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Juiz converte em prisão preventiva a detenção dos pais de bebê prematuro

Caline Galvão em 28 de Janeiro de 2016

O juiz André Luiz Monteiro, titular da 1ª Vara Criminal de Corumbá, converteu a autuação em flagrante dos pais do bebê morto no domingo (24) em prisão preventiva, ou seja, Gilson Gonçalves, vulgo “Cunhé”, de 20 anos, e Lorraine Guimarães Torres, de 18 anos, vão aguardar julgamento presos. Elton Gonçalves, que foi preso em flagrante por tráfico de drogas junto ao irmão Gilson, também ficará preso. A criança, que nasceu com sete meses, morreu após a mãe ter retirado a sonda que a alimentava. Pelo exame da necropsia, o bebê morreu asfixiado pelo próprio vômito, porque não tinha ainda capacidade de deglutição. O caso que aconteceu no bairro Cervejaria gerou comoção na cidade.

Ricardo Albertoni/Diário Corumbaense

Investigações da Polícia Civil reforçaram a decisão judicial de manter pais presos

A decisão do juiz foi determinada no final da tarde de quarta-feira (27), quando houve audiência de custódia do caso. Com essa decisão, a Polícia Civil deve encaminhar a mãe para a penitenciária feminina e os outros dois para o presídio masculino. A audiência confirmou que todo o procedimento realizado pela Polícia Civil no caso foi legal e ratificou as informações levantadas pelos investigadores, incluindo a frieza dos pais que, mesmo após o SAMU constatar o óbito da criança, na noite de domingo, dormiram com o bebê morto ao invés de tomarem as providências corretas.

A mãe da criança foi indiciada por homicídio doloso, porque assumiu o risco de produzir o resultado da ação, já que foi orientada a não tirar o bebê da maternidade e a alimentá-lo pela sonda, enquanto o pai e seu irmão foram autuados por tráfico de drogas, mas o pai, Gilson Gonçalves, vulgo “Cunhé”, de 20 anos, também vai responder pela morte da criança.

O caso

Depois de denúncia, a Polícia Civil chegou até uma lanchonete no bairro Cervejaria e encontrou Lorraine Guimarães Torres, de 18 anos, embriagada e caminhando de um canto a outro do estabelecimento, enquanto o corpo da filha prematura, nascida no dia 12 de dezembro do ano passado e que tinha hidrocefalia, estava sobre um freezer. O fato aconteceu na segunda-feira (25).

Testemunha afirmou que a criança morreu depois que a mãe deixou o bebê com uma vizinha, sem a sonda que a alimentava e foi a uma casa de pagode no domingo. Ao retornar, a mãe da criança encontrou o SAMU e o bebê morto. Depois disso, ela dormiu em casa com o marido junto com a criança morta. Na manhã do outro dia, ela saiu perambulando com a criança morta nos braços e chegou até a lanchonete, quando a polícia foi acionada.

Antes de a polícia descobrir que o bebê tinha morrido asfixiado com o próprio vômito, por estar sem a sonda, a mulher tinha dito que o marido é que tinha matado a criança. Por conta disso, a Polícia Civil fez cerco na casa e encontrou o homem na residência com seu irmão. Ao avistar os policiais, o irmão do marido da mulher jogou pela janela um saco de fraldas contendo 143 papelotes de pasta base de cocaína. Os dois foram presos em flagrante por tráfico de drogas.