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Temas nacionais nas eleições municipais

Coluna Ampla Visão, com Manoel Afonso em 14 de Fevereiro de 2020

MODISMO: “Ser de esquerda é muito fácil. Basta dizer “sou de esquerda” e acabou. Você vira vagamente intelectual, vagamente sensível,  vagamente descolado, solidário. Mas se você diz “não sou de esquerda” em que se explicar para o resto da vida: ‘não sou de esquerda, mas não sou homofóbico, não sou de esquerda mas não sou racista’. Essa ideia de que você tem um lado da rua onde está a bondade e outro não, a história já massacrou isso de um jeito, velho. Você precisa ser muito analfabeto, alienado, muito marciano para não ver os estragos que a utopia e projetos ditos coletivistas fizeram com a humanidade. Então rapa fora enquanto é tempo”. Do ator ‘casseta’ Manoel Cláudio. 

‘CAFÉ AMIGO’  com o prefeito Ivan da Cruz Pereira (Xixi) (DEM) de Paraíso das Águas ainda comemorando a premiação pelo Ministério da Saúde junto com apenas 14 cidades de todo o país, entre elas Brusque (SC), Campos de Jordão (SP) e Carlos Barbosa (RS) por suas ações de combate e preventivas contra epidemias em geral. Nos contatos junto a população do município senti a satisfação da comunidade no trato da saúde pela prefeitura que garante assistência médica 24 horas no pronto socorro com serviços de ultrassom e raio-X digital. Em Paraíso o prefeito consegue a proeza de ser unanimidade pela sua postura ágil e competente. Aliás, as pesquisas mostram isso.

 

AVALIAÇÕES  A ministra Tereza Cristina da Agricultura, segundo confissão de Bolsonaro ao prefeito Ivan, é o nome preferido dele presidente para ser candidata a vice  em 2022. Para o prefeito, o ministro Mandeta da Saúde  hoje em alta - poderá ser o nome do partido para a sucessão estadual.  Na audiência com o presidente Bolsonaro o prefeito ficou impressionado com a intimidade dele em relação  a realidade social e econômica do nosso Estado, ao quadro político  e  seus personagens inclusive.  Avalia o prefeito Xixi: “um presidente bem informado de tudo sobre o MS”.

 

MAU SINAL Nem começou o jogo e o ex-governador Puccinelli (MDB) já levou cartão amarelo com declaração inoportuna e arrogante, apesar de desempenho fraco nas pesquisas, das prisões e dos escândalos pipocndo na justiça. Acostumado a condição de ‘pole position’ e bajulado nos círculos políticos, está revoltado com a nova situação que ele próprio provocou. No saguão da Assembleia Legislativa  o assunto esteve na pauta do observadores de plantão com um dúvida unânime: até onde a participação de Puccinelli  na campanha do ‘candidato’ Marcio Fernandes garantiria o êxito da mesma?   

 

O PRÓXIMO?  A morte do jornalista Leo Veras na região da Fronteira lembra bem  o último dia de vida de Santiago, o personagem do livro ‘Crônica de uma morte anunciada’  do escritor colombiano Gabriel Garcia Marques. Sobre mais essa barbárie do narcotráfico os  deputados Lídio Lopes (Patriotas) e Evander Vendramini (PP) e Lucas Lima (Solidariedade) fizeram ao colunista uma análise do clima tenso que paira entre os profissionais de comunicação na fronteira – com uma indagação pertinente: ‘quem será o próximo’?  Leo Veras não encerrará a triste lista de assassinatos. No jornalismo da fronteira até os cronistas sociais correm risco de vida.    

 

DILEMA  Como montar um projeto eleitoral sem gastar muito para se eleger vereador numa cidade de 5 a 7 mil habitantes? Nesta semana conversei com um ex-candidato a vereança numa cidade deste porte que desabafou? “Tá difícil! Você vai numa igreja e antes de falar com o chefe (pastor) você tem que acertar o diácono para conseguir um espaço paralelo. O pior; em todas as famílias numerosas há vários candidatos; um cenário muito diferente de antes. Guardar dinheiro para comprar voto na véspera nem sempre funciona. Ouvi pacientemente e conclui: ‘trabalhar ninguém quer’.

LÍNGUAS AFIADAS  Para esse ex-candidato o salário (sem os penduricalhos)  acaba atrapalhando o discurso, pois reina na opinião pública uma ideia de que os pretendentes visariam apenas as vantagens financeiras. A situação chegou a ponto de que eventuais promessas – com declarações firmadas em cartório inclusive abrindo mão dos salários em prol de entidades – não dobram o ceticismo do eleitorado. Numa cidade pequena a população fica de olho no padrão de vida dos políticos, fazendo a comparação com a época anterior a conquista do mandato. Nada passa despercebido. Olhar com lupa!

NOVO CENÁRIO: Teremos 35 partidos políticos.  Nos municípios com até 100 mil eleitores cada um deles poderá lançar até duas vezes o total de cadeiras na Câmara. Nos municípios com mais de 100 mil eleitores - o número de candidatos não poderá ser superior a uma vez e meia do total de cadeiras legislativas. Assim aumentará o número de candidatos dos partidos nanicos; explico os motivos:  antes os nanicos ficavam de fora da disputa por não atingir o quociente eleitoral e agora passarão a disputar as ‘sobras’ das cadeiras não distribuídas pelo Quociente Partidário.  

E MAIS...  Outro fator  é o aumento da direita no país desde 2018 - que provocará a ideologização das campanhas - tornando o embate municipal num espelho do quadro nacional,  com o debate sobre valores e costumes inclusive. . Até aqui as campanhas municipais eram divorciadas politicamente do cenário federal, com os candidatos impondo o caráter da pessoalidade, independentemente de partido ou grupo alinhado. A tendência é que temas nacionais  façam parte da campanha, com a exploração dos casos de corrupção e as consequências danosas as cidades interioranas inclusive; a situação do hospital; a escola inacabada, a viatura policial , a rodovia ruim na lista dos ‘lembretes’.  

RETROVISOR: Na política nacional a direita extremada cresceu, mas no interior centro-direita e a direita moderada historicamente são superiores à esquerda. Aliás, o perfil dos prefeitos prova isso:  empresários, agricultores, comerciantes, curso superior completo e quase sempre contrários a política da esquerda. Em 2016, foram 3.699 prefeitos eleitos (66% das cidades) pertencentes aos  maiores partidos (MDB,PP, PSDB, PR, DEM, PSD e PTB). A tendência é de crescimento das siglas alinhadas ao projeto do Planalto, como aconteceu antes no Governo de Fernando Henrique (PSDB) e dos petistas Lula e Dilma Roussef.

ENFIM... a nacionalização do debate eleitoral  também será caracterizada ainda pela maior participação dos militares e de gente ligada a segurança, a exemplo das eleições de 2018. A tendência é que tenhamos também nas câmaras municipais  um contingente maior destes personagens alinhados a política mais a direita e com forte tendência na defesa dos valores morais e da família tradicional. Isso dependerá  também da avaliação do Governo Bolsonaro no decorrer deste período e da postura (hoje encolhida) da forças  da esquerda em dificuldades para juntar a militância, bem menor do que era antes.  

POLARIZAÇÃO:  Ela não terminou após as eleições de 2018; muito pelo contrário -  ganhou contornos de radicalização dos posicionamentos políticos-ideológicos com ingredientes ligados a religião, artes, cultura e sexualidade nas redes sociais com direito inclusive ao fenômeno do ‘fake news’.  Todo fato noticiado é explorado politicamente. Dois casos atuais: a nomeação da atriz Regina Duarte para a Secretaria da Cultura e a indicação do documentário ‘Democracia em Vertigem’ da diretora Petra Costa para concorrer a premiação do Oscar 2020. É o olhar político do cidadão internauta.

MILONGUEIRO?  Papa Francisco  desagradando o decrescente ‘rebanho católico brasileiro’ cada vez mais ausente da igreja. Sua posição mais à esquerda em questões emblemáticas é visível; desastroso no episódio das queimadas na Amazônia  a exemplo de suas opiniões em questões sociais e políticas. Soou mal sua posição  contrária  a participação de homens e mulheres nos atos da Igreja na  Amazônia. O Papa argentino que vendia a imagem de renovação  passará a história como o Papa igual ao antecessor alemão. Quanto ao encontro com o ex-presidente Lula só agradou  ao PT e Cia.

DUAS PONTAS:  Na primeira delas o Governo Bolsonaro vai bem com medidas de ordem econômicas que vão mostrando recuperação – ainda que lentamente. Também  não tem havido casos escabrosos de corrupção como ocorreu nas administrações anteriores. Na segunda, representada pela comunicação com a sociedade, há muito a aprender e melhorar. O Governo consegue se desgastar em agendas sem importância e que ganharam destaque na mídia exatamente pela falta de habilidade no seu trato.  Bolsonaro precisa falar menos, a exemplo de alguns ministros e  auxiliares.  Com isso fornece combustível à oposição tratada com carinho pela grande mídia. Amadorismo!

PRAZOS ELEITORAIS:  Detentores de mandatos eletivos que vão disputar a reeleição poderão trocar de partido ( janela eleitoral) entre 5 de março a 3 de abril. Vence no dia 4 de abril o prazo para aqueles sem partido e que pretendam se candidatar. Dia 4 de agosto é o último dia para registro das candidaturas.  Será mais curto o período da propaganda  eleitoral no rádio e televisão: de 28 de agosto a 1 de outubro. Até o dia 3 de outubro (véspera das eleições) poderão ser realizadas caminhadas, passeatas e carreatas.  Já as convenções partidárias poderão ser efetivadas entre 20 de julho a 5 de agosto. Dia 1 de outubro é a última data para os debates no rádio e televisão.

CUIDADO!:  Os pré-candidatos que se cuidem para não ‘dançarem’ antes do ‘baile’.  Não pode fazer pedido explícito de votos e utilizar outdoor, mesmo sem texto de teor eleitoral. Proibido usar meios de publicidade vedados no período eleitoral, como distribuir camisetas, bonés  e brindes. A justiça eleitoral estará de olho nos gastos excessivos e na utilização de meios vedados. Neste caso ele poderá ser penalizado por abuso de poder econômico que resulta em cassação do registro, diploma, mandato ou inegibilidade por 8 anos. ( Caso da senadora (Selma-PSC) de MT).  Lembro; os suplentes destes candidatos – se eleitos – poderão recorrer a justiça contra eles tomando-lhes a vaga. Vale tudo por um mandado. Se vale!

NA INTERNET:  “O desfile das escolas de samba no Rio custa R$ 70 milhões para a prefeitura. O enredo é fácil de entender, difícil de engolir. Quem vende os espaços é a Liesa (Liga das escolas); quem vende o patrocínio comercializando várias cotas milionárias é a Rede Globo. O carnaval do Rio precisa viver de recursos privados, não da prefeitura que tem 100  mil aposentados, 100 mil funcionários pra pagar e 650 mil crianças nas escolas pra cuidar – a maioria atendida pelo  Bolsa Família. O carnaval é bom pra cidade, mas  ele deve ser pago pelos recursos privados e não da prefeitura.” 

Rápidas Legislativas

Deputado Antônio Vaz (Republicanos): Pediu mais recursos ao Hospital Municipal de Naviraí; requereu a criação da comissão para defesa das crianças e juventude; presidiu audiência pública ( dia 13) sobre saúde através do programa ‘Previne Brasil’.

Lucas de Lima  (Solidariedade)  Ligado as questões  do meio ambiente e proteção dos animais. Presidente da Comissão do Meio Ambiente quer a preservação da mata do P. dos Poderes; trata de incentivos ao uso do GNV como combustível junto a MS Gás.  

Deputado José C. Barbosa  (Democratas) Contra a reelicitação das obras da BR 163 pedida pela CCR MS Via; pede a disponibilização de recipientes com gel em locais públicos para evitar a propagação do vírus do H1N1 e de outras epidemias.  

Deputado Lídio Lopes (Patriotas) Visitou 7 cidades do Cone Sul e entregou aparelho de ultrassonografia para a Casa da Gestante de Eldorado. Com 40 vereadores, prefeitos, vice prefeitos o deputado promete surpreender nestas eleições. Uma força interiorana.

Deputado Marçal Filho (PSDB) Quer medidas para coibir posturas lesivas aos idosos na contratação de empréstimos; alertou sobre a previsão dos casos de câncer no MS em 2020; fez reflexão na tribuna sobre o valor do planejamento na administração pública.  

Deputado Capitão Contar (PSL) Contra o desmate de vegetação nativa no Parque dos Poderes; pede transparência no Fundersul; flexibilização na cobrança do ICMS antecipado; insistindo no combate eficaz ao mosquito da dengue em todo o Estado.  

Deputado Neno Razuk (PTB) Comemora abertura da licitação pela Agesul do projeto  de engenharia para duplicação da rodovia156 e construção de passarela no entorno de Dourados ); eleito vice líder do bloco partidário denominado G11. Tem bom trânsito.

Deputado Jerson Claro  (PP) Eleito líder do Governo na Assembleia; foi à MS Gás junto com o deputado Lucas Lima para tratar da política de incentivo ao uso do GNV; está atento a política de industrialização do Estado sem descuidar do meio ambiente.

Londres Machado (PSD) Por unanimidade eleito líder do bloco denominado G 11 com a função de decidir por posições na apreciação de matérias diversas que exijam bom trânsito junto a colegas e a outros poderes e experiência no trato com a coisa pública  

Marcio Fernandes  (MDB) Apesar da escolha para disputar a prefeitura da capital  não descuida de seus projetos  e no contato com lideranças em seu gabinete.  O início da colheita de soja e Rota Bioceânica  monitoradas pelo parlamentar ligado ao meio rural.

Evander Vendramini  (PP) Requereu a criação de salas de descanso aos médicos, enfermeiros e auxiliares nos hospitais; Viu atendido seu pedido para asfaltamento do trecho ( 12 kms) de acesso a Porto Esperança, uma velha aspiração da comunidade.

José Teixeira (DEM) Focado em ações voltadas ao meio rural e nos desafios das cidades interioranas principalmente. Pediu empenho da bancada federal na solução de problemas de Caarapó, com quem o parlamentar mantém laços fortes de relação.

Deputado João Catan (PL) Arquivado por 9 votos a 2 seu polêmico projeto de 2019 permitindo a doação de sangue por homossexuais. Matéria  de competência exclusiva federal ( Ministério da Saúde) segundo relatoria do deputado José Carlos Barbosa.