Rosana Nunes em 20 de Setembro de 2024
Divulgação/Polícia Federal
Buscas realizadas na região apontam para a existência de pelo menos 2.100 cabeças de gado na área da União
De acordo com as investigações dos incêndios, os dados apurados revelaram que a área queimada é alvo reiterado deste tipo de crime ambiental, e posteriormente, alvo também de grilagem das áreas mediante fraudes junto aos órgãos governamentais.
"A ocupação irregular de área, que já totaliza 6.419,72 hectares, vem sendo utilizada para exploração econômica por meio da pecuária. Buscas realizadas na região apontam para a existência de pelo menos 2.100 cabeças de gado na área da União, mas estima-se a criação de mais de 7.200 animais em todo período investigado", diz a assessoria da PF em nota.
Em entrevista ao Bom Dia MS, da TV Morena, o delegado Carlos Henrique Cotta D’Angelo, superintendente da Polícia Federal de Mato Grosso do Sul, disse que a operação é uma fase executiva para angariar mais elementos de provas das investigações que foram iniciadas no gabinete de crise em Ladário, cidade vizinha Corumbá.
“Nesse caso de hoje, nós identificamos que em junho deste ano houve incêndio em uma propriedade específica, isso nos chamou a atenção", disse. A partir desse registro, foi feito o trabalho de margeamento, regresso com satélite e descoberto que até 2020 a área era perfeita, intacta.
“A partir daí, ela começa a sofrer sucessivos incêndios e ao fazer o rastreamento descobrimos que se trata de uma área da União. É uma terra que pertence ao governo federal, então, a pessoa em um só tempo cometeu o incêndio e a prática da grilagem de terra pública”, explicou.
O delegado disse que foi representado ao Poder Judiciário pelas prisões, mas o pedido foi indeferido. “Neste primeiro momento estamos cumprindo apenas mandados de busca, mas não se descarta a possibilidade de virem a ser presos”, disse.A perícia da Polícia Federal identificou dano de mais de R$ 220 milhões com a exploração da área pelo grupo investigado.
Todos devem responder, na medida de suas responsabilidades, pelos crimes de provocar incêndio em mata ou floresta, desmatar e explorar economicamente área de domínio público, falsidade ideológica, grilagem de terras e associação criminosa, informou a PF.
A operação
A operação policial foi batizada com o nome Prometeu, pela histórica má utilização do fogo nas pastagens do bioma pantanal pelo homem, como incentivo a pecuária e avanço sobre o Pantanal.
Prometeu faz alusão ao personagem da mitologia grega que é visto como uma divindade que roubou o fogo dos deuses gregos e entregou à humanidade fazendo mau uso deste, e por isso foi castigado por Zeus.
Com informações da Ascom PF/MS e site Campo Grande News.
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