Leonardo Cabral em 11 de Março de 2020
Anderson Gallo/Diário Corumbaense
Bailarinos durante as aulas ministradas pelo coreógrafo argentino Jorge Amarante
“Em Corumbá, o Jorge veio fazer um balé completo, com cinco bases em torno de 20 minutos, repassando toda sua experiência e o melhor, fazendo com que os bailarinos da Companhia possam surpreender na hora da apresentação, trazendo com ele o neoclássico, usando sapatilhas de ponta, uma técnica bem clássica, só que com o tangueando. Ter esse repertório, ainda mais de um argentino ajuda muito no intercâmbio internacional, onde quem ganha é o corumbaense na hora das apresentações”, explicou ao Diário Corumbaense, Márcia Rolon, diretora do Moinho.
Ela ainda define o aprendizado como uma "carga" a mais para os integrantes da companhia. “Ter na sua carga coreográfica essa experiência do tango, dá um grande diferencial na carreira deles, só vem agregar no crescimento de cada um, seja dentro ou fora dos palcos”, completou.
Com essa visão, a corumbaense e bailarina Izabelle Fernandes Paiva, disse que a troca de experiência é mais uma prova de que o artista gosta de desafios. “É um estilo totalmente diferente, que além de desafiador nos proporciona um crescimento profissional, ainda mais para nós que não temos nem a noção do tango clássico e aprender dentro do balé neoclássico fica melhor ainda. É um momento único”, destacou.
Com movimentos diferenciados e que "hipnotizam" os bailarinos, o coreógrafo Jorge Amarante, explica ponto a ponto dos passos. Para ele, a troca de experiência internacional, que em sua carreira não é pouca, representa aprendizado para ambos os lados.
Anderson Gallo/Diário Corumbaense Troca de experiência entre bailarinos promove crescimento profissional
Essa não é a primeira visita dele à Corumbá. O coreógrafo veio em 2018 com o mesmo propósito, só que trazendo o tango clássico. Desta vez, o tango apresentado dentro do estilo neoclássico é mais estilizado.
“Márcia que me convocou através do maestro Rolando. Na primeira vez, montei 'pedaços' de tango, foi quase nada, música com tango tradicional. Foi uma pequena prova. Agora, fazemos com que os bailarinos possam subir nas pontas do pé, deixa de ser tango tradicional, dançado com sapatos, e passa a ser um tango mais estilizado, mais neoclássico. As bailarinas levantam as pernas, há movimentos mais ousados, mais limpos, não há muito mais que o corpo na apresentação. É possível sair do clássico, despertando o corpo e a mente com ritmos mais dançantes, como o eletrônico e posições mais fechadas e abertas, uma mescla de movimentos, com uma linguagem diferente e ampla”, frisou Jorge revelando que essa obra já passou pelo México, Buenos Aires e Colômbia, país de estreia e responsável por levar apresentações para países como Alemanha, Rússia, Luxemburgo, Espanha entre outros da Europa, agora "desembarcando" em Corumbá.
Argentino se adaptando ao tango eletrônico
Anderson Gallo/Diário Corumbaense Bailarino Agustin Salcedo disse que encara como novidade o estilo apresentado
“O tango clássico já conhecia como profissional e por ser argentino, mas o neoclássico com essa mescla, como por exemplo, o eletrônico, para mim é novidade. É um momento enriquecedor e eu e meus colegas estamos desfrutando muito. É um grande aprendizado com este estilo que considero centrado e muito desafiador”, contou Agustin.
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