Coluna Ampla Visão, com Manoel Afonso em 10 de Abril de 2020
NAS
URNAS: Quem ganhará? Quem perderá com essa pandemia
principalmente nas cidades maiores do MS? O tema não pode ser a base principal
do discurso do candidato que precisa exibir biografia exemplar, luz própria e
projeto de gestão que vá além de frases de efeito dos marqueteiros. Se eleição
não é Olimpíada (vale só competir! ) e nem
piquenique , o candidato há que estar preparado. Aliás, as postagens nas
redes sociais antecipam: tem candidato na capital, por exemplo, que sairá menor
do que na entrada.
BIOGRAFIA: Não vale sem conteúdo relevante, só de referências evasivas que não convençam. O eleitor há de fazer a comparação
entre os atributos do candidato com os desafios que o esperam à frente desta ou
daquela prefeitura. É bem assim: quanto menor a comunidade, maior é o nível de
conhecimento biográfico do candidato. Qualidades e defeitos afloram, debatidos
até em salões de beleza. Já em cidades maiores o candidato passa por sabatinas,
inclusive nas entidades de vários segmentos da comunidade.
PROJETO: Está ligado ao compromisso, comprometimento, caminhando próximo a lógica e
ainda respaldado às vezes na ciência.
Projeto não acena com milagres ou dádivas que agradam o eleitorado
carente ou ‘interesseiro’. Já no projeto, o resultado de dois mais dois sempre
será quatro. A promessa por sua vez, é muito mais genérica, superficial,
mística e acima de tudo generosa no aceno de benefícios. Nela, praticamente não há limites. Tudo é
possível e para todos. Basta crer ou sonhar.
1-DA
ASSEMBLEIA: Deputado Antônio Vaz (Republicanos), Presidente da Comissão Estadual da
Saúde: atento as ações anti-coronavírus, destinou R$900 mil a unidades básicas de saúde e hospitais de 18
cidades. Deputado Marçal Filho (PSDB):
Voltou a cobrar do avanço da dengue e enalteceu a decisão da Justiça Federal do
Distrito Federal que autorizou o uso do Fundo Partidário no combate ao
coronavírus. Deputado José C. Barbosa (DEM):
Votou pela destinação de emendas junto ao Fundo Estadual da Saúde; enalteceu o
resgate dos direitos do Oficial Músico da Polícia Militar e cobrou ‘Plano B’ em
Dourados no combate ao coronavírus.
2-DA
ASSEMBLEIA: Deputado Neno Razuk (PTB) Pediu a sanitarização dos locais fechados de
acesso coletivo ou privados, climatizados ou não, contra o coronavírus. Votou a
favor do projeto destinando emendas parlamentares para o Fundo Estadual de
Saúde. Deputado Lídio Lopes (Patriotas) presidiu a
primeira reunião ‘online’ da Comissão de Justiça, distribuindo 21 projetos e
enviando 11 deles ao plenário. Votou pela destinação de emendas parlamentares
para reforçar o Fundo Estadual de Saúde. Deputado Contar (PSL) Pediu transparência nas ações oficiais contra o
coronavírus; denunciou a questão da higienização dos postos de saúde; relator
da CPI da Energisa justifica a pausa dos trabalhos para evitar riscos de
transmissão do coronavírus.
3-DA
ASSEMBLEIA: Deputado Gerson Claro (PP): Desenvolto nas ações do Governo. Nesta semana
fez a interlocução para aprovação do
projeto que reforça o Fundo Estadual de Saúde com ajuda das emendas
parlamentares. Deputado Evander
Vendramini (PP): Pediu 20 respiradores mecânicos para Corumbá: Destinou
R$ 845 mil contra o coronavírus; Requereu benefícios ao pessoal da saúde; relatou projeto
reorganizando o quadro dos músicos da PM; pediu a ANEEL a suspensão da bandeira
tarifária. Deputado Lucas de Lima
(Solidariedade): Atento as ações do Governo para amenizar os efeitos fiscais
junto ao contribuinte devido ao coronavírus; votou pela inclusão do dinheiro
das emendas parlamentares ao Fundo Estadual de Saúde.
SAGA: Palavra certa para definir a vida de Manoel da Costa Lima,
cujo nome batiza uma avenida na capital – por onde a maioria que nela transita
ou não - desconhece seus feitos fantásticos próximos aos contos de ficção que
motivaram essa homenagem. Usei inclusive os dados do texto de Lígia Carriço de
Oliveira Lima, sua filha formada em História/Geografia no Rio de Janeiro em
1945 e que lecionou na antiga Fucmat; falecida em 2008 antes do lançamento da
biográfica em 2011 no Museu de Arte Contemporânea. Coube a sua filha Eliane C.
de Oliveira Lima lapidar o trabalho que sua mãe deixara.
INQUIETUDE:
a marca registrada de Manoel Costa Lima em seus 88 anos de vida. Nascido em
‘Baus’ (1866) pertencente na época a Paranaíba. Sua mãe (poetisa) da Família
Leal e seu pai paulista construtor de estradas, descendente do governador de
Mato Grosso José da Costa Lima. Ainda moço veio para a região do Córrego Botas;
dedicou-se a formação de fazendas e após
contrair núpcias passou a residir na
região do Anhanduizinho e Lontra. Na época a ligação comercial era só com Minas
Gerais, para onde os fazendeiros levavam gado para vender. Reclamavam; a demora
de 4 a 6 meses na viagem emagrecia o gado e diminuía os lucros. O desejo era
vender em São Paulo.
ANO
DE 1900: Incentivado por amigos ele vai à Cuiabá
pedir dinheiro para construir uma estrada rumo ao Estado de São Paulo. Mas do
governador Antônio Pedro Alves de Barros ganha apenas autorização para
construir a estrada às suas expensas. Decidido, ele vende a própria fazenda,
junta os recursos, contrata o pessoal e inicia a obra na base da machado e
foice numa extensão de 325 kms até o rio Paraná (que ainda não conhecia). Em
1904 já tinha pronto o memorial descritivo apresentado ao Governo. Mas a
largura ( 2.500 metros) do rio o
surpreende e percebe que seu projeto de transporte e navegação ganhara outra
dimensão, muito maior que o concebido inicialmente.
NOVO
DESAFIO: Manoel vai à Concepcion, Paraguai,
vende 200 reses e compra um barco a vapor que batizou de ‘Carmelita’ e mais 7
carretões. Pelo rio Paraguai entra no rio Miranda e alcança o rio Aquiadauna.
Antes da cidade retira o vapor, desmonta-o
colocando-o em partes nos
carroções puxados por 200 bois em sistema de rodízio rumo a Campo Grande
subindo pela Serra de Maracaju. A viagem durou 60 dias. Após 3 dias de descanso
em Campo Grande a viagem continuou por 15 dias até o pontal do Lontra com o
Anhanduizinho. Lá constrói uma oficina,
o barco é montado e navega até chegar às águas do Anhanduí e depois o Pardo e o
Paraná (Porto XV). A primeira travessia do rio Paraná ligando Mato Grosso
ocorreu em 8 de outubro de 1906. Uma data histórica.
O
VISIONÁRIO: Ele não para aí. Construiu balsas currais,
embarcadouros e trouxe duas ‘chatas’ incrementando o comercio dos dois lados do
rio Paraná. Convidou os paulistas para ocuparem as terras da região onde
surgiram cidades cuja fundação ele incentivou ou participou. Um dos exemplos é
Santa Rita do Pardo onde ele chegou a instalar uma central telefônica em 1916
para atender 36 fazendas. Sua ousadia foi o marco de uma nova era nas relações
comerciais e sociais do Mato Grosso, cujo Governo acabou por indeniza-lo pela
estrada através da titularização das terras que ele ocupava.
LEGADO: Para o ex-governador Fernando Correia da
Costa a trajetória de Manoel da Costa Lima é digno dos feitos daqueles heróis
da mitologia grega. Para o poeta Manoel de Barros os feitos dele são
comparáveis a de outros personagens como
o Marechal Rondon. Em 1970 as atuais BR
267 e 163 – nos trechos Porto XV-Rio Brilhante-Campo Grande foram batizadas com
seu nome pelo reconhecimento de sua obra. Nosso herói não é do rol dos
artificiais. É fruto de personalidade rara. Basta viajar no nosso imaginário para aferir a garra sem
esmorecer diante de tantos obstáculos. Um herói sem retoques, cuja vida merece
ser contada e reverenciada. Espero ter – resumidamente – proporcionado boas
informações desse personagem histórico. Amei sua trajetória.
COMPORTAMENTO: O fator
informação influencia na postura/opinião das pessoas. Mas ainda há
resistências. É a leitura da amostra na capital (03/07/Abril) da ‘Ranking
Pesquisas’ com 1.200 entrevistados sobre aspectos diversos do coronavirus. O
leitor pode assim aferir em qual grupo comportamental se enquadra e deduzir até
onde vai sua participação neste episódio inédito que não diferencia famosos e
anônimos. Vamos lá...
PRIMEIRO:
75,25% tem muito medo de pegar e só 3% não tem. 74,16% lava as mãos/nariz/rosto
– mas só 16,08 tira a roupa ao chegar em casa. 66,25% evita sair, 35% evita
abraço/aperto de mão/beijar. 64,41 usa gel; só 29% usa máscara e apenas 28%
areja a casa com janelas abertas. Interessante: só 23% toma vários banhos ao
dia e quem higieniza objetos pessoais soma 13%. Outro problema: 26% foca a boa
alimentação e os exercícios físicos. Cruel: 22,41 deixou de trabalhar e aqueles
que deixaram de ir a festa totalizam 31,41%. Chega a 41,08% quem vê o
isolamento como essencial e inevitável .
SEGUNDO:
Para 65,50% o impacto na economia será grande; para 67,33% o maior medo é o
desemprego e para só 31% é o coronavirus. Quanto as escolas, 68% apoia o fechamento e 29% é contra. Toque de recolher: 66% é a favor. A postura
do prefeito Marcos Trad (PSD) é correta para 30,25%; transparente 25,33% e
acertou na maioria das ações para 27,50%. Na avaliação geral o prefeito tem
52,50% de bom/ótimo; 25,41 % regular e 16 % de ruim/péssimo. Presidente Bolsonaro: bom 30,25%; 28% regular;
ruim/péssimo 35%.
FRASES: Algumas da internet: “Ao final teremos muito
mais falidos que gente morta. Foi mais fácil cancelar as aulas do que o
carnaval. Isso mostra o que é importante no país. Enquanto os mortos não forem
seus mortos – você não entenderá a gravidade da situação atual. Se o povo está
nervoso pela falta do álcool gel, imagine quando faltar cerveja. Se os
cabeleireiros não reabrirem 90% das loiras desaparecerão. Não vejo a hora de ir
para o regime semiaberto. Quando isso acabar vou ter que mandar minhas mãos
para os alcoólicos anônimos. Se não ainda não sabe ressuscitar fique em casa!”
ALBERT EINSTEIN: “É na crise que nascem os inventos, os descobrimentos e as grandes estratégias. Quem supera a crise, supera a si mesmo sem ser superado. Sem crises não há méritos. É na crise que aflora o melhor de cada um, porque todo vento é uma carícia. Falar da crise é promovê-la e calar-se na crise é exaltar o conformismo. Em vez disto, trabalhemos duro. Acabemos de uma vez com a única crise ameaçadora, que é a tragédia de não querer lutar para superá-la.”