Coluna Ampla Visão, com Manoel Afonso em 28 de Fevereiro de 2020
NA
PRAÇA Outro pré
candidato que tem marcado presença nas redes sociais com fotos inclusive é Izaqueu Cipriano – ‘cap’
da Santa Casa de Misericórdia da nossa capital. Filiado ao Partido Progressista
(PP) Izaqueu não é noviço em matéria eleitoral e vem exteriorizando a formula
adotada para tentar chegar ao 2º turno. Percebe-se que o candidato progressista
irá fundo nas questões sociais das regiões periféricas. O PP dispõe de tempo
razoável no rádio e televisão e tem um bom fundo partidário.
PUREZA
Nesta última quinta feira o procurador Sergio
Harfouche deu entrevista na Radio Hora onde criticou episódios carnavalescos na
capital envolvendo jovens. Ao final, questionado sobre sua eventual participação
no pleito da capital, lembrou que até o final de março selará seu destino. E
fez um arremate colocando-se como vítima
do sistema: “ Infelizmente existem oportunistas querendo causar ainda mais
impedimentos para que os eleitores possam escolher melhor seus representantes –
é a prova de que ainda há políticos que pensam em benefício próprio”. Descoberta a América!
INSÔNIA:
Basta ler o que ele pensa, escreve e decide para se ter o perfil do Juiz de
Direito Roberto Ferreira Filho – titular da 1ª Vara Criminal de Campo Grande:
“Um cidadão que vende um CD pirata pode receber pena de 2 a 4 anos de prisão,
uma pena semelhante ao que se envolve em crime de corrupção...” Nas mãos dele
dois processos merecedores de farto
noticiário: o caso envolvendo o empresário Jamil Name (Operação Omertà) e da
Lama Asfáltica onde pontifica a figura do ex-governador André Puccinelli (MDB). Magistrado desde 2001 vindo de Paranavai (Pr),
é alvo de elogios pela sua conduta serena e rígida onde não admite distinção de
classes sociais perante a justiça.
POR
UM FIO:
O assassinato brutal de Dirceu Lanzarini (ex-secretário da Casa
Civil-MS) é mais uma demonstração da fragilidade das atuais relações humanas.
As pessoas estão cada vez mais intolerantes, nervosas e matam seus semelhantes
como se fossem baratas no banheiro. Recomenda-se cautela, sabedoria e grandeza
– abrindo mão inclusive da própria razão. Como se diz: É melhor levar desaforo
para casa ou prejuízo financeiro do que perder a vida. Lembrando Pearl S. Buck: “De todos os
perigos, o maior é subestimarmos o nosso inimigo”.
ADEMAR
X JÂNIO: Pelo estilo pessoal marcaram na política - ficando famosos por
episódios que protagonizaram no poder e fora dele. Ademar de Barros foi fazer
comício em Mogi Guaçu (SP) e disparou contra Jânio Quadros: “...Entre várias
obras que fiz em São Paulo está o Pinel, hospital para loucos. Mas infelizmente
não foi possível internar todos. Um deles está solto e fará comício aqui nesta praça na semana que vem”. Jânio soube da referência feita pelo
adversário e na mesma praça lascou: “Quando fui governador de São Paulo
construí várias penitenciárias, mas não prendemos todos os ladrões. Um deles
escapou e na semana passada fez comício aqui nesta cidade”.
GENIAL:
Presidente, Jânio Quadros recebe pedido de emprego para o sobrinho de um ministro
que acabara de se formar advogado. Na lista de cargos vagos de assessores
federais havia um na tesouraria dos
Correios e Telégrafos. Quando o presidente revelou o salário do cargo o
ministro padrinho do pedido curiosamente recusou alegando que era muito
dinheiro para o rapaz começando a vida e que o ideal seria um salário mais
modesto. Surpreso com a honestidade do
ministro Jânio desabafou: “Caro Ministro, abaixo desse salário só emprego por
concurso público”.
OPINIÕES: O ex-ministro Roberto Campos tinha opiniões geniais. Economista liberal,
cutucava os socialistas defensores da igualdade lembrando: “Deus não é
socialista; criou os homens profundamente desiguais”. Segundo ele, a economia era a ciência de alcançar a miséria
com o auxílio da estatística. Ele contava que em Moscou uma professora pediu a
um aluno conjugar o verbo planejar. Mas começou o aluno a balbuciar “eu
planejo, tu planejas; a professora interrompeu e perguntou-lhe o tempo do
verbo. “Tempo perdido”. Campos lembrava Krushev - para quem os políticos são
capazes de grandes ousadias, como oferecer pontes onde não há rio.
ASAS
& CHIFRE: Quando o ex-presidente Jânio Quadros
morreu o velório foi dos mais concorridos. Chamou atenção um cidadão que não
parava de chorar. Questionado por um jornalista, ele relatou sua ligação com o
ex-prefeito paulistano. Disse que certa feita, muito tempo atrás, encontrava-se
no alto de um prédio, pronto para cometer suicídio, quando o então vereador
paulistano Jânio, apareceu gritando pedindo para que ele não fizesse a enorme
bobagem. O tal homem insistiu que iria pular porque a esposa o havia traído.
Jânio foi cirúrgico: “O que tua mulher te arrumou foi um par de chifres, não um
par de asas. Desça já daí”. E salvou o cidadão.
FRUSTRADO:
Embora considerado um cidadão por demais inteligente, patriota, estudioso e
organizado, o grande Ruy Barbosa morreu sem realizar seu desejo de governar o
país. Mas não foi por falta de insistir. Concorreu em 4 eleições: 1894 (ficou
em 4º lugar), em 1910 perdendo para Hermes da Fonseca, 1914 derrotado para
Wenceslau Braz e 1919 perdendo para Epitácio Pessoa. Sobre ele os críticos da
época diziam que ele era intelectual demais e pragmático de menos. Pelo seu
preparo e estílo era considerado ‘chato demais’, não era agradável aos olhos do
eleitor. Contra ele uma notícia: Ruy era contra as vacinas, consideradas por
ele como condutoras de moléstias.
MINEIRO:
Explicação de José Maria Alkmim ao réu condenado a 5 anos de prisão por matar a namorada: “O ano tem 365 dias e 5 anos
são 1825 dias. Nos 5anos há 260 domingos, quando ninguém faz nada. Nos sábados
(130) trabalha-se só meio dia. Na sua idade deve dormir 8 horas-dia e 5 anos
representam 608 dias dormindo. Nos 5 anos temos 100 feriados. Assim você soma
260 com 130, mais 608 e 100 totaliza 1098 dias. Pegue os 1825 dias e deles
retire 1098 e chegará ao total de 727 dias. Dividindo esse resultado por 30
sobrarão 24 meses, ou seja, só 2 anos de prisão...”. O condenado sorriu e
suspirou aliviado diante da explicação do político. Enfim, embromado, mas
feliz.
CHAMINÉS
DA CULTURA:
O deputado Luiz Eduardo
Magalhães era o poderoso presidente da Câmara. Seu colega de parlamento era
Paulo Lima (PFL), herdeiro da Universidade do Oeste Paulista (Unoeste) de Presidente
Prudente reclamou: “Você precisa pedir ao MEC para dar uma folga nesta
fiscalização em nossos cursos”. Magalhães mostrou-se surpreso – “MEC? Por que
MEC? – Ora, Luiz, quem fiscaliza os cursos é o MEC. Eles estão pegando demais
no nosso pé. Luiz Eduardo insistiu: “Achei que no caso das suas faculdades a
relação fosse com a Fiesp. Não se trata de uma fábrica de diplomas? Então quem
fiscaliza a fábrica é a Fiesp”. Os dois riram muito.
AH!
O CORREIO...
Eleitor sem dinheiro do interior
nordestino foi ao prefeito pedir ajuda e ouviu dele a sugestão: “ Por que você
não pede a Jesus Cristo? Ele não é o pai dos pobres?” O eleitor obedeceu e fez a carta pedindo 100 cruzeiros. Os
funcionários dos Correios abriram a carta e com pena dele fizeram uma vaquinha
de 50 cruzeiros e colocaram na carta.
Mas veio a surpresa numa outra carta dizendo: “Senhor Jesús agradeço a
ajuda que pedi, mas da próxima vez mande em cheque porque dos 100 reais o pessoal
do Correio meteu a mão em 50.”
UMA
FIGURA!: Helio Garcia contrariou a lógica e
governou Belo Horizonte e Minas Gerais fazendo seus sucessores Newton Cardoso e
Eduardo Azeredo. Era especialista em pensar muito e não dizer o que pensava.
Frases suas: “Tem o sabido e o sábio” – “Não brigo, mas também não faço as
pazes” – “Não tenho tempo para fazer novos amigos, quanto mais novos inimigos”.
Em 1985 elegeu Sergio Ferrara (que tinha
defeito numa perna) prefeito de BH. Em campanha pelas favelas, Hélio
incentivava: “ Manca, Ferrara! Mancar dá voto!” Por beber muito e pela estatura enorme ganhou
o apelido de ‘Dojão’ ( carro Dodge Dart). Morreu em 2016 aos 85 anos de idade.
‘RETRO-CID’:
“Quando pensamos que estamos no fim, vem uma retroescavadeira e cava um novo
fim do poço. Quando um senador joga um veículo desse em cima de uma multidão e
é para com tiros no peito, é porque não vivemos em estado de normalidade
democrática. O que Cid Gomes fez e ao que foi submetido na última quarta –
feira (19) foi a mais triste demonstração de que fracassamos miseravelmente –
como sociedade.... Estamos no pré-sal do poço da democracia e sinto muito
dizer, mas estamos longe de chegarmos no fim.” ( Erick Mota – jornalista)
Tancredo Neves: “Se Deus não lhe deu a graça da humildade, peça a ele a da dissimulação e finja que é modesto”.