiana. O tempo que se vai é violento e nos oprime. Nos passa a impressão de que vivemos sem ter vivido. Como se o melhor da vida estivesse sempre em outro lugar e não aqui...” ( Jeferson Tenório/ Zero Hora/RS)

AGUENTA! Acesa a fogueira das vaidades na CPI da Covid-19. Até parece o BBB.  Parlamentares querem aparecer com gestos e perguntas fora do contexto.  De olho em 2022, vale tudo para uns segundos grátis na mídia.  Já o Governo  sangra politicamente  - viabilizando inclusive a volta ‘triunfal’ do ‘recauchutado’ senador Renan Calheiros (MDB).  É do peru!

ENTALADA:  Difícil sair a reforma tributária: 82% do orçamento gastos em salários, aposentadorias, auxílios sociais, seguro desemprego. Sobra pouco para infraestrutura, educação, saúde - etc. Há sim uma guerra entre a União, Estados, municípios e as grandes corporações. Cada qual puxando a sardinha para seu lado. É a cara do país!

DEPUTADOS & AÇÕES:  José C. Barbosa (DEM): voltou a pedir melhorias para as aldeias indígenas de Dourados; emenda sua melhora atuação do Cartório Virtual de MS.  Evander Vendramini (PP); comemora envio de mais 20 soldados da PM para Ladário e Corumbá; reclama das condições dos trevos da BR; 262 reforça suas ações em Bonito;    Gerson Claro (PP): presidiu reunião da Comissão C.  Justiça e Redação; com sua emenda de R$100 mil o Hospital Municipal de Dois Irmãos do Buriti adquiriu novos equipamentos.  João Henrique (PL); seu projeto prevê penalização de pessoas jurídicas envolvidas em maus-tratos a animais. Capitão Contar (PSL) aprovada em 1ª. discussão seu projeto criando a Política de Diagnóstico e Tratamento da Síndrome da Depressão no MS.  

‘PROFISSIONAIS’:  O desemprego é notícia, mas um fato é ignorado. Nos currículos de muitos desempregados há o registro do pouco tempo deles nos empregos anteriores. É a característica de ‘colaboradores’ que não vestem a camisa da empresa e aí acabam provocando a demissão para levar vantagen$. Enfim, não é fácil gerar emprego no país.

MUDANÇAS: No passado era comum o empregado iniciar profissionalmente numa empresa e lá permanecer até sua aposentadoria. Sem dúvida que se tratava de pessoas  comprometidas com os interesses do pagador do seu salário . Postura justa, sem raiva e inveja do patrão, onde a ingratidão não tinha espaço. Mas hoje - os tempos são outros.

OUTRA FACE:  A pandemia  desnuda a realidade do empreendedorismo mostrado as vezes equivocadamente com glamour. Quem não é do ramo, não dispõe de capital e não  persistir sucumbe. No Brasil o cidadão abre uma empresa e quer ficar rico a curto prazo. Na Europa uma geração abre a empresa para a geração seguinte consolidá-la e usufruir dos dividendos.  

PÍLULAS DIGITAIS:

Somos todos inocentes. (ex-vereador Mario César (MDB), réu no ‘Coffee Break’)

O maior inimigo de um governo é um povo culto. (Jô Soares)

Nada é tão admirável em política quanto uma memória curta. (John K. Galbraith)

Um político é capaz de qualquer coisa para permanecer no emprego – até mesmo tornar-se um patriota. (William R. Hearst)

O tempo que se vai é violento e nos oprime. (Jeferson Tenório)

Só tem uma coisa mais devastada que a natureza: a natureza humana. (Carlos Castelo)

O desespero eu aguento. O que me apavora é essa esperança. (Millôr Fernandes)

Nunca somos nós mesmos quando há plateia. (Milan Kundera)

Viva a vida como se todo dia fosse ‘Dia de Paredão’. (Pedro Bial)