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Abaixo de 2 metros, nível do rio Paraguai já apresenta tendência de declínio

Rosana Nunes em 07 de Maio de 2021

Anderson Gallo/Diário Corumbaense

Em 2020, rio Paraguai atingiu a marca mínima de 32 centímetros negativos, na régua de Ladário

Com 1,74 metro na régua de Ladário, o rio Paraguai chegou nesta sexta-feira, 07 de maio, ao menor nível para a data desde 2016. Na verdade, neste período, somente em maio de 2020 a altura ficou abaixo dos 2 metros. Nos demais, sempre superou a marca dos 3 metros com relativa folga.

Em 2018, o rio chegou ao maior nível para o dia 07 de maio nesta faixa temporal analisada. Naquele dia, o rio Paraguai em Ladário atingiu 5,02 metros. No mesmo dia do ano passado, a medição foi de 1,83 metro. As demais marcas para a data foram 3,71 m (2016); 3,30 m (2017) e 3,20 metros (2019).

Desde o dia 12 de maio, quando chegou ao pico de 1,88 m, os níveis vêm registrando queda, segundo os dados da régua centenária do Centro de Hidrografia e Navegação do Oeste, do 6° Distrito Naval da Marinha do Brasil, sediado em Ladário.

O fato de a régua marcar altura inferior a 2 metros não significa que as pessoas podem "atravessar a pé" o rio Paraguai. A explicação para isso é que a régua foi instalada num local de fácil leitura (margem direita do rio), assim, o zero da régua não corresponde ao local mais profundo. Se o nível da água do rio Paraguai, em Ladário, atingisse a marca de zero centímetro, mesmo assim o rio nesse local teria uma largura de aproximadamente 250 metros e uma profundidade média de 4 metros.

Daí a explicação para o fato dessa régua já ter registrado valores negativos, como ocorreu em 1964, quando o nível ficou 61 centímetros abaixo do zero. No ano passado, a marca mínima foi de -32 centímetros, atingida nos dias 23 e 25 de outubro. Foram as menores alturas desde 1973, quando a régua da Marinha ladarense marcou -2 centímetros em 19 de outubro daquele ano.

Tendência de declínio

O Sistema de Alerta Hidrológico do Rio Paraguai (SAH Paraguai) mantido pelo Serviço Geológico do Brasil (CPRM) mostra predisposição para “final da estabilização dos níveis dos rios da bacia, com tendência ao declínio em algumas estações. O rio Paraguai deverá começar a apresentar uma tendência ao declínio na maioria das estações monitoradas em sua calha”. O boletim indica que “o nível nas estações de Porto São Francisco, Ladário e Porto Murtinho deverá atingir a zona de atenção para mínimas nos próximos dias, condição que já se apresenta nas estações de Cáceres e Bela Vista do Norte”.

Ainda de acordo com o Boletim de Monitoramento Hidrológico da Bacia do Rio Paraguai, “para as próximas semanas não são previstas precipitações significativas na área da bacia do rio Paraguai, principalmente ao longo da primeira semana, incluindo a área de todo o bioma Pantanal. As chuvas na região deverão apresentar acumulados pouco representativos durante todo o período considerado”.

Em 2020, houve a maior estiagem em 50 anos. O rio Paraguai atingiu a marca mínima de 32 centímetros negativos (-32 cm) nos dias 23 e 25 de outubro do ano passado. O maior ciclo de seca registrado no Pantanal foi de dez anos consecutivos (1964 a 1973). Nesse ciclo, o nível mínimo foi de 61 centímetros abaixo do zero da régua, ocorrido em 1964, segundo a Embrapa Pantanal. 

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